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19/12/2003
-
20h17
da Folha Online
Início
Denúncia recebida em Alagoas deu início, há um ano e meio, à investigação da Polícia Federal e da Procuradoria da República. A Justiça de Maceió autorizou escutas para apurar esquema com a participação de policiais e juízes.
Investigações
A gravação de conversas telefônicas permitiu identificar organização criminosa com base em São Paulo e ramificações no Pará, em Alagoas e no Rio Grande do Sul.
Denúncia
No dia 13 de outubro, o Ministério Público Federal ofereceu quatro denúncias ao Tribunal Regional Federal de São Paulo contra juízes, advogados, empresários e policiais (na ativa e um aposentado). Foram requeridos 15 mandados de busca e apreensão.
Prisão e apreensão
Foram presas nove pessoas e apreendidos US$ 550 mil, 200 kg de armas e equipamentos de central telefônica e 1.300 kg de documentos e computadores, além de veículos.
Nova apreensão
No dia 20 de novembro, a Polícia Federal deflagrou nova etapa da Operação Anaconda. Cumpriu seis mandados de busca e apreensão em casas de câmbio, corretoras de valores e agências de viagens em São Paulo e São José dos Campos (SP). Há indícios de que as empresas serviam para lavar o dinheiro obtido pela suposta quadrilha.
Rastreamento internacional
O caminho do dinheiro recebido pela suposta quadrilha é o foco da PF agora. O Departamento de Recuperação de Ativos Financeiros do Ministério da Justiça analisa documentos apreendidos para, por meio de acordos de cooperação internacional, conseguir a quebra de sigilo de contas bancárias no exterior. Entre os alvos estão Suíça, Áustria, Estados Unidos, Uruguai e Ilhas Cayman.
Os mentores
Comandariam esquema para a venda de sentenças judiciais e "facilidades" nos inquéritos. Seriam o nível mais alto do esquema: planejariam e dirigiriam as ações João Carlos da Rocha Mattos (juiz federal), José Augusto Bellini (delegado da PF), César Herman Rodriguez (agente da PF) e Jorge L. Bezerra da Silva (delegado* da PF).
Os auxiliares
Fariam a ponte entre o alto escalão da Justiça e da PF e os envolvidos em inquéritos, a quem ofereciam serviços como liberação de cargas apreendidas, benefícios judiciais, etc. Aliciavam servidores (em órgãos da Justiça, na polícia), técnicos (informantes que se infiltravam em companhias telefônicas) e laranjas: Norma Regina Emílio Cunha (ex-mulher de Mattos), Carlos Alberto da Costa Silva (advogado), Affonso Passarelli Filho (advogado), Sérgio Chiamarelli Júnior (empresário) e Wagner Rocha (Peru) (empresário).
*aposentado
Leia mais
Justiça decide processar juízes acusados de vender sentenças
Entenda a Operação Anaconda
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Início
Denúncia recebida em Alagoas deu início, há um ano e meio, à investigação da Polícia Federal e da Procuradoria da República. A Justiça de Maceió autorizou escutas para apurar esquema com a participação de policiais e juízes.
Investigações
A gravação de conversas telefônicas permitiu identificar organização criminosa com base em São Paulo e ramificações no Pará, em Alagoas e no Rio Grande do Sul.
Denúncia
No dia 13 de outubro, o Ministério Público Federal ofereceu quatro denúncias ao Tribunal Regional Federal de São Paulo contra juízes, advogados, empresários e policiais (na ativa e um aposentado). Foram requeridos 15 mandados de busca e apreensão.
Prisão e apreensão
Foram presas nove pessoas e apreendidos US$ 550 mil, 200 kg de armas e equipamentos de central telefônica e 1.300 kg de documentos e computadores, além de veículos.
Nova apreensão
No dia 20 de novembro, a Polícia Federal deflagrou nova etapa da Operação Anaconda. Cumpriu seis mandados de busca e apreensão em casas de câmbio, corretoras de valores e agências de viagens em São Paulo e São José dos Campos (SP). Há indícios de que as empresas serviam para lavar o dinheiro obtido pela suposta quadrilha.
Rastreamento internacional
O caminho do dinheiro recebido pela suposta quadrilha é o foco da PF agora. O Departamento de Recuperação de Ativos Financeiros do Ministério da Justiça analisa documentos apreendidos para, por meio de acordos de cooperação internacional, conseguir a quebra de sigilo de contas bancárias no exterior. Entre os alvos estão Suíça, Áustria, Estados Unidos, Uruguai e Ilhas Cayman.
Os mentores
Comandariam esquema para a venda de sentenças judiciais e "facilidades" nos inquéritos. Seriam o nível mais alto do esquema: planejariam e dirigiriam as ações João Carlos da Rocha Mattos (juiz federal), José Augusto Bellini (delegado da PF), César Herman Rodriguez (agente da PF) e Jorge L. Bezerra da Silva (delegado* da PF).
Os auxiliares
Fariam a ponte entre o alto escalão da Justiça e da PF e os envolvidos em inquéritos, a quem ofereciam serviços como liberação de cargas apreendidas, benefícios judiciais, etc. Aliciavam servidores (em órgãos da Justiça, na polícia), técnicos (informantes que se infiltravam em companhias telefônicas) e laranjas: Norma Regina Emílio Cunha (ex-mulher de Mattos), Carlos Alberto da Costa Silva (advogado), Affonso Passarelli Filho (advogado), Sérgio Chiamarelli Júnior (empresário) e Wagner Rocha (Peru) (empresário).
*aposentado
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