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07/01/2004 - 20h30

Executivos suspeitos de envolvimento no caso Banestado são exonerados

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KÁTIA BRASIL
da Agência Folha, em Manaus

O governador do Amazonas, Eduardo Braga (PPS), exonerou ontem o secretário-executivo da Sefaz (Secretaria Estadual de Fazenda), José Ricardo Freitas de Castro, e o presidente do Conselho de Recursos Fiscais da Sefaz, José Heraldo da Silva.

Os dois são suspeitos de envolvimento em crime de evasão de divisas para o exterior, segundo investigação da CPI do Banestado da Câmara dos Deputados.

Os servidores possuem propriedades nos EUA avaliadas em mais de US$ 500 mil sem declarar ao Imposto de Renda, e a movimentação bancária dos dois entre 1997 e 2002 soma US$ 1.044.570,00 em contas de bancos norte-americanos, segundo reportagem publicada no jornal "Correio Braziliense".

Ontem, o secretário da Fazenda, Alfredo Paes, entregou o cargo para, segundo ele, facilitar as investigações, já que os dois exonerados ocupavam cargos de confiança.

Alfredo Paes estava à frente da Sefaz desde a administração do ex-governador Amazonino Mendes (1995-2002).

O secretário teria sido mantido no governo Braga como parte de um acordo do PFL (partido do ex-governador).

Além de pedir informações a CPI do Banestado sobre o caso, Braga determinou a instalação de um processo administrativo. "Caso haja comprovação das denúncias, os dois servidores serão punidos da forma que determina a lei", disse o governador.

A CPI do Banestado encontrou uma conta em nome de Freitas de Casto na agência de Jacksonville, na Flórida, do First Union National Bank. Há registro de um depósito de US$ 4.570 feito pela empresa de doleiros Beacon Hill Service Corporation, em 11 de fevereiro de 1998.

Heraldo da Silva movimentou, entre 1997 a 2002, por meio de empresas de doleiros a quantia de US$ 1,04 milhão. As empresas Beacon Hill, S+S Internacional Corporation e BCF Internacional Inc. estavam nas transações do fiscal.

A BCF pertence aos mesmos sócios da Cortez Câmbio e Turismo Ltda, de Manaus: Samuel Messod Benzecry, Messod Gilberto Benzecry, Carlos Alberto Cortez e Manuel Monteiro Cortez Filho. As investigações apontam que as empresas Cortez e BCF movimentaram pelo Banestado US$ 663,8 milhões.

Outro lado

Hoje, a reportagem entrou em contato com uma secretária de Heraldo da Silva pelo telefone celular, mas ele não ligou de volta, como combinado.

Freitas de Castro negou a existência da propriedade, mas confirmou o envio de US$ 4.570 para o banco norte-americano, segundo ele, para custear uma viagem da família.

O dinheiro, segundo ele, foi um prêmio que ganhou na secretaria, uma espécie de 14º salário. "Eu ganhei meu prêmio e fiz um depósito para fins de uma viagem com a família", afirmou.
 

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