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27/01/2004
-
19h21
da France Presse, em Nova Delhi
O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, em visita a Nova Délhi, afirmou nesta terça-feira que o século 21 pertencerá à Índia, ao Brasil, à Rússia e à China, e que estes países vão reescrever a "geografia econômica" do planeta.
Os Estados Unidos e a União Européia deverão se inclinar diante "da ampla unidade e do poder" mostrados pelos países em vias de desenvolvimento durante as discussões da OMC (Organização Mundial do Comércio), em setembro 2003 em Cancun (México), disse Lula, que chegou domingo para uma visita de quatro dias à Índia.
"O mundo em desenvolvimento deu um excelente exemplo de solidariedade em Cancun. Queremos continuar a forjar uma cooperação entre nossos países a fim de mudar a geografia econômica e comercial de nosso planeta", disse num encontro com empresários indianos.
"O século 21 pertencerá aos países em desenvolvimento, como a Índia, a Rússia, o Brasil, a China e muitos outros, que há muito tempo têm sido tratados como cidadãos de segunda classe pelos grandes blocos comerciais", acrescentou Lula.
A Índia e o Brasil estavam na conferência de Cancun, à frente dos países emergentes que têm lutado contra os subsídios dados pelos países ricos à sua agricultura, impedindo os países em desenvolvimento de penetrar nestes mercados.
As discussões fracassaram por falta de acordo entre países ricos e países em vias de desenvolvimento.
Os países desenvolvidos "não virão em nosso socorro se continuarmos a chorar. Deveremos nos salvar nós mesmos, usando nossa própria força. Quando tivermos possibilidades comerciais, começarão a correr atrás da gente. Obteremos o que não tivemos em 20 anos", prometeu o presidente brasileiro.
"Nos comprometemos com uma globalização atenta às preocupações sociais e ao meio ambiente, mais justa politicamente e economicamente', acrescentou, sublinhando ainda que "nem a Índia nem o Brasil querem reduzir seu comércio com os Estados Unidos e a União Européia".
Domingo a Índia assinou um acordo de preferência tarifária com o Mercosul. Lula frisou que o acordo ia "contribuir a um maior dinamismo nos intercâmbios", dando à Índia o acesso "a um mercado de 220 milhões de consumidores".
O presidente brasileiro, que milita por um crescimento dos intercâmbios econômicos e políticos entre os países do sul, tinha já antecipado a idéia da criação de uma zona franca entre estes países.
Seis outros acordos, sobre a cooperação espacial, os vistos, o desenvolvimento do turismo e dos intercâmbios culturais, foram assinados entre a Índia e a delegação brasileira. Um acordo de cooperação no domínio do meio ambiente foi também concluído terça-feira.
A Índia (mais de um bilhão de habitantes) e o Brasil (170 milhões de habitantes), duas potências regionais, têm um comércio relativamente modesto, com um bilhão de dólares em 2003, e procuram atualmente novas áreas de cooperação.
O ministro indiano do comércio, Arun Jaitley, deseja que o nível destas trocas, "ainda muito discreto" segundo ele, passe a "dois bilhões de dólares em 2004".
Lula também assinalou que a Índia, a África do Sul e o Brasil têm a intenção de abrir uma ligação aérea entre Mumbai, Rio de Janeiro e Johannesburg.
"Exploramos novas rotas aéreas e marítimas a fim de aumentar os contatos e dinamizar as trocas. Devemos fazer diminuir a distância geográfica que nos separa", disse.
Ricos devem se inclinar diante dos países em desenvolvimento, diz Lula
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O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, em visita a Nova Délhi, afirmou nesta terça-feira que o século 21 pertencerá à Índia, ao Brasil, à Rússia e à China, e que estes países vão reescrever a "geografia econômica" do planeta.
Os Estados Unidos e a União Européia deverão se inclinar diante "da ampla unidade e do poder" mostrados pelos países em vias de desenvolvimento durante as discussões da OMC (Organização Mundial do Comércio), em setembro 2003 em Cancun (México), disse Lula, que chegou domingo para uma visita de quatro dias à Índia.
"O mundo em desenvolvimento deu um excelente exemplo de solidariedade em Cancun. Queremos continuar a forjar uma cooperação entre nossos países a fim de mudar a geografia econômica e comercial de nosso planeta", disse num encontro com empresários indianos.
"O século 21 pertencerá aos países em desenvolvimento, como a Índia, a Rússia, o Brasil, a China e muitos outros, que há muito tempo têm sido tratados como cidadãos de segunda classe pelos grandes blocos comerciais", acrescentou Lula.
A Índia e o Brasil estavam na conferência de Cancun, à frente dos países emergentes que têm lutado contra os subsídios dados pelos países ricos à sua agricultura, impedindo os países em desenvolvimento de penetrar nestes mercados.
As discussões fracassaram por falta de acordo entre países ricos e países em vias de desenvolvimento.
Os países desenvolvidos "não virão em nosso socorro se continuarmos a chorar. Deveremos nos salvar nós mesmos, usando nossa própria força. Quando tivermos possibilidades comerciais, começarão a correr atrás da gente. Obteremos o que não tivemos em 20 anos", prometeu o presidente brasileiro.
"Nos comprometemos com uma globalização atenta às preocupações sociais e ao meio ambiente, mais justa politicamente e economicamente', acrescentou, sublinhando ainda que "nem a Índia nem o Brasil querem reduzir seu comércio com os Estados Unidos e a União Européia".
Domingo a Índia assinou um acordo de preferência tarifária com o Mercosul. Lula frisou que o acordo ia "contribuir a um maior dinamismo nos intercâmbios", dando à Índia o acesso "a um mercado de 220 milhões de consumidores".
O presidente brasileiro, que milita por um crescimento dos intercâmbios econômicos e políticos entre os países do sul, tinha já antecipado a idéia da criação de uma zona franca entre estes países.
Seis outros acordos, sobre a cooperação espacial, os vistos, o desenvolvimento do turismo e dos intercâmbios culturais, foram assinados entre a Índia e a delegação brasileira. Um acordo de cooperação no domínio do meio ambiente foi também concluído terça-feira.
A Índia (mais de um bilhão de habitantes) e o Brasil (170 milhões de habitantes), duas potências regionais, têm um comércio relativamente modesto, com um bilhão de dólares em 2003, e procuram atualmente novas áreas de cooperação.
O ministro indiano do comércio, Arun Jaitley, deseja que o nível destas trocas, "ainda muito discreto" segundo ele, passe a "dois bilhões de dólares em 2004".
Lula também assinalou que a Índia, a África do Sul e o Brasil têm a intenção de abrir uma ligação aérea entre Mumbai, Rio de Janeiro e Johannesburg.
"Exploramos novas rotas aéreas e marítimas a fim de aumentar os contatos e dinamizar as trocas. Devemos fazer diminuir a distância geográfica que nos separa", disse.
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