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04/06/2009 - 13h11

Minc admite que foi enquadrado por Lula e diz que será mais cauteloso nas críticas

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GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília

O ministro Carlos Minc (Meio Ambiente) admitiu nesta quinta-feira que foi "enquadrado" pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva por criticar outros ministros. Minc disse que não vai deixar o governo, mas reconheceu que o presidente lhe pediu para "tomar mais cuidado" com os colegas de ministério.

"Ele [Lula] disse: 'Minc, você briga, faz as pazes. Briga com o cara da soja, faz as pazes. Briga com o Maggi, faz. Eu prefiro assim. Eu sei o que vai, o que não vai, as coisas estão andando, o desmatamento está caindo. Só peço para você tomar mais cuidado na questão pública em relação aos outros ministros'", afirmou ao relatar as palavras de Lula.

Minc disse que, como "ministro obediente" ao chefe, não vai fazer mais polêmicas públicas com os colegas. "Quanto aos princípios ideológicos, as minhas convicções, eu manterei e ficarei até o fim, desde que mantendo naturalmente os meus princípios, o que é muito mais importante do que ficar no governo", disse.

O ministro vai se reunir nesta tarde com o presidente Lula, mas disse que o encontro não tem relação com a sua permanência no cargo. Amanhã, o ministro vai viajar ao lado do presidente para assinar a criação de áreas de conservação ambiental.

Na semana passada, Minc reclamou a Lula dos ministros Reinhold Stephanes (Agricultura) e Mangabeira Unger (Assuntos Estratégicos). Além de fazer críticas aos colegas a Lula, Minc tratou publicamente da questão --o que irritou o presidente.

Minc chegou a afirmar que os ministros pegavam suas "machadinhas" para ir ao Congresso "esquartejar" a lei ambiental. Mas minimizou as críticas nesta quinta-feira ao afirmar que o presidente Lula e a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) consideram que o meio ambiente "deixou de ser problema" no governo.

Ruralistas

Além do impasse com os colegas de governo, Minc também discutiu publicamente com parlamentares que integram bancada ruralista, ligada aos agricultores. O ministro chamou os parlamentares de "vigaristas" de cima de um carro de som, ao participar de marcha ao lado de trabalhadores rurais.

A senadora Katia Abreu (DEM-TO) protocolou denúncia contra Minc na PGR (Procuradoria Geral da República) por crime de responsabilidade e pediu a demissão do ministro à Comissão de Ética Pública da Presidência da República.

Minc minimizou o impasse com os ruralistas. "Fiz acordos com a soja, do agronegócio, fiz acordos com a cana, fiz acordos com o governador [Blairo] Maggi [Mato Grosso]. Ora, se fiz acordo com a soja, com a cana e com o governador Maggi, por que eu não posso fazer com a senadora Kátia Abreu, que é muito mais bonita, muito mais simpática e muito mais articulada? É uma questão de tempo", disse.

O ministro reconheceu que se "excedeu" ao participar da marcha, mas disse que os "excessos foram ainda maiores do outro lado" --em referência aos ruralistas. "É claro que no momento da briga, eu no carro da Contag me excedi. Aqui no Parlamento pediram meu pescoço, mas pelo que me consta ele ainda está no mesmo lugar e provavelmente vai ficar até o fim do governo Lula, então nós temos que nos entender. Queremos o bem do Brasil. Se entender não significa exceder."

Minc disse que vai procurar a senadora na semana que vem para tentar "acertar os ponteiros" após a discussão pública.

Comentários dos leitores
Paulo José Lima Perillo (1) 18/01/2010 16h56
Paulo José Lima Perillo (1) 18/01/2010 16h56
Ao meu ver, deveriam cumprir o mandato de prisão contra o governador de MS, e ainda incluir o crime de homofobia. É vergonhoso ver tamanho desrespeito entre dois políticos, e mais vergonhoso ainda não ver nenhuma atitude de reprovação e punição. sem opinião
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Hilton Azeredo (2) 26/09/2009 06h35
Hilton Azeredo (2) 26/09/2009 06h35
Essa troca de "gentilezas" entre um governador e um ministro de estado, mostra o nível de qualificação dos personagens no exercício de funções
tão relevantes. Nós, eleitores, na condição de analfabetos funcionais, somos os principais responsáveis pela existência de tais indivíduos na nossa vida pública.
1 opinião
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Alcides Emanuelli (1999) 24/09/2009 23h49
Alcides Emanuelli (1999) 24/09/2009 23h49
Esse é o perfil de nossos homens publicos, são governadores e ministros se agredindo com palavras de baixo calão, com ofensas morais de ambas as partes.
No Parlamento eles se agredem sem saber o que estão fazendo, sai palavra e ofensas para todos os lados, é Sarney que briga pelo poder com seus adversários, é o color com a fisonomia transforma e transtornado agredindo violentamente e mandando o Pedro Simon digerir suas palavras, é sem limites mesmo os limetes da ética, mas eles estão ai mesmo, sempre reeleitos, sempre no Poder e do poder não fazendo nada para o povo e sim de acordo com seus interesses.
O que eles aprovam, mais 8000 mil vagas para 8000 mil malandros nas casas legislativas das cidades.
É a liberação da obstrução que a ficha suja poderia gerar na impossibilidades de se candidatarem, eles não aprovaram agora o cara pode ser ladrão devedor de todos os lados que pode ser candidato e o povo coitado sempre esperando por seriedade, honestidade e ética.
Antes eles até que falavam nisso, mas o tempo foi passando e eles esqueceram que existe algo como ética e moral na vida de um cidadão, e hoje eles são só um bando corporativistas de interesseiros oportunistas.
4 opiniões
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