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16/06/2009 - 08h39

Atos secretos serviram para negociação de cargos entre senadores

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HUDSON CORRÊA
ADRIANO CEOLIN
LEONARDO SOUZA
da Folha de S.Paulo, em Brasília

Atos secretos do Senado foram usados para uma troca de nomeações entre os gabinetes do senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) e do então colega Edison Lobão (PMDB-MA), que hoje exerce o cargo de ministro de Minas e Energia.

Diretor-geral do Senado à época, Agaciel da Silva Maia nomeou em 8 de outubro de 2003 a filha de Crivella, Deborah Christine, para o gabinete de Lobão, que exercia mandato. Nesse mesmo dia, Renato Lobão Ferreira foi exonerado do gabinete de Lobão e nomeado para o de Crivella.

Renato Lobão é filho de Célio Lobão, que foi chefe da Casa Civil do governo de Edison Lobão no Maranhão, entre 1991 e 1994. Renato nega ser da família do ministro e diz que tem como provar. Mas a mulher do ministro, a deputada Nice Lobão (DEM-MA), diz que Célio é primo distante de seu marido.

Conforme a assessoria do senador Crivella, "cogitou-se nomear" Deborah no gabinete de Lobão e, em troca, empregar Renato, mas logo os senadores desistiram da ideia. Diante do recuo, "não houve posse e em 30 dias o ato perdeu a validade", afirma a assessoria.

O ato secreto, porém, se tornou público apenas em maio deste ano e pode ser acessado na intranet do Senado. Não há registro de outra medida anulando a nomeação, mas a assessoria disse que, sem a posse, ele perdeu a validade em 30 dias.

A reportagem não conseguiu falar com Deborah. Uma secretária do senador Lobão Filho, que assumiu a vaga de Edison Lobão após ele ser nomeado para o ministério, informou que a filha de Crivella não trabalha no seu gabinete.

Requisitado

Renato Lobão Ferreira nega ter conhecimento do ato secreto e afirma nunca ter sido lotado no gabinete de Crivella.

Ele, que não é concursado do Senado, contou que foi requisitado pelo então presidente da Casa Humberto Lucena, entre 1994 e 1995, para trabalhar na área de informática. Renato disse que era servidor do antigo Ministério do Interior, hoje da Integração Nacional: "Eu trabalho com informática desde 1977. Tenho uma ampla experiência e formação nessa área".

Ele afirma trabalhar atualmente na Secretaria Especial de Informática no desenvolvimento de páginas na internet para os senadores e diferentes setores da Casa. Segundo Renato, seu pai não é parente direto do ministro de Minas e Energia e que a família Lobão é muito grande no Maranhão.

A reportagem procurou ontem o Ministério de Minas e Energia, mas até a conclusão desta edição a assessoria não telefonou de volta com uma posição do ministro. A Folha não conseguiu falar com Agaciel Maia sobre o caso.

De acordo com os atos que começaram a vir à tona, o boletim foi editado pelo então diretor de recursos humanos do Senado, João Carlos Zoghbi.

Ele também deixou o cargo em março, após a denúncia de que emprestou apartamento funcional do Senado para os filhos. Os atos secretos também serviram para nomeações de filhos de Zoghbi.

Comentários dos leitores
Freddy Grandke (250) 02/02/2010 10h27
Freddy Grandke (250) 02/02/2010 10h27
"servidores que ameaçam recorrer à Justiça contra a implantação do novo sistema por meio do Sindilegis (Sindicato dos Servidores do Poder Legislativo e do Tribunal de Contas da União)".
Quer dizer que apesar de ser funcionário "público" eles não querem estar sob controle. Demitam todos e ai eles vão ver como era bom ser funcionário público.
sem opinião
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Washington Marques (129) 02/02/2010 09h57
Washington Marques (129) 02/02/2010 09h57
A Galera que vai trabalhar na campanha dos senadores para a releição ficaram fora do ponto eletronico. No Senado Federal, quanto maior o cargo do funcionário e do Senador, é que a fiscalização tem que ser maior, uma vez que na rede da tranbicagem peixe pequeno não entra. sem opinião
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Plinio Vieira Soares (2) 01/02/2010 22h54
Plinio Vieira Soares (2) 01/02/2010 22h54
É lamentavel que o ex presidente Jose Sarney nao tenha o menor apesso pela sua biografia; Um politico sem carisma, que para se manter no poder negociou com todos os governos possiveis e aceitou as maiores torpezas podia ao menos na velhice respeitar o papel de homem da transiçao democratica e nao terminar assim como uma das maiores vergonhas da classe politica.
Esta promessa de ponto eletronicao é como a de reforma administrativa no Senado, se o Senado fosse uma empresa ja teria quebrado, sua eficiencia é vergonha para os cidadãos.
Se nosso sistema politico exigisse um numero minimo de votos sem os quais nao se elegeriam um politico poderiamos ter uma camara com 500, ou com 400, ou 300 ou 200 representaantes.
O ex presidente deveria se retirar para Ilha do Calhau e rezar para que o país o esquecesse.
sem opinião
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