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16/02/2004 - 14h07

Petistas afinam discurso em defesa de Dirceu, do governo e do partido

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CAMILO TOSCANO
da Folha Online, em Brasília

A abertura dos trabalhos legislativos de 2004 mostrou que os deputados e senadores do PT afinaram o discurso em defesa do governo, do ministro da Casa Civil, José Dirceu, e do partido em relação ao caso de cobrança de propina pelo ex-subchefe de Assuntos Parlamentares Waldomiro Diniz.

A defesa "em conjunto" é uma tática adotada pelos petistas para barrar uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) sobre o episódio.

Em coro --que contou com a colaboração inclusive dos presidentes do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP)--, afirmaram que o caso é de 2002, ocorrido no Rio de Janeiro e antes da instalação do novo governo.

Dirceu, que levou a mensagem do Executivo para a abertura dos trabalhos do Legislativo, fez sua primeira declaração pública desde que o caso veio à tona --na sexta-feira passada (13). Reforçou o discurso petista e disse avaliar que uma CPI será decisão do Congresso Nacional.

"Quero declarar que os fatos aconteceram em 2002, antes da instalação do atual governo. O atual governo agiu imediatamente exonerando o subchefe de Assuntos Parlamentares e mandando a autoridade competente investigar", afirmou. "Qualquer outra iniciativa, cabe às autoridades competentes, ao Ministério Público, à Polícia Judiciária e ao Parlamento."

Desagravo

Em seus discursos, tanto Sarney, quanto Cunha, fizeram menção elogiosa a Dirceu. O presidente do Senado agradeceu à presença do ministro, que, segundo ele, "dedicou grande parte de sua vida à construção da democracia" no país. O presidente da Câmara afirmou que Dirceu podia "contar com seu amigo".

Na estratégia petista, o ministro subiu a rampa do Congresso ao lado do senador Eduardo Suplicy (PT-SP), um dos principais exemplos de ética do partido e com quem teve desavenças no ano passado. Foi um sinal de união partidária e de que Dirceu tem apoio mesmo junto a seus críticos.

Tucanos

O mais enfático dos defensores do governo, de Dirceu e do partido foi o presidente da legenda, José Genoino. Ele manteve sua posição de relacionar o aparecimento da fita em que Diniz aparece cobrando propina do bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, a interesses políticos do principal partido de oposição ao governo, o PSDB.

De acordo com Genoino, o promotor José Roberto Santoro, que teria a fita, em 2002 trabalhava para o Ministério da Saúde, o que deixa a CPI sem objeto e "sem sentido".

"O governo já tomou as medidas necessárias e rápidas. São denúncias de 2002 trazidas para 2004, estranhamente pelos mesmos personagens que estiveram na campanha do nosso adversário em 2002 [o presidente do PSDB, José Serra]', afirmou.

Genoino sugeriu que a fita tenha sido fruto de um esquema montado só para a gravação, e que teria contado com ajuda de funcionários do aeroporto de Brasília. O presidente do PT, no entanto, não quis responder se o suposto esquema poderia também entrar na mira de uma eventual CPI.
 

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