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23/06/2009 - 15h24

Ex-membros da Mesa Diretora dizem que Agaciel pedia assinatura de senadores

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MÁRCIO FALCÃO
da Folha Online, em Brasília

Ex-integrantes da Mesa Diretora do Senado disseram nesta terça-feira à Folha Online que era uma prática comum do ex-diretor-geral do Senado Agaciel Maia recolher assinaturas individuais dos senadores que compõem o órgão para transformar decisões administrativas em conjunta. A suspeita de senadores é que os documentos tenham sido transformados em atos secretos.

Reportagem publicada no jornal "O Estado de S. Paulo" informa que pelo menos 37 senadores e 25 ex-senadores figuram como beneficiários ou signatários de atos secretos do Senado assinados desde 1995. A reportagem informa ainda que frequentam a relação políticos filiados a nove legendas: PT, DEM, PMDB, PSDB, PDT, PSB, PRB, PTB e PR.

O ex-vice-presidente do Senado, senador Tião Viana (PT-AC), que chegou a presidir o Senado por mais de três meses em 2007, afirmou que foi procurado por Agaciel para assinar documentos que seriam "urgentes" e que não poderiam esperar a próxima reunião da Mesa Diretora. Viana, no entanto, disse que nunca assinou porque não confiava em Agaciel.

"A nossa relação era delicada porque ele sabia que eu não confiava nele. Sempre que ele me pediu para assinar documentos urgentes, eu pedia mais tempo para que o material fosse examinado pela minha equipe", disse o petista.

Tião nega que tenha conhecimento de ato secreto. "Não posso ser responsabilizado se o documento não foi publicado. As decisões são votadas pela Mesa e referendadas pelo plenário. Se depois elas não foram divulgadas, eu não posso ser responsabilizado", afirmou.

Um ex-presidente que pediu para não ser identificado confirmou que assinou documentos sem ler em confiança a Agaciel. "Ele era um homem que estava no cargo há 14 anos. Sabia, entendia de todas as medidas administrativas e ocupava um cargo de confiança. Não esperava que pudesse fazer uma isso, que pudesse esconder decisões", disse.

Reportagem da Folha indica que a existência de pelos menos 623 atos secretos na Casa, entre 1995 e 2009, que foram utilizados para nomear, exonerar, aumentar salário de afilhados políticos e parentes de senadores.

O relatório da comissão de sindicância ligada à primeira secretaria do Senado deve ser divulgado nesta terça-feira. O material será repassado aos integrantes da Mesa Diretora. A reunião está prevista para o final da tarde e deve decidir ainda o futuro do diretor-geral Alexandre Gazineo. Senadores pressionam para que o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), demita Gazineo como resposta à crise que atinge a imagem da instituição.

Comentários dos leitores
Freddy Grandke (250) 02/02/2010 10h27
Freddy Grandke (250) 02/02/2010 10h27
"servidores que ameaçam recorrer à Justiça contra a implantação do novo sistema por meio do Sindilegis (Sindicato dos Servidores do Poder Legislativo e do Tribunal de Contas da União)".
Quer dizer que apesar de ser funcionário "público" eles não querem estar sob controle. Demitam todos e ai eles vão ver como era bom ser funcionário público.
sem opinião
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Washington Marques (129) 02/02/2010 09h57
Washington Marques (129) 02/02/2010 09h57
A Galera que vai trabalhar na campanha dos senadores para a releição ficaram fora do ponto eletronico. No Senado Federal, quanto maior o cargo do funcionário e do Senador, é que a fiscalização tem que ser maior, uma vez que na rede da tranbicagem peixe pequeno não entra. sem opinião
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Plinio Vieira Soares (2) 01/02/2010 22h54
Plinio Vieira Soares (2) 01/02/2010 22h54
É lamentavel que o ex presidente Jose Sarney nao tenha o menor apesso pela sua biografia; Um politico sem carisma, que para se manter no poder negociou com todos os governos possiveis e aceitou as maiores torpezas podia ao menos na velhice respeitar o papel de homem da transiçao democratica e nao terminar assim como uma das maiores vergonhas da classe politica.
Esta promessa de ponto eletronicao é como a de reforma administrativa no Senado, se o Senado fosse uma empresa ja teria quebrado, sua eficiencia é vergonha para os cidadãos.
Se nosso sistema politico exigisse um numero minimo de votos sem os quais nao se elegeriam um politico poderiamos ter uma camara com 500, ou com 400, ou 300 ou 200 representaantes.
O ex presidente deveria se retirar para Ilha do Calhau e rezar para que o país o esquecesse.
sem opinião
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