Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
25/02/2004 - 21h26

Promotores e Procuradores dirão a Lula que Arcanjo era dono de bingos

Publicidade

HUDSON CORRÊA
da Agência Folha, em Campo Grande

O Grupo Nacional de Combate ao Crime Organizado irá entregar ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na próxima semana, relatório no qual afirma que o ex-policial civil João Arcanjo Ribeiro, 52, era dono de bingos e estava criando um time de futebol para receber o dinheiro do jogo.

O grupo foi criado no fim do ano passado e reúne promotores de Justiça e procuradores da República e preparou um relatório sobre a exploração de bingos no Brasil.

Arcanjo foi condenado em dezembro pelo juiz Julier Sebastião da Silva, da 1ª Vara Federal de Cuiabá (MT), a 37 anos de prisão por lavagem de dinheiro, crime contra o sistema financeiro e formação da organização criminosa. Silva também o condenou a sete anos de prisão por porte ilegal de armas.

Conhecido como "comendador", Arcanjo está preso desde abril de 2003 em Montevidéu, no Uruguai, por uso de domingo falso.

Segundo o secretário estadual da Segurança Pública do Paraná, Luiz Fernando Delazari, que é promotor de Justiça, o relatório preparado pelo grupo resume as investigações feitas sobre bingos e lavagem de dinheiro em Mato Grosso, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Paraná e Distrito Federal.

Delazari afirmou ontem, por meio de sua assessoria, que os bingos são usados pelo crime organizado para lavar dinheiro. Segundo ele, o relatório a ser entregue a Lula reforça a necessidade de proibição dos bingos.

Em reação à crise política criada pelo caso do ex-assessor da Casa Civil Waldomiro Diniz. Lula baixou medida provisória no sábado proibindo bingos e máquinas caça-níqueis no país.

Diniz aparece em vídeo divulgado no dia 13 pela revista "Época" negociando propina para campanha eleitorais com o empresário do bingo Carlos Augusto de Almeida Ramos, Carlos Cachoeira.

Em troca, Diniz favoreceria Cachoeira em uma licitação. A conversa ocorreu em 2002 quando o ex-assessor comandava a Loterj (Loteria do Estado do Rio de Janeiro).

O Ministério Público de Mato Grosso disse à Agência Folha que Arcanjo criaria um time de futebol cujo nome seria Colibri Esporte Clube. Colibri era o nome do jogo do bicho supostamente comandado por Arcanjo em Mato Grosso. Ele também explorava, segundo o Ministério Público Federal, máquinas de caça-níqueis.

Os bingos de Arcanjo estão no Distrito Federal e na Paraíba e passariam a alimentar com dinheiro o time de futebol em mais um esquema de lavagem de dinheiro, ainda segundo a investigação do Ministério Público.

Outro lado

O advogado de Arcanjo, João Santos Gomes Filho, não foi localizado ontem pela Agência Folha. O celular dele estava desligado. A reportagem deixou recado com a secretária no escritório dele.

Anteriormente, Gomes Filho afirmou que Arcanjo não se envolveu em esquema de lavagem de dinheiro. Segundo ele, o patrimônio de seu cliente foi conquistado com a exploração do jogo do bicho.
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página