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17/03/2004 - 08h03

Assessor de Palocci foi sócio de Buratti em empresa de SP

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RUBENS VALENTE
ANDRÉA MICHAEL

da Folha de S.Paulo

Mesmo após ter protagonizado um escândalo na gestão do então prefeito de Ribeirão Preto (SP), Antonio Palocci, o empresário Rogério Tadeu Buratti manteve negócios com o atual chefe-de-gabinete do hoje ministro da Fazenda, Juscelino Antonio Dourado.

Palocci tem dito, por meio de sua assessoria, que desde 1994 não mantém relações de amizade nem profissionais com Buratti, seu secretário de governo na primeira gestão em Ribeirão Preto. A assessoria ressalva que é provável que tenha havido encontros sociais.

Na última sexta-feira, em depoimento à Polícia Federal, diretores da empresa de informática GTech disseram que em 2003 Waldomiro Diniz, então assessor da Casa Civil, informou que uma pessoa influente iria procurá-los, e que eles deveriam contratá-la para que contrato com a Caixa Econômica Federal fosse renovado.

Segundo os diretores, essa pessoa era Rogério Buratti, que chegou a se encontrar com eles em Brasília para discutir um contrato de consultoria. Inicialmente, o valor discutido seria de R$ 15 milhões a R$ 20 milhões. Valor que teria sido reduzido para R$ 6 milhões, mas que os diretores da empresa dizem não ter sido pago.

Homem da confiança do ministro José Dirceu (Casa Civil), Waldomiro foi demitido a pedido após ter sido flagrado em vídeo de 2002 negociando propinas com um empresário de jogos eletrônicos. À época, trabalhava no governo Benedita da Silva (PT-RJ).

Buratti deixou em outubro de 1994 o cargo na Prefeitura de Ribeirão Preto após a Folha ter divulgado trechos de gravação feita por ele mesmo com indícios de favorecimento para empresas em licitações. Foi aberta uma investigação na Câmara Municipal e um inquérito no Ministério Público. Nada foi provado contra Buratti.

Dois anos depois da divulgação da fita, ele se tornou sócio de Juscelino Dourado na empresa W Way Informática Ltda., uma provedora de internet. A empresa foi fundada em 23 de setembro de 96 e tinha como terceiro sócio Renato Buratti Neto, irmão de Rogério.

Segundo Luiz Antonio Prado Garcia, ex-sócio de Rogério e atual sócio da sua irmã, Rosângela Buratti, na empresa Assessorarte, a provedora W Way funcionou por pouco mais de um ano, até ser vendida. Garcia foi coordenador de licitações do prefeito Palocci.

Dourado também foi sócio de Renato Buratti Neto, irmão de Rogério, numa editora. Em 28 de dezembro de 1995, o atual chefe-de-gabinete do ministro abriu uma empresa chamada Editorarte Editora & Gráfica Ltda.

A semelhança do primeiro nome com a Assessorarte, empresa especializada na realização de concursos públicos, não foi mera coincidência: a Folha apurou que o endereço da antiga empresa de Dourado era o mesmo do atual endereço da Assessorarte, no número 1.566 da rua Marechal Deodoro, no bairro Sumaré. Rogério Buratti chegou a ser sócio da Assessorarte, mas transferiu sua cota para sua irmã, Rosângela.

Assim como no caso da W Way, Prado diz que a Editorarte está desativada. Segundo ele, a empresa foi gestada para executar trabalhos de impressão em serviços relacionados a concursos públicos.
 

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