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31/03/2004 - 19h33

Bastos questiona perdão a Cachoeira e denúncia contra a Caixa

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RICARDO MIGNONE
da Folha Online, em Brasília

O ministro Márcio Thomaz Bastos (Justiça) declarou nesta quarta-feira que achou "estranho" o pedido de perdão judicial para o empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, no caso Waldomiro Diniz. O pedido de perdão foi feito junto com a denúncia encaminhada na última segunda-feira (29) pelo Ministério Público Federal à Justiça, na qual são apontadas nove pessoas supostamente envolvidas no caso.

O pedido de perdão para Cachoeira teria sido feito porque, segundo o procurador Marcelo Serra Azul, designado para o caso, o empresário teria "colaborado espontaneamente" com as investigações.

De acordo com Thomaz Bastos, a fita mostrada nesta terça-feira pelo "Jornal Nacional", da TV Globo, mostrou que Cachoeira teria sido pressionado para colaborar. Além disso, o ministro "estranhou" a falta de elementos técnicos na investigação dos procuradores.

"Faltam laudos, faltam testemunhas, entretanto, saiu uma decisão que propõe perdão a Cachoeira. Perdão só pode ser concedido a quem colabora espontaneamente, e a fita mostra pressão do Santoro sobre ele", afirmou Bastos.

Outro lado

Em entrevista coletiva, Serra Azul se defendeu das acusações de Thomaz Bastos. Ele disse que o pedido de perdão judicial para o empresário está previsto em lei e necessária para a efetiva colaboração do réu.

"Ele [Cachoeira] colaborou. Meu trabalho foi técnico. Se ele colaborou com as investigações, entregou documentos,ele tem direito a isso [perdão]", declarou Serra Azul.

O procurador também rebateu a acusação feita por Bastos, de que ele e Santoro teriam "conspirado" contra o governo. "Não vejo nenhuma atitude errada no que fizemos", disse.

Questionado se a denúncia oferecida ao Ministério Público esvazia o inquérito policial sobre o caso Waldomiro, Serra Azul declarou que o inquérito "acompanha" a denúncia. "Já havia provas suficientes para o oferecimento da denúncia, então não há porque retardar mais".

Denúncia

Entre os denunciados estão o presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Mattoso, o vice-presidente de Logística da instituição, Paulo Bretas, o ex-subchefe de Assuntos Parlamentares da Casa Civil Waldomiro Diniz, além do consultor Rogério Buratti e o próprio Cachoeira.

Eles foram acusados de gestão fraudulenta e temerária de instituição financeira, sonegação de documentos, corrupção ativa e passiva e concussão por suposta prática desses crimes por ocasião da renovação do contrato da Caixa com a GTech do Brasil para a gestão do sistema de loterias do país, um negócio de cerca de R$ 650 milhões em 25 meses.

A denúncia decorre de uma das seis investigações sobre os negócios da GTech com a Caixa, e é originária da revelação de que Waldomiro pediu propina a Cachoeira para financiamento de campanhas eleitorais.
 

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