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23/07/2009 - 10h55

Presidente do Conselho de Ética do Senado pede obra que deve favorecê-lo

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FÁBIO ZANINI
da Folha de S.Paulo, em Brasília

O presidente do Conselho de Ética do Senado, Paulo Duque (PMDB-RJ), apresentou emenda ao Orçamento de 2009 que deve valorizar uma de suas propriedades, localizada em Maricá, a 58 km do Rio.

Duque é dono de uma casa de praia no bairro de Ponta Negra, a 20 km do centro de Maricá.

Um dos acessos de Ponta Negra à chamada "região dos lagos", a estrada velha de Jaconé recebeu emenda de R$ 1,3 milhão para pavimentação.

Segundo a prefeitura local e dois agentes imobiliários de Maricá consultados pela Folha, o asfaltamento deve valorizar propriedades em Ponta Negra e nas margens da estrada.

Com 12 km, a estradinha é um trecho da RJ-118 que fica enlameado no período de chuvas, inviabilizando o trânsito para ônibus e caminhões.

No final da estrada, já no distrito de Jaconé, deve ser construído um estaleiro para a Petrobras. A pavimentação também deve ajudar pescadores da região a escoar sua produção.

Em 2002, Duque avaliou a casa em R$ 400 mil na declaração de bens obrigatória à Justiça Eleitoral. Atualizando pela inflação, vale hoje R$ 640 mil.

Na época, o senador declarou outra casa e dois terrenos em Ponta Negra, todos vendidos desde então, segundo sua assessoria. Mais uma casa na estrada do Jaconé teria sido doada para um clube de futebol.

Na lista de emendas do senador, Maricá recebeu R$ 2,6 milhões da cota de R$ 10 milhões, mais do que a capital do Rio.

O Departamento de Estradas de Rodagem do Estado não divulgou previsão de gastos com o asfaltamento. Com base em tabela do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), uma obra deste tipo varia de R$ 200 mil a R$ 400 mil por quilômetro.

A emenda poderá, assim, bancar até a 6 km de asfaltamento, metade do trecho. Até ontem, ela não havia sido paga pelo governo federal, segundo a ONG Contas Abertas.

Mesmo sendo senador do Rio, Duque destinou também R$ 200 mil para Rio Preto (MG), onde tem um sítio.

Duque afirmou, por meio de sua assessoria, que a emenda para Jaconé foi pedido da Prefeitura de Maricá. Duque não teria levado em conta sua casa na área, tanto que já vendeu outras propriedades ali.

A assessoria disse ainda que a emenda para a cidade mineira foi para beneficiar a Santa Casa de Misericórdia local.

Duque vai comandar o julgamento das representações que pedem a cassação do mandato do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). Na semana passada, ele disse que os atos secretos são uma "bobagem".

Comentários dos leitores
Freddy Grandke (250) 02/02/2010 10h27
Freddy Grandke (250) 02/02/2010 10h27
"servidores que ameaçam recorrer à Justiça contra a implantação do novo sistema por meio do Sindilegis (Sindicato dos Servidores do Poder Legislativo e do Tribunal de Contas da União)".
Quer dizer que apesar de ser funcionário "público" eles não querem estar sob controle. Demitam todos e ai eles vão ver como era bom ser funcionário público.
sem opinião
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Washington Marques (129) 02/02/2010 09h57
Washington Marques (129) 02/02/2010 09h57
A Galera que vai trabalhar na campanha dos senadores para a releição ficaram fora do ponto eletronico. No Senado Federal, quanto maior o cargo do funcionário e do Senador, é que a fiscalização tem que ser maior, uma vez que na rede da tranbicagem peixe pequeno não entra. sem opinião
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Plinio Vieira Soares (2) 01/02/2010 22h54
Plinio Vieira Soares (2) 01/02/2010 22h54
É lamentavel que o ex presidente Jose Sarney nao tenha o menor apesso pela sua biografia; Um politico sem carisma, que para se manter no poder negociou com todos os governos possiveis e aceitou as maiores torpezas podia ao menos na velhice respeitar o papel de homem da transiçao democratica e nao terminar assim como uma das maiores vergonhas da classe politica.
Esta promessa de ponto eletronicao é como a de reforma administrativa no Senado, se o Senado fosse uma empresa ja teria quebrado, sua eficiencia é vergonha para os cidadãos.
Se nosso sistema politico exigisse um numero minimo de votos sem os quais nao se elegeriam um politico poderiamos ter uma camara com 500, ou com 400, ou 300 ou 200 representaantes.
O ex presidente deveria se retirar para Ilha do Calhau e rezar para que o país o esquecesse.
sem opinião
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