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13/04/2004 - 13h10

Waldomiro admite que repassou dinheiro para campanha de Magela

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VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
Enviado especial ao Rio

Em depoimento aos deputados da Assembléia Legislativa do Rio, o ex-assessor do Palácio do Planalto Waldomiro Diniz admitiu hoje ter repassado R$ 100 mil para a campanha do candidato derrotado ao governo do Distrito Federal, Geraldo Magela (PT). Segundo ele, a quantia foi entregue ao tesoureiro da campanha do petista na época, conhecido como Paulinho.

Waldomiro negou, no entanto, ter intermediado campanhas políticas nas eleições de 2002 e disse que o empresário do jogo Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, teria se predisposto a "contribuir" com as campanhas de Benedita da Silva (PT) e Rosinha Matheus (PMDB, então-PSB) no Rio.

"Nunca intermediei recursos para campanhas políticas. O senhor Carlos Cachoeira reiterou: 'quero contribuir com campanhas para o Estado do Rio de Janeiro'. Quero reafirmar: eu não tinha delegação nem de uma nem de outra [Benedita e Rosinha]", disse.

Waldomiro disse que teve cerca de cinco encontros com Cachoeira, duas ou três vezes em Brasília e outras no Rio. "Quero também fazer justiça, porque não houve contato [de Cachoeira] com o senhor Geraldo Magela, não foi apresentado ao Magela, não houve compromisso."

O ex-assessor do Planalto e ex-presidente da Loterj (Loteria do Estado do Rio) disse ainda que assumiu a presidência da loteria ao aceitar um convite pessoal do então governador e atual secretário estadual da Segurança Anthony Garotinho (PMDB). Argumentou que manteve o cargo nos meses da gestão de Benedita devido a sua boa administração.

Propina

Waldomiro negou que tenha pedido propina de 1% da quantia que Cachoeira repassaria às campanhas eleitorais. Ele argumentou que a fita na qual aparece negociando com o empresário foi "premeditada" e que apenas estava defendendo o seu ex-assessor na Loterj Armando Dile --que depois passou a trabalhar para Cachoeira e morreu em 21 de dezembro de 2002.

"Carlos Ramos me disse que gostaria de ter Armando o assessorando. Dile trabalhava comigo com contrato firmado via agência de publicidade [Giovanni, no Rio], era uma consultoria de marketing, da ordem de R$ 12 mil. Descontados os impostos e a comissão da agência, Armando deveria receber algo em torno de R$ 5 mil. Carlos Ramos fez uma proposta para ele que era, no mínimo, o triplo disso. Ele foi trabalhar a convite de Carlos Ramos e não por imposição do presidente da Loterj [na época, o próprio Waldomiro]", disse.

E continuou: "Eu estava ali [aparece na gravação] para ajudar um amigo em dificuldade. Carlos Cachoeira contratou Armando Dile e não mantinha a regularidade de seus pagamentos. A partir daquele momento Carlos Ramos ofereceu a ele [Dile] não mais um salário e sim uma participação no projeto dele, 1%. Mas com uma condição: que eu acertasse, que eu pedisse. O roteiro da conversa foi premeditado".
 

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