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13/04/2004
-
19h45
VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
Enviado especial ao Rio
Exatamente 60 dias após a divulgação de fita de vídeo em que aparece pedindo propina e contribuição de campanha e de sua exoneração da Casa Civil, Waldomiro Diniz afirmou à CPI da Assembléia do Rio "ser vítima de chantagem" do empresário do jogo Carlinhos Cachoeira, por supostamente não o ter beneficiado em negociações sobre casas de bingo enquanto já ocupava cargo de confiança no governo Luiz Inácio Lula da Silva.
Com os olhos marejados e de voz embargada, o ex-assessor do ministro José Dirceu se disse "refém de uma engenharia criminosa".
"Eu não cedi naquilo que ele [Cachoeira] não tinha direito. Ele se sentiu prejudicado, e, por isso, usou outros subterfúgios. Eu virei refém dessa situação. (...) Eu estou dizendo ao senhor e quero dizer ao Brasil que eu fui, estou sendo, chantageado. (...) Estou sendo chantageado, desculpe-me a emoção".
Devido a diversas contradições de Waldomiro em relação ao depoimento dado por Cachoeira à CPI na semana passada --sobretudo acerca das contribuições de campanha--, o presidente da comissão, deputado Alessandro Calazans (PV), vai pedir uma acareação entre os dois, ainda sem data marcada. Ambos concordaram.
Em seu depoimento, Waldomiro afirmou ter repassado R$ 100 mil para a campanha do candidato derrotado em 2002 ao governo do Distrito Federal, Geraldo Magela (PT). Segundo ele, a quantia foi entregue ao tesoureiro da campanha do petista na época, Paulo Guilherme Waisros Pereira, o Paulinho.
No final da tarde, em entrevista coletiva em Brasília, Magela negou que tenha recebido qualquer colaboração para a sua campanha por parte do ex-assessor da Casa Civil Waldomiro. Chegou a chamar Waldomiro de "desonesto" e "mau-caráter" e revelou que vai protocolar uma ação de reparação de danos morais na Justiça por calúnia e difamação contra o ex-assessor do Planalto.
Cachoeira, em depoimento dado à CPI, na semana passada, nega que tenha contribuído com campanhas eleitorais.
Sobre o 1% que pede a Cachoeira, Waldomiro alega que pretendia ajudar "um amigo em dificuldade". A declaração foi dada em referência ao publicitário Armando Dile, morto em um acidente de carro em dezembro de 2002. Segundo ele, o roteiro da conversa em que pede dinheiro, revelado pela reportagem da revista "Época", foi premeditado.
De acordo com a versão dada por Waldomiro, Dile, então assessor de Cachoeira, não vinha recebendo salários regularmente e por esse motivo decidiu ajudá-lo.
"Carlos Cachoeira contratou Armando Dile e não mantinha a regularidade de seus pagamentos. A partir daquele momento, Cachoeira ofereceu a ele [Dili] não mais uma salário, e sim uma participação no projeto [exploração de jogos no Rio]. Mas com uma condição: que eu acertasse, que eu pedisse".
Alma quebrada
No início do depoimento, pediu para fazer considerações iniciais antes de ser interrogado. Disse ter cometido um "pecado", que Cachoeira é "inescrupuloso", que se sente "envergonhado" e de "alma quebrada e pediu desculpas "aos que depositaram total confiança e que hoje são cobrados como se beneficiários fossem de meus atos".
"Quero afirmar que não tenho medo de ser investigado. Estou pronto [para ser investigado]. Não usarei subterfúgios. O medo não protege ninguém. Estou à disposição para falar a verdade", declarou com a voz embargada.
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Enviado especial ao Rio
Exatamente 60 dias após a divulgação de fita de vídeo em que aparece pedindo propina e contribuição de campanha e de sua exoneração da Casa Civil, Waldomiro Diniz afirmou à CPI da Assembléia do Rio "ser vítima de chantagem" do empresário do jogo Carlinhos Cachoeira, por supostamente não o ter beneficiado em negociações sobre casas de bingo enquanto já ocupava cargo de confiança no governo Luiz Inácio Lula da Silva.
Com os olhos marejados e de voz embargada, o ex-assessor do ministro José Dirceu se disse "refém de uma engenharia criminosa".
"Eu não cedi naquilo que ele [Cachoeira] não tinha direito. Ele se sentiu prejudicado, e, por isso, usou outros subterfúgios. Eu virei refém dessa situação. (...) Eu estou dizendo ao senhor e quero dizer ao Brasil que eu fui, estou sendo, chantageado. (...) Estou sendo chantageado, desculpe-me a emoção".
Devido a diversas contradições de Waldomiro em relação ao depoimento dado por Cachoeira à CPI na semana passada --sobretudo acerca das contribuições de campanha--, o presidente da comissão, deputado Alessandro Calazans (PV), vai pedir uma acareação entre os dois, ainda sem data marcada. Ambos concordaram.
Em seu depoimento, Waldomiro afirmou ter repassado R$ 100 mil para a campanha do candidato derrotado em 2002 ao governo do Distrito Federal, Geraldo Magela (PT). Segundo ele, a quantia foi entregue ao tesoureiro da campanha do petista na época, Paulo Guilherme Waisros Pereira, o Paulinho.
No final da tarde, em entrevista coletiva em Brasília, Magela negou que tenha recebido qualquer colaboração para a sua campanha por parte do ex-assessor da Casa Civil Waldomiro. Chegou a chamar Waldomiro de "desonesto" e "mau-caráter" e revelou que vai protocolar uma ação de reparação de danos morais na Justiça por calúnia e difamação contra o ex-assessor do Planalto.
Cachoeira, em depoimento dado à CPI, na semana passada, nega que tenha contribuído com campanhas eleitorais.
Sobre o 1% que pede a Cachoeira, Waldomiro alega que pretendia ajudar "um amigo em dificuldade". A declaração foi dada em referência ao publicitário Armando Dile, morto em um acidente de carro em dezembro de 2002. Segundo ele, o roteiro da conversa em que pede dinheiro, revelado pela reportagem da revista "Época", foi premeditado.
De acordo com a versão dada por Waldomiro, Dile, então assessor de Cachoeira, não vinha recebendo salários regularmente e por esse motivo decidiu ajudá-lo.
"Carlos Cachoeira contratou Armando Dile e não mantinha a regularidade de seus pagamentos. A partir daquele momento, Cachoeira ofereceu a ele [Dili] não mais uma salário, e sim uma participação no projeto [exploração de jogos no Rio]. Mas com uma condição: que eu acertasse, que eu pedisse".
Alma quebrada
No início do depoimento, pediu para fazer considerações iniciais antes de ser interrogado. Disse ter cometido um "pecado", que Cachoeira é "inescrupuloso", que se sente "envergonhado" e de "alma quebrada e pediu desculpas "aos que depositaram total confiança e que hoje são cobrados como se beneficiários fossem de meus atos".
"Quero afirmar que não tenho medo de ser investigado. Estou pronto [para ser investigado]. Não usarei subterfúgios. O medo não protege ninguém. Estou à disposição para falar a verdade", declarou com a voz embargada.
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