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17/04/2004 - 05h55

Lula cede, e PMDB leva presidência do INSS

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da Folha de S.Paulo, em Brasília

Sob pressão do PMDB, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recuou e prometeu nomear o ex-senador Carlos Bezerra (MT) para a presidência do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). O nome de Bezerra havia sido vetado pelos órgãos de informação.

Lula deu o sinal verde para a nomeação de Bezerra após jantar anteontem com a cúpula do PMDB no Palácio da Alvorada. Com uma lista de cargos federais na mão, o presidente arbitrou uma a uma as pendências do partido, que têm mais de seis meses.

O líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), advertiu para a eventual repercussão negativa da nomeação de Bezerra. O líder do PMDB, Renan Calheiros (AL), disse que a indicação era unânime da bancada do Senado, que assumiria a responsabilidade por ele. "Qualquer problema, o senhor demite", disse, segundo relato de presentes.

Segundo o PMDB, Bezerra tivera seu nome envolvido com João Arcanjo Ribeiro, acusado de ser um dos cabeças do crime organizado em Mato Grosso, porque um cheque seu fora encontrado na firma de factoring de Arcanjo. Aos colegas, ele diz não estar envolvido em irregularidades.

O ministro Amir Lando (Previdência), que chegou a ameaçar deixar o cargo por não ter autonomia para nomear seus auxiliares, terá de assinar com Lula o decreto de nomeação do ex-senador. Ontem, ele não disse uma palavra, a favor ou contra, sobre a indicação de Carlos Bezerra.

A partilha dos cargos foi feita após o jantar. O INSS encabeçava a lista, que tinha uma vice-presidência e duas superintendências da Caixa Econômica Federal, duas diretorias do Banco do Brasil, duas dos Correios, a presidência da Eletrobras e uma diretoria da Eletrosul. Ficou acertado que em dez dias Aldo Rebelo (Coordenação Política) e José Dirceu (Casa Civil) encaminharão as nomeações solicitadas por Calheiros para a Caixa, José Sarney (AP) e Ney Suassuna (PB), para os Correios e novamente de Sarney para a presidência da Eletrobras. Silas Rondeau, atual presidente da Eletronorte, comandará a Eletrobras.

Lula pediu que o governador de Santa Catarina, Luiz Henrique (PMDB), e a bancada do PMDB se entendam sobre a Eletrosul: eles divergem sobre a vaga. As duas diretorias do Banco do Brasil serão partilhadas pelas bancadas do Senado e da Câmara.

Mais complexo é o quebra-cabeças da Dataprev (processamento de dados da Previdência). Na reunião ficou decidido que o PT manterá o presidente, que é ligado ao assessor da Casa Civil, Marcelo Sereno, mas terá de ceder as diretorias. As indicações são dos senadores Suassuna, Romero Jucá (RR) e de Luiz Otávio (PA). O PT tenta manter uma diretoria (as decisões da Dataprev são tomadas por um colegiado). Com três delas, o PMDB seria majoritário.

Ficou acertado também que o PMDB, por ora, não entrará na Secretaria de Previdência Complementar, sob a influência do ministro Luiz Gushiken.

Do jantar participaram Dirceu, Aldo, Lando, Eunício Oliveira (Comunicações), Sarney, o presidente do PMDB, Michel Temer, e os líderes no Senado, Calheiros, e na Câmara, José Borba (PR).
 

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