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23/04/2004 - 18h55

Lula frustra sindicatos, e salário mínimo não deve passar de R$ 260

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RICARDO MIGNONE
da Folha Online, em Brasília

Após reunião que durou mais de duas horas, nesta sexta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu adiar para a próxima semana o anúncio do reajuste do salário mínimo, atualmente em R$ 240, e que dificilmente passará dos R$ 260, conforme noticiado durante toda a semana.

No encontro, Lula frustrou as reivindicações das centrais sindicais, que pediam que um mínimo entre R$ 270 a R$ 300, e mediou mais uma queda-de-braço entre os integrantes da área econômica e da ala do governo que defende um aumento salarial consistente.

Lula chegou a cogitar uma "proposta salomônica", em que o mínimo ficaria em R$ 265 --um meio termo entre as duas partes--, no entanto, foi mais uma vez advertido sobre o impacto nas contas da Previdência pelo ministro Guido Mantega (Planejamento) e pelo secretário da Fazenda Bernard Appy, representante do ministro Antonio Palocci no encontro.

Cada R$ 1 de aumento do mínimo acima de R$ 256 têm um custo de R$ 143 milhões para a Previdência.

O mais provável é que o mínimo não passe mesmo dos R$ 260. A compensação viria pelo aumento no salário-família, que tem impacto fiscal menor. Hoje o benefício é de R$ 13,48 por criança de até 14 anos, mas pode chegar a até R$ 25.

A dificuldade na negociação era tamanha que o próprio ministro da Previdência, Amir Lando, sequer participou ou mandou representante para o encontro. A assessoria de imprensa da pasta informou que ele passou o dia em Rondônia, Estado no qual foi eleito senador, resolvendo problemas pessoais.

A reunião teve a presença dos ministros José Dirceu (Casa Civil), Luiz Dulci (Secretaria-Geral), José Viegas (Defesa), Ricardo Berzoini (Trabalho), Luiz Gushiken (Comunicação de Governo) e Aldo Rebelo (Coordenação Política).

Lula também foi orientado pelo ministro Aldo Rebelo (Coordenação Política) a deixar o anúncio para o final do mês. Além de ser considerada uma notícia negativa, o anúncio pode gerar protestos e acabar estendendo a paralisia do Congresso, que nesta semana praticamente não votou nada. Os aliados defendiam um mínimo de R$ 280.

O presidente embarca nesta noite para São Paulo para ir ao velório de seu cunhado, Antonio Moreno, e deverá passar o fim de semana em seu apartamento, em São Bernardo do Campo (ABC paulista).

Na segunda-feira, Lula visitará a fábrica da DaimlerChrysler (Mercedes-Benz), onde será lançado o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência 192. A visita deverá ocorrer entre às 10h e às 11h30. Em seguida, o presidente retornará a Brasília.
 

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