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11/05/2004 - 05h46

Serra decide ser candidato à Prefeitura de São Paulo

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FERNANDO DE BARROS E SILVA
JULIA DUAILIBI
da Folha de S.Paulo

O tucano José Serra, presidente nacional do PSDB, decidiu que será candidato à sucessão de Marta Suplicy (PT) em São Paulo. O anúncio de que irá concorrer à prefeitura deve ser feito até o final da semana, provavelmente na quinta-feira. Ontem, o tucano disse a correligionários que "tudo caminha nesse sentido", segundo a Folha apurou.

Uma vez anunciada, a decisão anula automaticamente a pré-convenção entre os outros quatro nomes tucanos, prevista para domingo. Nela, o atual secretário de Segurança Pública do Estado, Saulo de Castro Abreu Filho, era o favorito para sair vitorioso.

Derrotado por Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno da eleição presidencial de 2002, Serra é o único nome de consenso entre os tucanos, diante de quem os demais pré-candidatos abrirão mão da disputa pela prefeitura.

Nas últimas semanas, Serra conversou com vários aliados e amigos, analisou pesquisas eleitorais encomendadas pelo PSDB e pesou prós e contras, levando em conta tanto o mapa de pré-candidatos como a conjuntura política.

A divulgação --na sexta-feira pelo "Jornal Nacional" e no fim de semana pela revista "Veja"-- de novos documentos que evidenciam a existência de contas bancárias no exterior em nome do ex-prefeito Paulo Maluf tem influência sobre a definição de Serra.

O enfraquecimento político do pré-candidato do PP tende a transformar o tucano no principal adversário de Marta, que tenta a reeleição. Segundo a última pesquisa do Datafolha, do final de março, Maluf aparece com 24%, Serra, com 22%, e Marta, com 17% --dentro de uma margem de erro de três pontos percentuais.

Mesmo que Maluf se mantenha na disputa, como vem dizendo nos últimos dias a correligionários, avalia-se entre tucanos e petistas que sua candidatura não resistirá à exposição na mídia.

A presença de Serra altera o xadrez das candidaturas e das alianças partidárias, além de conferir um peso político ainda mais decisivo à disputa pela maior capital do país. A tendência de que a eleição paulistana seja um plebiscito a respeito do governo Lula cresce muito.

Parte da demora do tucano a admitir sua candidatura se devia justamente ao fato de que tanto o governo do Estado como a própria Presidência estavam entre seus planos políticos para 2006. Sua decisão de concorrer agora adia --ou congela por ora-- essas duas possibilidades.

Pressão de Alckmin

O "timing" da definição de Serra foi precipitado pela pressão do governador Geraldo Alckmin, que insistiu, à revelia do presidente do PSDB, em manter a pré-convenção para este domingo.

Ontem, no início da tarde, Alckmin disse à Folha que a única maneira de a pré-convenção não ocorrer seria Serra anunciar antes disso que será o candidato.

"Nós esperamos até o final da semana uma fumaça branca. Evidente que, se houver um entendimento até lá em torno de um único pré-candidato, não há necessidade de fazer pré-convenção, vai direto para a convenção", disse Alckmin. Na noite de anteontem, o governador esteve reunido com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o secretário da Casa Civil, Arnaldo Madeira, para tratar da eleição em São Paulo.

Indagado se Serra já o teria procurado para dizer se pretende ser candidato, o governador declarou: "Só o [ex-]senador pode responder. Serra não é o nome só do PSDB. Acho que a população o quer. É um nome nacional, uma pessoa extremamente qualificada, com força eleitoral".

A realização da pré-convenção havia sido bombardeada principalmente por deputados ligados ao presidente do PSDB. A data de domingo acabou colocando um prazo para que o ex-ministro se definisse antes do que queria.

Ficam, porém, algumas arestas a serem aparadas. Os tucanos que se colocaram na disputa --os deputados federais Walter Feldman e Zulaiê Cobra e o ex-presidente do PSDB José Aníbal-- questionam a forma como o governador de São Paulo conduziu o processo e trabalhou a favor de Saulo.

Serra já disputou a Prefeitura de São Paulo duas vezes. Em 1988, o tucano ficou em quarto lugar, com 290.815 votos, atrás de Luiza Erundina, que se elegeu pelo PT, de Paulo Maluf (então no PPB), e de João Leiva (PMDB). Em 1996, deixou o Ministério do Planejamento do governo FHC para concorrer de novo. Ficou em terceiro lugar, atrás de Luiza Erundina (PT) e de Celso Pitta (pelo então PPB), que se elegeu apoiado por Maluf.
 

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