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12/05/2004
-
13h08
RICARDO MIGNONE
da Folha Online, em Brasília
O presidente Luís Inácio Lula da Silva afirmou hoje aos líderes dos partidos que sustentam o seu governo na Câmara que não recuaria da decisão de cancelar o visto do correspondente do jornal americano "The New York Times", Larry Rohter, segundo relato de deputados que participaram da reunião com o presidente nesta manhã.
De acordo com os líderes aliados ouvidos pela Folha Online na saída do encontro, Lula teria dito que o jornalista foi "maldoso" e ironizou a reportagem: "com esse jornalista eu nunca tomei um guaraná".
Ontem, o Ministério da Justiça cancelou o visto temporário do jornalista, em retaliação à reportagem publicada no último domingo, na qual afirmava que o presidente Lula abusava de bebidas fortes.
Em nota divulgada, o ministério classificou a reportagem como "leviana" e disse considerar "inconveniente" a presença do repórter no país.
Congresso
A expulsão de Larry Rohter também causou reações no Congresso. Houve críticas tanto da oposição quanto de aliados. O líder do PFL no Senado, José Agripino (RN), afirmou que o governo agiu com "truculência" ao cancelar o visto do jornalista. O pefelista declarou que Larry Rohter tem toda a possibilidade, se quiser, de conseguir um recurso judicial contra a decisão.
"O governo agiu mal, de forma truculenta. A decisão fere profundamente a imagem do Brasil no exterior. Com a decisão, fica empatado o jogo, mas perde mais quem reagiu da maneira como o governo reagiu", disse Agripino.
A repercussão também foi negativa entre petistas. O deputado Chico Alencar (PT-RJ) declarou que o governo cometeu um gesto arbitrário que não colabora para agregar a base aliada.
"Não sei de quem foi essa idéia. Como o governo consegue agregar todo mundo num dia e no dia seguinte separar? O governo não peita o FMI [Fundo Monetário Internacional] e os Estados Unidos em decisões macro e então fica fazendo esse tipo de gesto arbitrário. Que processe ele, mas é arbitrário expulsar", afirmou o petista.
O ex-radical petista, deputado João Fontes (sem partido-SE), declarou que a expulsão de Larry Rohter mostrou a "índole autoritária" do governo Lula. "Tiraram a máscara e revelaram a índole autoritária do governo Lula."
O líder do PT na Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), disse que liberdade de imprensa não pode ser confundida com impunidade. "Um ataque como aquele deveria ter uma resposta", declarou.
Reunião
Foi cancelada a reunião de Lula com a embaixadora dos Estados Unidos no Brasil, Donna Hrinak. Segundo a assessoria de imprensa da Presidência, o encontro foi suspenso a pedido da embaixadora, devido a problemas de agenda. A embaixada americana informou que Donna Hrinak está em Porto Alegre (RS).
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da Folha Online, em Brasília
O presidente Luís Inácio Lula da Silva afirmou hoje aos líderes dos partidos que sustentam o seu governo na Câmara que não recuaria da decisão de cancelar o visto do correspondente do jornal americano "The New York Times", Larry Rohter, segundo relato de deputados que participaram da reunião com o presidente nesta manhã.
De acordo com os líderes aliados ouvidos pela Folha Online na saída do encontro, Lula teria dito que o jornalista foi "maldoso" e ironizou a reportagem: "com esse jornalista eu nunca tomei um guaraná".
Ontem, o Ministério da Justiça cancelou o visto temporário do jornalista, em retaliação à reportagem publicada no último domingo, na qual afirmava que o presidente Lula abusava de bebidas fortes.
Em nota divulgada, o ministério classificou a reportagem como "leviana" e disse considerar "inconveniente" a presença do repórter no país.
Congresso
A expulsão de Larry Rohter também causou reações no Congresso. Houve críticas tanto da oposição quanto de aliados. O líder do PFL no Senado, José Agripino (RN), afirmou que o governo agiu com "truculência" ao cancelar o visto do jornalista. O pefelista declarou que Larry Rohter tem toda a possibilidade, se quiser, de conseguir um recurso judicial contra a decisão.
"O governo agiu mal, de forma truculenta. A decisão fere profundamente a imagem do Brasil no exterior. Com a decisão, fica empatado o jogo, mas perde mais quem reagiu da maneira como o governo reagiu", disse Agripino.
A repercussão também foi negativa entre petistas. O deputado Chico Alencar (PT-RJ) declarou que o governo cometeu um gesto arbitrário que não colabora para agregar a base aliada.
"Não sei de quem foi essa idéia. Como o governo consegue agregar todo mundo num dia e no dia seguinte separar? O governo não peita o FMI [Fundo Monetário Internacional] e os Estados Unidos em decisões macro e então fica fazendo esse tipo de gesto arbitrário. Que processe ele, mas é arbitrário expulsar", afirmou o petista.
O ex-radical petista, deputado João Fontes (sem partido-SE), declarou que a expulsão de Larry Rohter mostrou a "índole autoritária" do governo Lula. "Tiraram a máscara e revelaram a índole autoritária do governo Lula."
O líder do PT na Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), disse que liberdade de imprensa não pode ser confundida com impunidade. "Um ataque como aquele deveria ter uma resposta", declarou.
Reunião
Foi cancelada a reunião de Lula com a embaixadora dos Estados Unidos no Brasil, Donna Hrinak. Segundo a assessoria de imprensa da Presidência, o encontro foi suspenso a pedido da embaixadora, devido a problemas de agenda. A embaixada americana informou que Donna Hrinak está em Porto Alegre (RS).
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