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14/06/2004 - 12h57

Lula pede ambição e vontade política aos países em desenvolvimento

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ELAINE COTTA
da Folha Online

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu mais ambição e vontade política por parte dos países pobres, como saída para a redução das desigualdades no fluxo de comércio com as nações desenvolvidas. Lula sugeriu ainda que a revitalização do chamado sistema geral de preferências comerciais seria o melhor caminho para aumentar o intercâmbio com as nações mais ricas.

Lula defendeu também que as nações em desenvolvimento os países ricos e pobres promovam um comércio de complementaridade e que resulte em ganhos "eqüitativos" para todas as nações. As declarações foram feitas pelo presidente na abertura do seminário que discutirá a nova geografia do comercio durante 11¦ Conferência Geral da Unctad (Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento).

Lula citou dados da própria Unctad que mostram que uma redução de 30% nas tarifas preferenciais aumentaria em até US$ 8,5 bi o comércio entre os países considerados do Sul, ou seja, nações em desenvolvimento.

"Uma redução tarifária de 50% geraria um aumento do comércio em até US$ 18 bi", disse Lula. "Em primeiro lugar, só alcançaremos nossos objetivos se estivermos a vontade política de sermos ambiciosos. Para que todos possam beneficiar-se, é preciso que os ganhos sejam eqüitativos", afirmou o presidente.

Entre outros dados de comércio citados pelo presidente, está o número da Unctad que mostra que, em meados da década de 80, os países do Sul eram responsáveis por 20% do comércio global. Hoje, a participação é de 30%.

As exportações de produtos manufaturados cresceram dos 20% na década de 80 para 70% em 2000.

"Está surgindo uma nova geografia econômica, em particular no comércio mundial, resultante, entre outros fatores, do aumento das trocas comerciais entre os países em desenvolvimento", disse Lula. O presidente afirmou ainda que essa "nova geografia" não seria uma substituição do intercâmbio, hoje existente entre os países desenvolvidos e os em desenvolvimento.

"O Norte desenvolvido continuará sendo parceiro valorizado e indispensável. Temos plena consciência de sua importância como destino para nossas exportações e como fonte de investimento e tecnologia de ponta. Queremos, porém, criar novas oportunidades e encorajar parcerias que explorem as complementaridades entre as economias do Sul", disse.

Lula citou ainda que, nos anos 90, a porcentagem do intercâmbio entre os países do Sul no comércio total dos países em desenvolvimento era de 34%. Hoje, esse percentual já alcança os 43%. Enquanto o comércio mundial cresceu em média 5% ao ano nos anos 90, o comércio entre os países do Sul no mesmo período teve expansão de 10%.

"Isso não nos desobriga de examinar maneiras consistentes de oferecer concessões mais favoráveis aos países de menor desenvolvimento. A nova geografia econômica e comercial que queremos construir é, sobretudo, a geografia da cooperação e da solidariedade", disse.

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