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15/06/2004 - 14h13

Lula volta a cobrar flexibilidade do FMI na contabilidade dos gastos

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SILVIO NAVARRO
da Folha Online

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a cobrar hoje flexibilidade do FMI (Fundo Monetário Internacional) nas negociações com países em desenvolvimento. Em discurso na Unctad (Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento), ele reivindicou que os investimentos em infra-estrutura não sejam contabilizados como gastos.

"Os critérios do FMI para os países em desenvolvimento devem ser adaptados, de modo que os investimentos em infra-estrutura não sejam contabilizados como gastos", disse, em pronunciamento que abriu uma mesa de debates sobre mecanismos de financiamento do desenvolvimento, ao lado do secretário-geral da ONU, Kofi Annan.

Lula afirmou que enviou mensagem a todos os presidentes que têm influência no FMI pedindo que orientassem seus representantes a defenderem a distinção dos gastos. "[É preciso] Levar em conta a necessidade de diferenciação do chamado gasto com uma piscina feita na casa de uma autoridade e o gasto feito numa hidroelétrica, numa hidrovia ou numa ferrovia."

O presidente afirmou ainda que a nova agenda de desenvolvimento "deve incluir entre seus objetivos a promoção de um comércio mais justo e de fluxos financeiros internacionais mais estáveis".

Disse também que é preciso "brigar" um pouco para que isso possa acontecer. "Afinal de contas, ninguém segue a ninguém se não houver um pouco de briga e uma boa briga sempre faz bem para o fortalecimento da democracia e também das instituições de financiamento do setor produtivo no mundo."

Fome

O discurso de Lula novamente foi focado na necessidade de uma mobilização mundial para combater a fome. Disse que os governantes deveriam priorizar a erradicação da fome na elaboração dos seus orçamentos. "A fome passa a ser responsabilidade daqueles que comem."

Ao falar do dinheiro destinado às ações nessa área, Lula disse que os US$ 50 bilhões destinados pelo Banco Mundial e pela ONU são "modestos" comparados aos "trilhões gastos com guerras e armamentos" e que "as guerras não matam tanto quanto a fome."

"O desafio, na verdade, é criar as condições de convencer os governantes do mundo a entenderem que a fome é o que mais mata gente no mundo, hoje. Possivelmente, as guerras não consigam matar a quantidade de pessoas que a fome mata, com um agravante: a fome mata pessoas inocentes, mata crianças e, às vezes, mata o feto quando ainda está na barriga da mãe" afirmou.

Sobre sua gestão, prometeu antecipar a meta de atender a 11 milhões de famílias que vivem abaixo da linha de pobreza no país, inicialmente prevista para o final do seu mandato, em 2006. Segundo ele, desde o início do seu governo já contemplou 4,5 milhões de famílias, número que subirá para 6,5 milhões até dezembro.

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