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29/06/2004 - 22h00

Justiça decreta prisão de suposto ex-gerente ligado ao 'comendador Arcanjo'

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HUDSON CORRÊA
da Agência Folha, em Campo Grande

O juiz Julier Sebastião da Silva, da 1ª Vara Federal de Cuiabá (MT), decretou a prisão temporária de Eduardo Labella, ex-gerente do BankBoston e do Deutsche Bank, em Montevidéu, no Uruguai. O juiz informou não saber a nacionalidade do ex-gerente.

O mandado de prisão é do dia 1º de junho, mas foi divulgado apenas hoje.
Labella, segundo o juiz, participava da organização criminosa do ex-policial civil João Arcanjo Ribeiro, condenado em dezembro passado a 37 anos de prisão por lavagem de dinheiro, crime contra o sistema financeiro e por chefiar quadrilha.

A prisão foi decretada porque o juiz recebeu informação do Ministério Público de que Labella estava morando no Paraná.

Em seguida, a Justiça descobriu que se tratava de uma pessoa com o mesmo nome, mas o mandado de prisão permanece valendo, ou seja, Labella será preso se for encontrado no país.

Segundo a Justiça Federal, Labella pode estar morando em Genebra, na Suíça, onde foi gerente do Deutsche Bank.

Arcanjo está preso desde abril de 2003 em Montevidéu, no Uruguai, por uso de documento falso.

Em agosto de 2003, a Folha publicou que documentos recebidos pela Justiça Federal em Mato Grosso apontam que Arcanjo Ribeiro movimentou US$ 69,8 milhões nas agências do Deutsche Bank e do BankBoston, em Montevidéu e em Nova York (EUA), de setembro de 1999 a dezembro de 2002. Na Suíça, segundo o juiz, a organização de Arcanjo depositou R$ 630 mil.

"Mudando o requerido [Labella] de banco e de país, seguiam com ele as contas e valores manejados pela organização criminosa capitaneada por Arcanjo", afirmou Silva.

"Restou evidenciado ser ele [Labella] um 'expert' na condução de operações financeiras criminosas, ao menos em tese, suspeitas de propiciarem a lavagem de dinheiro", disse o juiz.

Silva recebeu comprovante do depósito de US$ 47.368.304,54 feito pela Aveyron, empresa de Arcanjo, na agência do Deutsche Bank, em Nova York. O documento, de acordo com o juiz, mostra que o dinheiro foi parar nas Ilhas Cayman.

A movimentação ocorreu no período de novembro a dezembro de 2002. Arcanjo fez ainda quatro operações no valor de US$ 22.502.214,89 de setembro a dezembro de 1999 no Bank Boston, no Uruguai.

A partir das 18h25, quando soube da decisão do juiz, a Agência Folha tentou, mas não conseguiu contato com representantes do BankBoston e do Deutsche Bank para comentar o caso.

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