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11/09/2009 - 11h46

Manifestantes protestam no Congresso pela votação da PEC sobre cerrado e caatinga

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MÁRCIO FALCÃO
GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília

Na tentativa de conquistar o compromisso de deputados e senadores para a votação da PEC (Proposta de Emenda Constitucional) que transforma o cerrado e a caatinga em patrimônio nacional, cerca de 400 pessoas --entre elas 50 índios-- fazem um protesto nesta sexta-feira em frente ao Congresso Nacional. Os manifestantes escreveram no gramado do prédio a expressão: "SOS cerrado".

Como sexta-feira é um dia que a maior parte dos parlamentares não estão em Brasília, os manifestantes foram recebidos pela senadora Fátima Cleide (PT-RO) e os deputados Rômulo Gouvêia (PSDB-PB) e Eduardo Gomes (PSDB-TO). Os manifestantes entregaram duas toras de uma árvore típica do cerrado aos parlamentares.

"A nossa manifestação é pacífica, queremos apenas o compromisso de que essa PEC será votada. Essa proposta aguarda ser votada desde 1995 e nada mais justo do que no dia que se comemora o cerrado, nós nos reunirmos e cobrarmos uma definição dos políticos", disse Aldo Pereira, representante do movimento Mobilização dos Povos Indígenas do Cerrado.

Segundo Pereira, o protesto foi programado para encerrar o 4º Encontro Nacional e Feira dos Povos do Cerrado, que discutiu nesta semana, em Brasília, formas de preservação da região.

Reportagem da Folha publicada hoje mostra que o cerrado perdeu nos últimos anos uma área de vegetação nativa ainda maior: a diferença registrada pelos satélites entre 2002 e 2008 é proporcional a 12 vezes a cidade de São Paulo, de acordo com levantamento divulgado pelo Ministério do Meio Ambiente.

Por ano, o cerrado perdeu, em média, 21.260 quilômetros quadrados de vegetação original, abrindo mais espaço para a plantação de grãos ou servindo à produção de carvão. O ritmo do desmatamento equivale a mais que o dobro da previsão de abate de árvores na Amazônia em 2009.

Medido em emissões de gás carbônico --o vilão do aquecimento global--, o impacto do desmatamento do cerrado é equivalente ao da devastação na floresta e supera as emissões da indústria brasileira e de todo o setor de transportes juntos: 350 milhões de toneladas de carbono por ano, em média, segundo o ministério.

De acordo com o levantamento, o cerrado já perdeu quase metade (48,2%) da sua vegetação original. A maior parte da devastação ocorreu entre as décadas de 70 e 90, quando o bioma era visto como principal fronteira agrícola do país, e sua ocupação foi estimulada pelo governo. Mas o ritmo continua acelerado e, em apenas seis anos, o cerrado perdeu o equivalente a metade do Estado de São Paulo de sua vegetação nativa.

 

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