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22/07/2004
-
23h52
HUDSON CORRÊA
da Agência Folha, em Campo Grande
O vice-presidente da Funai (Fundação Nacional do Índio), Roberto Aurélio Lustosa Costa, 52, disse que o órgão está preocupado em "acabar com essa coisa das terras indígenas virarem refúgio para marginais e pessoas que cometem crimes".
Lustosa citou a reserva indígena de Dourados (a 218 km de Campo Grande, MS), onde, segundo ele, há de "bocas de fumo" (pontos de venda de drogas) a oficinas de desmanche de carros roubados.
Além dessa área indígena em Mato Grosso do Sul, Lustosa menciona o caso dos índios trukás, na Ilha de Assunção, em Cabrobó (a 586 km de Recife, PE).
Em abril de 2003, a Folha publicou que a ação de traficantes de drogas na reserva, situada no chamado Polígono da Maconha, em Pernambuco, levou os índios a se submeterem a um toque de recolher por medida de segurança.
Em Dourados, a Funai, junto com as polícias Federal, Militar e Civil, começou na segunda-feira passada uma operação para impedir a entrada de não-índios na área de 3.600 ha, onde vivem 11 mil indígenas, segundo Lustosa. Outro objetivo é retirar "os brancos" que moram na reserva.
No primeiro dia, foram detidas quatro pessoas com maconha na área. A operação diária envolverá sempre quatro funcionários da Funai acompanhados de dois policiais durante seis meses.
A reserva indígena é pequena em tamanho. Se fosse um assentamento, o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) poderia assentar no máximo 150 famílias.
Embora seja pequena, a terra indígena deve ser a maior em número de índios no Brasil. Lá convivem as etnias guaranis, caiuás e terenas. "Eu não tenho notícia de outra mais populosa", afirma Lustosa. Segundo ele, para fugir de investigações da polícia, criminosos foram morar na reserva e envolveram os índios com tráfico de drogas.
O delegado Oduvaldo de Oliveira Pompeu, 57, da Polícia Civil, disse que já encontrou plantas de maconha sendo cultivadas em vasos dentro da reserva por índios.
A área está a 100 km do Paraguai. Na região de fronteira, segundo o juiz federal Odilon de Oliveira, ocorre o cultivo da maconha. De junho de 2003 a maio deste ano, a PF apreendeu 73,4 toneladas de maconha vinda do Paraguai.
Outro problema na reserva é a venda de bebidas alcoólicas aos índios, o que é proibido por lei.
O alcoolismo, segundo Pompeu, "causou vários homicídios neste ano". No dia 16, morreram decapitados Sílvia Isnarde, 16, e Sérgio Cabreira, 15. Os dois eram primos e foram assassinados em local próximo à escola da aldeia.
O acusado do crime é Reginaldo Vilalba, 24, que estaria bêbado ao supostamente cometer o assassinado, informou o delegado.
Especial
Arquivo: veja o que já foi publicado sobre a Funai
Vice da Funai quer acabar com crime em reservas indígenas
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da Agência Folha, em Campo Grande
O vice-presidente da Funai (Fundação Nacional do Índio), Roberto Aurélio Lustosa Costa, 52, disse que o órgão está preocupado em "acabar com essa coisa das terras indígenas virarem refúgio para marginais e pessoas que cometem crimes".
Lustosa citou a reserva indígena de Dourados (a 218 km de Campo Grande, MS), onde, segundo ele, há de "bocas de fumo" (pontos de venda de drogas) a oficinas de desmanche de carros roubados.
Além dessa área indígena em Mato Grosso do Sul, Lustosa menciona o caso dos índios trukás, na Ilha de Assunção, em Cabrobó (a 586 km de Recife, PE).
Em abril de 2003, a Folha publicou que a ação de traficantes de drogas na reserva, situada no chamado Polígono da Maconha, em Pernambuco, levou os índios a se submeterem a um toque de recolher por medida de segurança.
Em Dourados, a Funai, junto com as polícias Federal, Militar e Civil, começou na segunda-feira passada uma operação para impedir a entrada de não-índios na área de 3.600 ha, onde vivem 11 mil indígenas, segundo Lustosa. Outro objetivo é retirar "os brancos" que moram na reserva.
No primeiro dia, foram detidas quatro pessoas com maconha na área. A operação diária envolverá sempre quatro funcionários da Funai acompanhados de dois policiais durante seis meses.
A reserva indígena é pequena em tamanho. Se fosse um assentamento, o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) poderia assentar no máximo 150 famílias.
Embora seja pequena, a terra indígena deve ser a maior em número de índios no Brasil. Lá convivem as etnias guaranis, caiuás e terenas. "Eu não tenho notícia de outra mais populosa", afirma Lustosa. Segundo ele, para fugir de investigações da polícia, criminosos foram morar na reserva e envolveram os índios com tráfico de drogas.
O delegado Oduvaldo de Oliveira Pompeu, 57, da Polícia Civil, disse que já encontrou plantas de maconha sendo cultivadas em vasos dentro da reserva por índios.
A área está a 100 km do Paraguai. Na região de fronteira, segundo o juiz federal Odilon de Oliveira, ocorre o cultivo da maconha. De junho de 2003 a maio deste ano, a PF apreendeu 73,4 toneladas de maconha vinda do Paraguai.
Outro problema na reserva é a venda de bebidas alcoólicas aos índios, o que é proibido por lei.
O alcoolismo, segundo Pompeu, "causou vários homicídios neste ano". No dia 16, morreram decapitados Sílvia Isnarde, 16, e Sérgio Cabreira, 15. Os dois eram primos e foram assassinados em local próximo à escola da aldeia.
O acusado do crime é Reginaldo Vilalba, 24, que estaria bêbado ao supostamente cometer o assassinado, informou o delegado.
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