Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
22/09/2009 - 09h54

Acre retoma julgamento de Hildebrando por crime da motosserra

Publicidade

da Folha Online

O Tribunal do Júri do Acre retomou nesta terça-feira o julgamento do caso que ficou conhecido como o crime da motosserra. Hildebrando Pascoal, deputado federal cassado e coronel reformado da Polícia Militar, é acusado de matar um homem depois de uma sessão de tortura em que o corpo da vítima foi mutilado.

Ontem, primeiro dia de julgamento, foram ouvidas 15 testemunhas. Após ouvir as testemunhas, Hildebrando prestou depoimento e pediu ao juiz para fazer sua própria defesa. O pedido foi aceito e Hildebrando afirmou ser vítima de uma armação por parte de seus adversários. "Sou vítima das mais sórdidas e mentirosas campanhas na história deste país." Hoje, ele continua a se defender das acusações.

Hildebrando diz ser vítima de armação de seus adversários
Entenda o caso Hildebrando Pascoal
Testemunha de acusação contra família de Hildebrando é assassinada
Hildebrando é condenado a 18,5 anos de prisão por assassinato

Além de Hildebrando, são julgados no Acre Pascoal Nogueira Neto, Adão Libório de Albuquerque e Alex Fernandes. De acordo com a denúncia do Ministério Público Estadual, os réus são acusados da sessão de tortura e assassinato do mecânico Agilson Santos Firmino, o "Baiano", em 3 de julho de 1996.

Antônio Cruz/ABr
Hildebrando Pascoal diz ser vítima de armação de seus adversários
Hildebrando Pascoal diz ser vítima de armação de seus adversários

Segundo a denúncia, ainda vivo, o mecânico teve os olhos perfurados, braços, pernas e pênis amputados com a utilização de uma motosserra, além de um prego cravado na testa. Em seguida, os réus atiraram contra a cabeça do mecânico. A suspeita é que Hildebrando tenha efetuado os disparos.

O que sobrou do corpo de Baiano foi jogado em uma hoje movimentada avenida de Rio Branco. O filho de Baiano, de 13 anos, também foi morto.

Esquadrão da morte

Hildebrando tem uma lista de crimes e condenações tão extensa quanto o número de vítimas executadas pelo esquadrão da morte que liderou. Mesmo preso, já condenado a mais de 80 anos de prisão por dois homicídios, tráfico internacional de drogas, formação de quadrilha e crimes eleitorais (trocava cocaína por votos) e financeiros, ele ainda assusta os moradores do Estado.

Quatro testemunhas do crime da motosserra foram assassinadas --Hildebrando foi condenado por duas dessas mortes.

Três dos 25 pré-selecionados para o Tribunal do Júri pediram para não participar do julgamento, temendo represálias. Os jurados estão hospedados em dois hotéis no centro da capital, sob escolta policial. Um sorteio vai escolher os sete que votarão no julgamento.

O esquema de segurança também foi reforçado --cerca de cem policiais civis, militares e federais, segundo o Tribunal de Justiça, vigiam o Fórum Barão de Rio Branco.

Segundo o Ministério Público, o que motivou Hildebrando a matar Baiano (e a ordenar a morte do filho dele) foi o assassinato de um irmão do então deputado, Itamar.

Baiano trabalhava para o acusado pelo crime; foi morto por não saber o paradeiro do patrão. Já o filho (cujo caso será julgado à parte) morreu porque não sabia dizer aos seus algozes onde estava o pai.

Sanderson Moura, advogado do deputado cassado, diz que não há provas da participação de Hildebrando no crime da motosserra. "Ele é um preso político", afirma, e "fará revelações surpreendentes".

Em muitos dos crimes cometidos pelo esquadrão de Hildebrando (investigadores estimam em quase cem mortes), não se conheceram as causas nem as explicações.

"Era uma espécie de assinatura do grupo: corpos decepados, mutilados, jogados no meio da rua", conta o procurador Samy Barbosa Lopes, coordenador do grupo de combate ao crime organizado do Ministério Público Estadual.

Também são acusados pelo mesmo crime Amaraldo Uchoa Pinheiro, Pedro Bandeira, Aureliano Pascoal, Alípio Ferreira e Sete Pascoal Nogueira --os dois últimos já morreram.

Pinheiro e Pascoal tiveram seus processos desmembrados e serão julgados separadamente em outubro e novembro deste ano. Já Bandeira seria julgado hoje, mas enviou atestado médico alegando que encontra-se internado para tratamento de saúde.

Com Folha de S.Paulo

Comentários dos leitores
joao martins (27) 28/09/2009 16h55
joao martins (27) 28/09/2009 16h55
Deus livre o juiz que soltar ou reduzir a pena desse cara, se por um infortunio do destino o mesmo HOMEMSERRA proceder aos retalhos com a filha do juiz...ou com as pessoas que ajudaram a soltura do COITADINHO.Deus os livrem...Agora, se alguém tiver dó, ou achar que tem solução, leva o coitadinho pra casa, e cuidem bem dele.... sem opinião
avalie fechar
Anevio Bueno (28) 24/09/2009 16h42
Anevio Bueno (28) 24/09/2009 16h42
Este cara vai sair logo da cadeia, todos já sabem como é, não há necessidade de explicar. Esperamos que ai vem "O MASSACRE DA SERRA 2" nas manchetes dos jornais. É esperar para ver. sem opinião
avalie fechar
Liu Lee (1) 24/09/2009 13h39
Liu Lee (1) 24/09/2009 13h39
100 anos, mas vai pegar 1/10 da pena. No Brasil você pode esquartejar uma pessoa viva, mas se for rico ou político não precisa nem lavar suas cuecas na cadeia. Nossos juízes são o que tem de melhor!! Coisa fina, incorruptíveis! Pior é ter que ler essas enrolações de advogados burocratas que se escondem atrás de frases feitas para justificar defesas ridículas. sem opinião
avalie fechar
Comente esta reportagem Veja todos os comentários (41)
Termos e condições
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página