Publicidade
Publicidade
Empresa diz que Suécia tem melhor oferta de caças e promete fabricação no Brasil
Publicidade
GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília
O presidente mundial da Saab, Ake Svensson, disse nesta quinta-feira durante audiência na Comissão de Relações Exteriores do Senado que a Suécia tem a "melhor oferta" para a venda de 36 aviões-caças ao Brasil.
Com a promessa de fabricar as aeronaves em solo brasileiro numa parceria com a Embraer, o presidente da empresa que fabrica os caças suecos Gripen-NG disse que a escolha da aeronave vai gerar empregos no Brasil, além de representar economia para o país.
"É um casamento perfeito porque a Embraer tem mais de 80% na área civil e nós temos mais de 80% na área militar. Temos tecnologia em ambos os lados que podem ser combinadas. Podemos unir forças, portanto sugerimos parceria real para o desenvolvimento do Gripen-NG para o futuro", afirmou.
Svensson disse que o Gripen --que disputa com o francês Rafale e com o americano F-18 Super Hornet a venda para o Brasil-- é o concorrente que vai oferecer melhor preço ao governo brasileiro por ter desenvolvido tecnologia de ponta na sua produção. "O custar menos tem a ver com o seu design original", disse.
Segundo o presidente da Saab, o caça Gripen tem ciclo de vida útil de 40 anos, maior que os demais concorrentes. Um vídeo apresentado pela empresa sueca aos integrantes da Comissão de Relações Exteriores, produzido pela Saab, afirma que nesse período o Brasil terá comprado "dois aviões por um".
"Em 40 anos, para cada aeronave concorrente, seria possível adquirir dois Gripen. Nenhum outro programa irá gerar tantos empregos diretos e indiretos", diz o vídeo.
Os representantes da Saab usaram como principal argumento para sensibilizar os senadores em prol do Gripen-NG o fato de que a Suécia está disposta a produzir as aeronaves em conjunto com a indústria aeronáutica brasileira. No vídeo apresentado aos parlamentares, a empresa afirma que a indústria nacional será responsável por 40% do programa Gripen no mundo.
"A Embraer vai liderar as exportações na América Latina. A tecnologia não vai ser desenvolvida nem na Suécia. O sistema desenvolvido no Brasil será essencial para os caças Gripen em todo o planeta, que será a aeronave de caça mais moderna do mundo. O caça será produzido pela FAB e pela indústria brasileira. Só assim o Brasil terá todo o conhecimento necessário e entrará para história, não só por produzir o caça mais avançado, mas por desenvolver e exportar essa tecnologia", diz o vídeo.
O secretário de Estado da Defesa da Suécia, Hakan Jevrell, disse aos senadores que a Suécia "busca um parceiro competente e confiável" para o desenvolvimento futuro da sua Força Aérea.
"A Suécia oferece independência, não dependência. Oferece parceria e desenvolvimento conjunto na área aeronáutica. Vocês sabem o que o Brasil está buscando, talvez queira apenas um parceiro que possa fornecer todo o material necessário", afirmou.
Proposta
A Suécia vai formalizar amanhã a proposta ao governo brasileiro de venda dos caça Gripen-NG. O prazo para entrega das propostas foi adiado de 21 de setembro para 2 de outubro. O governo brasileiro já sinalizou preferência pelos franceses Rafale. Para se contrapor, Jevrell disse que o Brasil poderá comprar o dobro de aviões pelo preço de um, oferecido pelos concorrentes.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ironizou a disputa entre os países pelos caças e disse que daqui a pouco o país conseguirá os caças "de graça".
Em nota divulgada nesta quinta-feira, a Boeing defendeu a escolha do seu F-18 ao afirmar que os caças F-18 farão do Brasil um parceiro dos Estados Unidos --e não apenas um cliente comercial da empresa.
"Os Estados Unidos e a Boeing acreditam que o Brasil é um país-par, e não somente um país-cliente. O pacote de transferência de tecnologia enfatiza nossa visão de um relacionamento bilateral que se prolongará pelo século 21", diz a nota.
Leia mais sobre caças
- Boeing diz que tem melhor proposta e que escolha de F-18 criará parceria Brasil-EUA
- Embraer nega preferência por caças suecos e reafirma alinhamento com Aeronáutica
- Jobim diz que preferência da Embraer por suecos não terá peso na escolha de caças
Outras notícias sobre política em Brasil
- STF cassa liminar que dava acesso à Folha a notas fiscais de deputados
- Supremo tem apenas dois juízes de carreira; Toffoli não muda quadro
- Serra eleva verba de habitação e transporte em ano eleitoral
Especial
Livraria
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Nomeação de novo juiz do Supremo pode ter impacto sobre a Lava Jato
- Indicação de Alexandre de Moraes vai aprofundar racha dentro do PSDB
- Base no Senado exalta currículo de Moraes e elogia indicação
- Na USP, Moraes perdeu concursos e foi acusado de defender tortura
- Escolha de Moraes só possui semelhança com a de Nelson Jobim em 1997
+ Comentadas
- Manifestantes tentam impedir fala de Moro em palestra em Nova York
- Temer decide indicar Alexandre de Moraes para vaga de Teori no STF
+ EnviadasÍndice
avalie fechar
Um dos motivos pelos quais o Charles De Gaulle foi construído é a incapacidade de se operar os Rafales a bordo do Sâo Paulo. Eles operariam com tamanha restrição de peso que a sua validade bélica passou a ser duvidosa. Para operá-lo com pleno potencial haveria a necessidade de se reabastecer os Rafales em vôo após a decolagem tornando sua operação mais onerosa do que já é principalmente para um caça embarcado uma vez que haveria a necessidade de outro vetor para reabastecê-lo. A única aeronave de caça embarcada cujo peso máximo de decolagem seria capaz de operar a bordo do São Paulo seria o MiG-29K mas isto exigiria uma extensa reforma no convés da embarcação eliminando inclusive a catapulta uma vez que o convés teria uma rampa como no caso do porta-aviões Almirante Kuznetoz. As primeiras versões do F-18 também poderiam operar a partir do São Paulo mas com alguma perda em relação a carga bélica ou combustível.
avalie fechar
avalie fechar