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11/08/2004 - 20h47

Desgaste no PSB e queda em pesquisas ameaçam candidatura de Erundina

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CAIO JUNQUEIRA
SILVIO NAVARRO

da Folha Online

Fora do páreo segundo as pesquisas de intenções de voto e com dificuldades para arrecadar recursos, a deputada Luiza Erundina, que concorre pela coligação PSB-PMDB à Prefeitura de São Paulo, enfrenta pressões dentro e fora do partido para desistir da disputa.

Hoje, integrantes da ala dissidente do PSB se reuniram com o candidato a vice de Marta, Ruy Falcão, e o coordenador da campanha a reeleição, deputado Ítalo Cardoso, para definir como seria o trabalho do grupo para favorecer a prefeita. O comitê de campanha de Marta não confirma o encontro.

Também veio a público um manifesto elaborado por dissidentes do PSB paulistano, que apóiam a reeleição de Marta Suplicy (PT). O texto é intitulado "PSB de coragem está com Marta prefeita".

"Apresentamos um plano de campanha pró-Marta e ficou decidido que vamos fazer um grande movimento nas ruas mostrando a nossa posição e que candidatos a vereadores do nosso grupo estão com ela", disse Gualter Marcussi, que integra o grupo de dissidentes do PSB na cidade.

"O problema da Erundina é que ela quer mandar no partido e não respeita as decisões da base", disse Marcussi.

Segundo Marcussi, 30 dos 41 diretórios zonais do partido são favoráveis a Marta, o que, segundo ele, representa mais de 60% da base da sigla na cidade.

Amanhã, Erundina se reunirá com Quércia, Temer e o presidente municipal do PSB, José Carlos Venâncio, para debater os rumos da campanha, que não decolou no último mês e tem dificuldades para arrecadar recursos.

Pesquisa Datafolha divulgada na última terça apontou leve declínio nas intenções de voto de Erundina, que passou de 9% para 7%, na quarta colocação na corrida pela sucessão municipal. Marta lidera a corrida, com 30%. José Serra é o segundo, com 25%, e Paulo Maluf (PP), tem 19%.

A articulação contra Erundina agrada ao PT, que aposta na captação dos eventuais votos da ex-prefeita. A coordenação da campanha de Marta, entretanto, evita comentar o assunto. Do outro lado, o PSDB esperava pelo apoio de Erundina num segundo turno contra Marta.

Um dos fatores que motivam o rompimento de alguns filiados do PSB em São Paulo com Erundina foi a aliança com o PMDB, costurada pelo ex-governador Orestes Quércia. O vice da chapa é o deputado Michel Temer (PMDB). Além disso, eles reclamam que vinculado a Marta o partido teria mais possibilidade de eleger vereadores --a atual bancada tem apenas duas cadeiras na Câmara Municipal.

O presidente municipal do PSDB, deputado Edson Aparecido, afirmou que o PT tenta interferir nos assuntos internos do PSB para reforçar a campanha de Marta.

"É evidente que tem o dedo da Marta nessa história. Trata-se de mais uma intervenção que a PT faz nos partidos em São Paulo. O PT já interferiu na vida interna do PTB, do PMDB e do PPS e agora fizeram isso. É uma coisa que não tem limites."

Outro lado

O coordenador de comunicação da campanha de Erundina, Ivan Seixas, rechaçou as críticas da ala dissidente do PSB e afirmou que a pressão parte de filiados que enfrentam processo de expulsão da sigla.

"Eles [dissidentes] estão fora do PSB faz tempo. São caras que foram do diretório municipal. Houve uma intervenção porque eles não fizeram nada pelo partido. Foram jogados na Comissão de Ética. Eles estão em processo de expulsão, que ainda não foi concluído porque eles entraram com uma liminar para suspendê-lo. Eles nem foram no dia da convenção [do PSB]. Quando houve a intervenção, eles estavam tomando conta do partido. Eles se colocaram como direção, mas não fizeram nada e teve um processo interno contra eles", disse.

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