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18/08/2004 - 09h08

Thales Ramalho morre em Recife aos 81 anos

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da Agência Folha
do Banco de Dados da Folha

O ex-deputado federal e ex-secretário-geral do extinto MDB (Movimento Democrático Brasileiro) Thales Ramalho morreu na manhã do último domingo, em Recife (PE), aos 81 anos, de parada cardiorrespiratória. Ele deixa mulher, uma filha e duas netas.

Em 2001, ele sofreu um derrame que afetou sua capacidade de falar. Desde então, permanecia recluso. Thales foi enterrado na tarde de domingo, em Recife. Compareceram ao velório o senador Marco Maciel (PFL-PE), o presidente da Infraero, Carlos Wilson, e o ex-ministro da Justiça Fernando Lyra, que esteve com ele pela última vez em novembro: "Ele apenas balbuciava as palavras, mas estava lúcido", disse.

Thales Bezerra de Albuquerque Ramalho nasceu na cidade da Paraíba, atual João Pessoa (PB), em 7 de julho de 1923, mas acabou fazendo os estudos no Rio Grande do Norte, Ceará e Pernambuco, onde ele se formou em direito.

Em 1954, ele participou da campanha de Cordeiro de Farias ao governo de Pernambuco pelo PSD (Partido Social Democrático), do qual foi secretário de Governo (1958-1959). Concorreu a deputado estadual pelo PSD em 1962. Obteve a primeira suplência, mas conseguiu exercer o mandato. Após a extinção dos partidos pela ditadura militar, em 1965, Thales filiou-se ao MDB, de oposição, pelo qual foi eleito deputado federal em 1966, reelegendo-se em 1970, 1974 e 1978.

Em 1972, sofreu um derrame cerebral, que deixou paralisado o lado esquerdo de seu corpo, mas logo retomou suas atividades legislativas. Em 1974, foi escolhido secretário-geral do MDB naquele mesmo ano. Assumiu a liderança da facção moderada do partido, em oposição aos "autênticos", que faziam uma oposição mais combativa. Colaborou com a organização do partido no país, que passou de 701 diretórios municipais para mais de 3.000. Em 1975, discutiu a questão da anistia com o ministro Golbery do Couto e Silva. No ano seguinte, sofreu um acidente que piorou sua condição física, já abalada pelo derrame.

Manteve um luta paralela em favor dos deficientes físicos, em razão de sua condição de usuário de cadeira de rodas. Em 1978, conseguiu aprovar a emenda constitucional número 12, que assegurava vários direitos aos deficientes.

Criticado pelos "autênticos" (como seu correligionário Jarbas Vasconcelos), que pediam seu afastamento da Secretaria Geral, acabou deixando o MDB após a reforma política de 1979, participando da formação do PP (Partido Popular), ao lado de Tancredo Neves e Magalhães Pinto. Quando o PP se fundiu com o PMDB, em 1982, Thales se filiou ao PDS (Partido Democrático Social), que apoiava o regime militar. Conseguiu ser reeleito deputado.

Ausentou-se na votação da emenda das diretas-já, em 1984, contribuindo para impedir sua aprovação. No Colégio Eleitoral, acabou votando na chapa Tancredo Neves e José Sarney. Após a morte de Tancredo, em abril de 1985, Sarney o convidou para ocupar o cargo de ministro do Tribunal de Contas da União.

Em março de 1988, foi nomeado assessor especial da Presidência, encarregado de negociar projetos de interesse do governo no Congresso constituinte, como a aprovação dos cinco anos de mandato para Sarney. Em 1992, atuou a favor de Fernando Collor de Mello durante o processo de impeachment, mas não conseguiu impedir seu afastamento pela Câmara e sua posterior renúncia. Após esse fracasso, ele voltou a Recife.

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