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23/08/2004
-
07h28
LILIAN CHRISTOFOLETTI
da Folha de S.Paulo
A prefeita de São Paulo, Marta Suplicy (PT), candidata à reeleição, virou ontem alvo de críticas dos adversários José Serra (PSDB) e Paulo Maluf (PP), que viram como "privilégio" ou como reconhecimento da "má administração" petista a iniciativa do governo federal em ampliar o prazo da dívida do município.
"Sem dúvida, é um privilégio que foi dado a ela pelo governo do Lula para ver se ajuda na campanha", afirmou ontem o tucano. Para Maluf, o governo federal "postergou a agonia" financeira da prefeitura.
A Folha revelou na sua edição de ontem que em abril Marta solicitou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva o adiamento da data de pagamento da dívida municipal de mais de R$ 100 milhões mensais.
A resposta veio na semana passada em forma de lei. Lula assinou uma medida que garante folga à prefeita para honrar as dívidas. A data de vencimento do dia 3 de cada mês foi adiado para o dia 30.
A mudança não é exclusiva para a cidade de São Paulo, serve também para todas as prefeituras, no entanto, outros municípios endividados dizem não terem sido informados.
"Existe uma crise financeira na prefeitura devido à má administração de recursos e o governo federal está socorrendo", afirmou Serra. "Eu não sou contra o socorro. Mas só São Paulo sabia que poderia fazer isso. Foi na verdade uma medida feita com privilégio de informação, já que todos os Estados fariam isso se soubessem".
Para o tucano, a medida se fez necessária diante dos "gastos desordenados" da prefeita.
Maluf afirmou ontem não querer discutir o problema político da questão, mas sim o problema aritmético. "Marta quebrou a Prefeitura de São Paulo e a cidade não agüenta ela mais quatro anos. Ela [Marta] não tem a menor competência para administrar o orçamento público municipal."
A prefeitura informou que não há relação entre a mudança e o calendário eleitoral. Informou que a alteração serviu para "adequar" o fluxo do caixa com a data de pagamento da dívida com a União.
Em campanha
Ao lado do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), o candidato tucano visitou ontem uma ocupação irregular no bairro Cidade Vila Nova, em São Miguel Paulista, zona leste de SP.
A escolha do local foi estratégica. No bairro, o governo estadual construiu apartamentos para aproximadamente 1.600 famílias. Em contrapartida, a prefeitura deveria ter realizado obras de infra-estrutura, o que não foi feito. O bairro não tem luz elétrica regular e saneamento básico.
Aos moradores, Serra prometeu que, se eleito, irá providenciar "creche, luz e calçamento". "É o mínimo que a prefeitura pode fazer", disse ele.
Maluf, por sua vez, visitou na manhã de ontem o Mercado Municipal do Ipiranga, zonal sul de SP. O candidato posou para fotos, deu autógrafos, distribuiu beijos, ganhou flores (R$ 10) e um café (R$ 0,70) e comprou 200 gramas de alho em conserva por R$ 2. Deixou o mercado por volta do meio-dia para almoçar com um dos 13 netos.
A prefeita Marta Suplicy participou de encontro com mulheres no Clube Homs, em São Paulo, ao lado de Nádia Campeão, candidata a vereadora pelo PC do B, e ex-secretária municipal de Esporte.
Assim que começou seu pronunciamento, a petista pediu um minuto de silêncio e disse estar consternada com a morte de mais um morador de rua na cidade.
Ao falar da saúde, a candidata disse ter tido problemas para negociar salários de médicos. Ressaltou a proposta de criar os "CEUs da saúde", 30 clínicas especilizadas que vão funcionar exclusivamente com hora marcada. "Quem ousou no CEU e no bilhete único, merece crédito, ou não?"
Colaborou KATIA CALSAVARA
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A prefeita de São Paulo, Marta Suplicy (PT), candidata à reeleição, virou ontem alvo de críticas dos adversários José Serra (PSDB) e Paulo Maluf (PP), que viram como "privilégio" ou como reconhecimento da "má administração" petista a iniciativa do governo federal em ampliar o prazo da dívida do município.
"Sem dúvida, é um privilégio que foi dado a ela pelo governo do Lula para ver se ajuda na campanha", afirmou ontem o tucano. Para Maluf, o governo federal "postergou a agonia" financeira da prefeitura.
A Folha revelou na sua edição de ontem que em abril Marta solicitou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva o adiamento da data de pagamento da dívida municipal de mais de R$ 100 milhões mensais.
A resposta veio na semana passada em forma de lei. Lula assinou uma medida que garante folga à prefeita para honrar as dívidas. A data de vencimento do dia 3 de cada mês foi adiado para o dia 30.
A mudança não é exclusiva para a cidade de São Paulo, serve também para todas as prefeituras, no entanto, outros municípios endividados dizem não terem sido informados.
"Existe uma crise financeira na prefeitura devido à má administração de recursos e o governo federal está socorrendo", afirmou Serra. "Eu não sou contra o socorro. Mas só São Paulo sabia que poderia fazer isso. Foi na verdade uma medida feita com privilégio de informação, já que todos os Estados fariam isso se soubessem".
Para o tucano, a medida se fez necessária diante dos "gastos desordenados" da prefeita.
Maluf afirmou ontem não querer discutir o problema político da questão, mas sim o problema aritmético. "Marta quebrou a Prefeitura de São Paulo e a cidade não agüenta ela mais quatro anos. Ela [Marta] não tem a menor competência para administrar o orçamento público municipal."
A prefeitura informou que não há relação entre a mudança e o calendário eleitoral. Informou que a alteração serviu para "adequar" o fluxo do caixa com a data de pagamento da dívida com a União.
Em campanha
Ao lado do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), o candidato tucano visitou ontem uma ocupação irregular no bairro Cidade Vila Nova, em São Miguel Paulista, zona leste de SP.
A escolha do local foi estratégica. No bairro, o governo estadual construiu apartamentos para aproximadamente 1.600 famílias. Em contrapartida, a prefeitura deveria ter realizado obras de infra-estrutura, o que não foi feito. O bairro não tem luz elétrica regular e saneamento básico.
Aos moradores, Serra prometeu que, se eleito, irá providenciar "creche, luz e calçamento". "É o mínimo que a prefeitura pode fazer", disse ele.
Maluf, por sua vez, visitou na manhã de ontem o Mercado Municipal do Ipiranga, zonal sul de SP. O candidato posou para fotos, deu autógrafos, distribuiu beijos, ganhou flores (R$ 10) e um café (R$ 0,70) e comprou 200 gramas de alho em conserva por R$ 2. Deixou o mercado por volta do meio-dia para almoçar com um dos 13 netos.
A prefeita Marta Suplicy participou de encontro com mulheres no Clube Homs, em São Paulo, ao lado de Nádia Campeão, candidata a vereadora pelo PC do B, e ex-secretária municipal de Esporte.
Assim que começou seu pronunciamento, a petista pediu um minuto de silêncio e disse estar consternada com a morte de mais um morador de rua na cidade.
Ao falar da saúde, a candidata disse ter tido problemas para negociar salários de médicos. Ressaltou a proposta de criar os "CEUs da saúde", 30 clínicas especilizadas que vão funcionar exclusivamente com hora marcada. "Quem ousou no CEU e no bilhete único, merece crédito, ou não?"
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