Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
08/10/2009 - 09h45

Stephanes cobra atitude agressiva contra sem-terra

Publicidade

EDUARDO SCOLESE
da Folha de S.Paulo, em Brasília

Numa reação à derrubada de pés de laranja numa área invadida pelo MST no interior paulista, o ministro Reinhold Stephanes (Agricultura) cobrou ontem mais agressividade do governo federal no combate a esse tipo de ação dos sem-terra.

"O governo tem que tomar atitudes mais agressivas em relação a isso... os órgãos de repressão, a Justiça têm que atuar de forma mais incisiva", disse. "Isso traz uma insegurança para os produtores agrícolas. Eles não aceitam mais isso. Isso é muito ruim."

Questionado sobre como o governo poderia ser mais incisivo, disse: "A polícia tinha que agir com mais rigor em relação a isso, e a própria Justiça, no sentido de punir aqueles que cometem isso, que é um crime".

Já o ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) da Presidência, Jorge Felix, disse que a ação dos sem-terra não representa uma ameaça à segurança nacional.

"É um movimento como qualquer movimento social que tem seu viés de razão. Muitas vezes as ações não correspondem ao que deveria ser a observância estrita da lei", disse o general Jorge Felix. Anteontem, o ministro Guilherme Cassel (Desenvolvimento Agrário), um dos interlocutores dos sem-terra no governo, também atacou a ação, chamando-a de "grotesca".

Do lado do MST, a Comissão Pastoral da Terra, da Igreja Católica, disse que a ação, "por mais radical que possa parecer, escancara aos olhos da nação a realidade brasileira".

"Enquanto milhares de famílias sem-terra continuam acampadas Brasil afora, grandes empresas praticam a grilagem e ainda conseguem a cobertura do poder público." O MST diz que a área invadida é pública e que a Cutrale a usa sem autorização.

A repercussão das imagens de um trator destruindo pés de laranja na área invadida fizeram a bancada ruralista no Congresso recolher assinaturas para a criação de uma CPI para investigar as contas do movimento sem-terra.

Na semana passada, o governo barrou a criação de uma CPI com o mesmo objetivo, ao convencer 45 deputados a retirar suas assinaturas do requerimento. O Planalto teme que uma comissão como essa em ano eleitoral prejudique a candidatura petista a presidente.

Ontem, a Câmara aprovou um projeto de lei enviado pelo Planalto que dispensa de licitação a contratação pelo governo de ONGs, empresas e entidades ligadas a sindicatos e movimentos sociais, como o MST, para prestar serviços de assistência técnica a agricultores, seus familiares e assentados.

Colaborou MÁRCIO FALCÃO, da Folha Online

Comentários dos leitores
Marcelo Takara (65) 01/02/2010 18h28
Marcelo Takara (65) 01/02/2010 18h28
Sr Mauricio de Andrade.
Má distribuição de riquezas e terras são problemas, mas não são mais graves do que o nosso sistema educacional público. Este sim, nosso maior problema, que perpetua o ciclo vicioso da concentração de riquezas. Resolva-se o problema da educação e eliminamos o problema da miséria. Educação dá discernimento, cidadania, melhora a qualidade na escolha de políticos e multiplica as chances de inclusão social e econômica. É a solução mais eficaz e qualquer estatística sobre índices de desenvolvimento humano mostram isso, e isso independe do sujeito pertencer ao campo ou a cidade.
sem opinião
avalie fechar
Marcelo Takara (65) 01/02/2010 17h43
Marcelo Takara (65) 01/02/2010 17h43
Acho que não me fiz entender direito.Valoriza-se mais as posses materiais do que a formação educacional. A agricultura familiar mudou muito, comparada àquela que se praticava décadas atrás. Sou de origem japonesa, meus avós foram agricultores, meu pai foi agricultor e migrou para cidade, onde conseguiu montar um comércio, graças a algumas boa colheitas. Detalhe: meu pai nunca foi proprietário de terras, sempre arrendou. Tenho alguns tios que continuaram na agricultura, no cultivo de hortaliças, e eles somente conseguem se manter porque se adaptaram, do contrário é difícil manter os custos. Atualmente, mesmo para tocar uma pequena propriedade, é necessário conhecimento técnico e qualificação para manejo sustentável, rotação de culturas, uso correto de fertilizantes e recuperação de solo. Ou seja eis a necessidade da QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL. A má distribuição de riquezas é consequência funesta da incapacidade de nossos governantes em dar uma educação digna à toda população, daí o fato de haver o exército de desempregados nos grandes centros urbanos. Igualmente continuarão a levar uma vida miserável mesmo na posse de uma terra, se não houver capacitação técnica. Por outro lado, tem surgido muitas vagas de empregos em muitas cidades pequenas e médias do interior do Brasil, que não são preenchidas por falta de formação educacional. A distribuição de terras pode até ser uma solução para o campo, mas não é a única. A melhor solução é de longo prazo e é EDUCAÇÃO. sem opinião
avalie fechar
Tiago Garcia (41) 01/02/2010 11h04
Tiago Garcia (41) 01/02/2010 11h04
A lei é para todos sem exceção.
Se a Cutrale grilou ou não fazenda a justiça que resolve, não o MST que eu nunca votei nem autorizei a fazer valer a vontade da lei. MST não tem legitimidade para isso.
A anos atrás quando eu estudei o MST seu principal argumento para invasões sempre era os grandes latifúndios improdutivos, terras paradas nas mãos da especulação. O que aconteceu com essa justificativa do MST?
2 opiniões
avalie fechar
Comente esta reportagem Veja todos os comentários (2137)
Termos e condições
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página