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10/09/2004
-
17h53
FABIANA FUTEMA
MILENA BUOSI
CAIO JUNQUEIRA
da Folha Online
A candidata do PSB à Prefeitura de São Paulo, Luiza Erundina, fez duras críticas à prefeita Marta Suplicy (PT), que tenta a reeleição, durante sabatina realizada pela Folha nesta sexta-feira. Ela condicionou seu apoio a Marta ou José Serra (PSDB) num eventual segundo turno a "compromissos".
"Não teria conforto com nenhum dos dois. Eu não vou apoiar [só] pessoas, vou apoiar pessoas e compromissos. Imagino que a base de uma eventual aliança tem de partir daquilo que estou propondo para a cidade. Vou exigir compromissos das minhas propostas", disse.
Em outro momento, ela disse que condicionaria "eventualmente o meu apoio a Marta, se isso se colocar, a ela romper com esses compromissos de licitação fraudulenta, de comprometimento com empresa de ônibus".
Erundina aparece em quarto lugar nas pesquisas de intenção de voto. A última pesquisa do Datafolha, de 28 de agosto, mostrou Marta com 34% das intenções de voto e Serra, com 30%. Paulo Maluf apareceu com 16%, e Erundina, com 6%. A margem de erro era de dois pontos percentuais para cima e para baixo.
O Datafolha aponta queda de Erundina em relação às pesquisas anteriores. Em 19 de maio, por exemplo, ela tinha 11% das intenções de voto. Caiu para 8% no final de junho, e 7% no início de agosto.
Erundina disse hoje também que os dois adversários disputam a eleição paulistana pensando em 2006. "Ninguém quer ser prefeito. [querem a prefeitura] ou para ser governadora ou para presidente da República", disse.
"Os dois candidatos, as duas propostas são iguais. Não têm diferenças substantivas. Qualquer um que chegue [à prefeitura] não irá se mobilizar no sentido de alterar os rumos da política do governo federal e estadual. São forças políticas que têm o mesmo interesse."
Apesar de afirmar que Marta e Serra "defendem as mesmas idéias", Erundina centrou fogo na atual prefeita: "A Marta nunca foi PT. Ela nem era filiada [no meu tempo de prefeita]. Ela nunca foi militante".
A ex-prefeita (1989-92) afirmou que frustrou-se nas últimas eleições municipais, em 2000, quando apoiou Marta no segundo turno. "Ela assumiu uma série de compromissos comigo mas não cumpriu."
Propostas
A candidata do PSB usou o espaço dedicado a sua apresentação para defender a autonomia das subprefeituras da cidade. Segundo ela, seu projeto visa implantar um modelo de gestão dando poder aos subprefeitos, que seriam eleitos a partir de uma lista tríplice. Os três representantes seriam indicados pela sociedade.
"Vamos dar poder às subprefeituras com autoridade política e financeira, e implantar conselhos de representantes, para o subprefeito governar o poder regional junto com representantes", disse.
Outra proposta apresentada é a de uma nova política tributária para incentivar as atividades produtivas da cidade. "Também vamos criar um fundo tributário solidário, para diminuir a distância e a desigualdade entre as regiões da cidade."
Lula e PT
Ao comentar o desempenho do governo federal, Luiza Erundina disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi "submisso" com o FMI (Fundo Monetário Internacional). "A política de Lula é até mais radical, como as metas do FMI, do que as [metas] do governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). Não vou me ajoelhar diante do FMI como o Lula se ajoelhou. Foi submisso."
Ela criticou a política social do governo Lula que, segundo ela, é compensatória. "Não estou propondo que o Lula e o PT fizessem uma ruptura. Mas [esperava] o mínimo de compromisso com o social, mas não [uma política social por meio de] compensação, com essas bolsas que são concedidas."
A candidata do PSB criticou ainda o PT e disse que o partido foi alterado com a chegada ao poder federal. "O PT, até ser governo federal, continuava a insistência, a mania por criação de CPIs. O que mudou? Mudou a situação de ser governo."
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Em sabatina, Erundina ataca Marta e condiciona apoios no 2º turno
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MILENA BUOSI
CAIO JUNQUEIRA
da Folha Online
A candidata do PSB à Prefeitura de São Paulo, Luiza Erundina, fez duras críticas à prefeita Marta Suplicy (PT), que tenta a reeleição, durante sabatina realizada pela Folha nesta sexta-feira. Ela condicionou seu apoio a Marta ou José Serra (PSDB) num eventual segundo turno a "compromissos".
"Não teria conforto com nenhum dos dois. Eu não vou apoiar [só] pessoas, vou apoiar pessoas e compromissos. Imagino que a base de uma eventual aliança tem de partir daquilo que estou propondo para a cidade. Vou exigir compromissos das minhas propostas", disse.
| Tuca Vieira/FI |
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| Luiza Erundina durante o ciclo de sabatinas |
Erundina aparece em quarto lugar nas pesquisas de intenção de voto. A última pesquisa do Datafolha, de 28 de agosto, mostrou Marta com 34% das intenções de voto e Serra, com 30%. Paulo Maluf apareceu com 16%, e Erundina, com 6%. A margem de erro era de dois pontos percentuais para cima e para baixo.
O Datafolha aponta queda de Erundina em relação às pesquisas anteriores. Em 19 de maio, por exemplo, ela tinha 11% das intenções de voto. Caiu para 8% no final de junho, e 7% no início de agosto.
Erundina disse hoje também que os dois adversários disputam a eleição paulistana pensando em 2006. "Ninguém quer ser prefeito. [querem a prefeitura] ou para ser governadora ou para presidente da República", disse.
"Os dois candidatos, as duas propostas são iguais. Não têm diferenças substantivas. Qualquer um que chegue [à prefeitura] não irá se mobilizar no sentido de alterar os rumos da política do governo federal e estadual. São forças políticas que têm o mesmo interesse."
Apesar de afirmar que Marta e Serra "defendem as mesmas idéias", Erundina centrou fogo na atual prefeita: "A Marta nunca foi PT. Ela nem era filiada [no meu tempo de prefeita]. Ela nunca foi militante".
A ex-prefeita (1989-92) afirmou que frustrou-se nas últimas eleições municipais, em 2000, quando apoiou Marta no segundo turno. "Ela assumiu uma série de compromissos comigo mas não cumpriu."
Propostas
A candidata do PSB usou o espaço dedicado a sua apresentação para defender a autonomia das subprefeituras da cidade. Segundo ela, seu projeto visa implantar um modelo de gestão dando poder aos subprefeitos, que seriam eleitos a partir de uma lista tríplice. Os três representantes seriam indicados pela sociedade.
"Vamos dar poder às subprefeituras com autoridade política e financeira, e implantar conselhos de representantes, para o subprefeito governar o poder regional junto com representantes", disse.
Outra proposta apresentada é a de uma nova política tributária para incentivar as atividades produtivas da cidade. "Também vamos criar um fundo tributário solidário, para diminuir a distância e a desigualdade entre as regiões da cidade."
Lula e PT
Ao comentar o desempenho do governo federal, Luiza Erundina disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi "submisso" com o FMI (Fundo Monetário Internacional). "A política de Lula é até mais radical, como as metas do FMI, do que as [metas] do governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). Não vou me ajoelhar diante do FMI como o Lula se ajoelhou. Foi submisso."
Ela criticou a política social do governo Lula que, segundo ela, é compensatória. "Não estou propondo que o Lula e o PT fizessem uma ruptura. Mas [esperava] o mínimo de compromisso com o social, mas não [uma política social por meio de] compensação, com essas bolsas que são concedidas."
A candidata do PSB criticou ainda o PT e disse que o partido foi alterado com a chegada ao poder federal. "O PT, até ser governo federal, continuava a insistência, a mania por criação de CPIs. O que mudou? Mudou a situação de ser governo."
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