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15/09/2004 - 19h28

Em sabatina, Marta faz mea culpa sobre saúde e critica "herança de FHC"

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CAIO JUNQUEIRA
FABIANA FUTEMA

da Folha Online

Última candidata a participar do ciclo de sabatinas da Folha, a prefeita Marta Suplicy (PT), que tenta a reeleição em São Paulo, adotou um discurso "federalizado" para o ataque e para a defesa, fez mea culpa ao falar da saúde e evitou críticas diretas ao seu principal adversário, José Serra (PSDB).

Marta disse que priorizou o combate à pobreza na cidade e fez elogios ao governo Lula, dos programas sociais à política econômica. "Defendo a política econômica de Lula, que está dando certo."

"A partir de acertos e erros, vamos conseguindo soluções [para a cidade]. Espero que a geração de empregos no governo Lula traga impactos positivos para a cidade", disse. Em seguida, disse: "Me dou bem com todas as instâncias. Dou espaço para o partido governar junto".

Acompanhada de uma comitiva formada por secretários, pelo presidente do PT, José Genoino, e coordenadores de sua campanha, Marta centrou fogo no ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) para atingir Serra.

Marta responsabilizou os juros da gestão FHC pela elevação da dívida do município. Segundo ela, a dívida da cidade terá de ser revista no próximo ano.

"Os juros são pornográficos. E se não fosse o governo FHC, os juros não estariam como estão". Na seqüência, questionada se a política econômica do governo Lula não mantém os juros elevados, sai em defesa da administração petista: "Os juros do Lula são os menores da década. Os juros do FHC atrapalharam também outros municípios".

Ela disse que a dívida terá de ser revista. "Todos os candidatos concordam que cidade terá que rever isso [a dívida] em maio com governo federal. É impagável desse jeito. Vamos fazer. Vamos ter de conversar o índice. Em maio vou sentar com o [ministro da Fazenda, Antonio] Palocci e com o presidente [Luiz Inácio Lula da Silva] e vou ver qual a melhor proposta [para a dívida]."

2º turno

Ao comentar eventual apoio para o segundo turno das eleições, caso dispute a etapa futura contra José Serra, Marta disse que não quer Paulo Maluf, que concorre pelo PP, no seu palanque.

"Maluf no meu palanque, não", disse. Na seqüência, afirmou: "Minha posição em relação a Paulo Maluf é clara. Nunca mudei nada do que disse".

Saúde

Sobre a saúde, principal alvo de crítica de seus adversários, Marta não falou do CEU (Clínica Especializada Unificada) Saúde, mas defendeu suas ações na área.

Ela disse ter herdado a saúde do município em estado de "terra arrasada". "Como ainda há muito por fazer, parece que nada foi feito".

"Chega de mea-culpa. Precisa esperar ainda para fazer exame e consulta, mas conseguimos municipalizar a saúde, que foi um desafio imenso. Não podemos esquecer que casos de HIV estão pela metade. Tinha uma epidemia de dengue na cidade quando entrei. Diminuiu a mortalidade infantil. Não dá para pegar o PAS arrasado e transformar numa beleza", disse.

Lixo

Sobre a licitação do lixo --acusada de irregularidades pelos adversários--, a petista disse esperar concluí-la neste ano e afirmou que o PSDB fez procedimento semelhante em Vitória (ES).

"As estradas estaduais [paulistas, governada pelo PSDB] tiveram grandes concessões por anos. O PSDB em Vitoria fez uma licitação idêntica e ninguém fala nada. Espero que essa comissão de licitação aprove a licitação para fazermos neste ano."

O resultado da licitação da coleta do lixo na cidade de São Paulo --alvo de acusações de fraude e cujo valor contratual se aproxima de R$ 10 bilhões-- está cancelado.

A decisão foi tomada no último dia 25 de agosto pela prefeitura, que, quase um mês depois de divulgar os primeiros colocados, determinou a desclassificação das propostas de todos os consórcios, que ultrapassavam em, no mínimo, 10,89% --R$ 982 milhões-- as estimativas previstas no edital.

A prática foi considerada ilegal por advogados e alvo de contestações de uma das participantes, a Qualix, que não recebeu esse convite. Ele foi feito aos consórcios São Paulo Limpeza Urbana, liderado pela Vega, e Bandeirantes 2, liderado pela Queiroz Galvão, que acabaram dando descontos de 2,25% e 4,51%, respectivamente.

Campanha

A prefeita afirmou também que "não tem idéia" de quem são os doadores de suas campanha, criticada por seus adversários de ser "milionária".

"Não sei de onde vem os recursos. Não sou informada diariamente de quem esta doando. Não tenho a menor idéia. Tudo vai estar esclarecido depois das eleições, quando as contas forem apresentadas", disse.

Pobreza

A prefeita disse hoje que sua gestão "quebrou um ciclo de pobreza" na cidade e que as críticas às suas obras viárias são decorrentes de "ignorância ou má fé".

"Lançamos a pedra fundamental de combate ao ciclo da pobreza. Quebramos esse ciclo [da pobreza] quando fizemos o CEU [Centro Educacional Unificado]. A rede em volta participa. Você não consegue hoje dar respostas rápidas para as favelas. Mas consegue tirar a favela de dentro da criança. A criança que estuda no CEU tem acesso a tudo isso", disse.

Segundo Marta, apesar de priorizar o combate à pobreza, ela não deixou de atender às necessidades das regiões mais ricas. "O principal nessa cidade foi o combate à exclusão. Tudo o que fiz foi como torná-la [a cidade] mais justa para os mais pobres. Também não abandonei a outra parte da cidade. Conseguimos parceria para recuperar o Museu do Ipiranga, por exemplo."

Ela também se defendeu das críticas feitas à construção dos túneis das avenidas Faria Lima e Rebouças. "Não sei se é ignorância ou má fé [de quem critica essas obras]."

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