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17/09/2004
-
13h18
JANAÍNA LAGE
da Folha Online, no Rio
Adversário número um do projeto do governo que cria as PPPs (Parceria Público Privada), o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) afirmou hoje a proposta "é um convite à corrupção e à promiscuidade desse país".
Nesta sexta-feira, Jereissati atacou o percentual de financiamento do BNDES e dos fundos de pensão nos investimentos privados. "Estamos correndo o risco de fazer a parceria público-público", disse.
Segundo ele, o projeto é o "sonho dourado" das empreiteiras dos anos 50. Para Jereissati, o projeto pode acabar com os benefícios da LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal) e a Lei de Licitações.
O senador afirma que o projeto dá aos governantes maior flexibilidade para escolher os parceiros comerciais, o que poderia abrir espaço para práticas ilícitas.
"É um convite à corrupção e à maior promiscuidade desse país. Nunca vi na história [do Brasil] uma proposta semelhante."
Jereissati disse que o presidente Lula não deve estar familiarizado com os detalhes do projeto. "Pelo que eu conheço [do presidente], ele não concordaria com a coisa do jeito que está."
Segundo Jereissati, não só o PSDB como os senadores da base do governo estão descontentes com o projeto. "Senão, já teria passado, nós sozinhos não temos capacidade para impedir."
Histórico
Tasso tem travado duelo verbal com integrantes do governo. No mês passado, gerou polêmica ao afirmar que o projeto serviria "para roubalheira do Delúbio Soares", o tesoureiro do PT. "É para o Delúbio [Soares, tesoureiro do PT] deitar e rolar", afirmou na ocasião.
Em outra ocasião, Dirceu criticou a oposição tucana e disse que o PSDB não tem "moral" para questionar um eventual uso político dos recursos do BNDES e de fundos de pensão por meio de PPPs.
Banestado
O senador relacionou o seu papel de opositor ao projeto e a pressão, ainda que indireta, do governo, com o vazamento dos nomes de seus familiares nas listas da CPI do Banestado.
"Não vejo porque procurar todos os Jereissati e depois vazar justamente essa lista", disse.
Segundo o senador, não houve uma pressão direta do governo, mas ele foi lembrado diversas vezes que existia uma lista e um dossiê e que "deveria tomar cuidado".
Sobre a quebra de decoro dos parlamentares que ajudaram a vazar as informações da CPI do Banestado, Jereissati afirmou ser favorável à idéia. "Fazer um banco de dados em cima de um poder excepcional que foi dado para fazer o maior banco de dados da história do país, quebrando sigilo e privacidade de centenas de milhares de brasileiros é um crime que não tem tamanho."
Para Jereissati, caso o PT não permita a investigação, estará fazendo "uma corrupção explícita de ligação com um processo terrorista de fazer política".
Especial
Leia o que já foi publicado sobre Tasso Jereissati
Leia o que já foi publicado sobre as PPPs
Tasso diz que PPP é o "maior convite à corrupção da história do país"
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da Folha Online, no Rio
Adversário número um do projeto do governo que cria as PPPs (Parceria Público Privada), o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) afirmou hoje a proposta "é um convite à corrupção e à promiscuidade desse país".
Nesta sexta-feira, Jereissati atacou o percentual de financiamento do BNDES e dos fundos de pensão nos investimentos privados. "Estamos correndo o risco de fazer a parceria público-público", disse.
Segundo ele, o projeto é o "sonho dourado" das empreiteiras dos anos 50. Para Jereissati, o projeto pode acabar com os benefícios da LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal) e a Lei de Licitações.
O senador afirma que o projeto dá aos governantes maior flexibilidade para escolher os parceiros comerciais, o que poderia abrir espaço para práticas ilícitas.
"É um convite à corrupção e à maior promiscuidade desse país. Nunca vi na história [do Brasil] uma proposta semelhante."
Jereissati disse que o presidente Lula não deve estar familiarizado com os detalhes do projeto. "Pelo que eu conheço [do presidente], ele não concordaria com a coisa do jeito que está."
Segundo Jereissati, não só o PSDB como os senadores da base do governo estão descontentes com o projeto. "Senão, já teria passado, nós sozinhos não temos capacidade para impedir."
Histórico
Tasso tem travado duelo verbal com integrantes do governo. No mês passado, gerou polêmica ao afirmar que o projeto serviria "para roubalheira do Delúbio Soares", o tesoureiro do PT. "É para o Delúbio [Soares, tesoureiro do PT] deitar e rolar", afirmou na ocasião.
Em outra ocasião, Dirceu criticou a oposição tucana e disse que o PSDB não tem "moral" para questionar um eventual uso político dos recursos do BNDES e de fundos de pensão por meio de PPPs.
Banestado
O senador relacionou o seu papel de opositor ao projeto e a pressão, ainda que indireta, do governo, com o vazamento dos nomes de seus familiares nas listas da CPI do Banestado.
"Não vejo porque procurar todos os Jereissati e depois vazar justamente essa lista", disse.
Segundo o senador, não houve uma pressão direta do governo, mas ele foi lembrado diversas vezes que existia uma lista e um dossiê e que "deveria tomar cuidado".
Sobre a quebra de decoro dos parlamentares que ajudaram a vazar as informações da CPI do Banestado, Jereissati afirmou ser favorável à idéia. "Fazer um banco de dados em cima de um poder excepcional que foi dado para fazer o maior banco de dados da história do país, quebrando sigilo e privacidade de centenas de milhares de brasileiros é um crime que não tem tamanho."
Para Jereissati, caso o PT não permita a investigação, estará fazendo "uma corrupção explícita de ligação com um processo terrorista de fazer política".
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