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05/10/2004 - 09h26

Para Lula, reeleição de Marta "ficou muito difícil"

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KENNEDY ALENCAR
EDUARDO SCOLESE
JULIA DUAILIBI
da Folha de S.Paulo, em Brasília

Em conversas reservadas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva avalia que "ficou muito difícil" a prefeita Marta Suplicy (PT) vencer José Serra (PSDB) na eleição paulistana. Satisfeito com o resultado geral do PT nas eleições, Lula ajudará Marta, encontrando-se com ela já na sexta-feira. Outro encontro dos dois, em São Paulo, deverá acontecer no dia 23.

Mas ambos os encontros, assim como uma gravação para o horário eleitoral, deverão ser "mais comedidos e ter mais compostura", nas palavras de um auxiliar, do que a participação de Lula no primeiro turno. A idéia é evitar que ele abrace demais uma eventual derrota em São Paulo.

Lula ficou satisfeito com o resultado geral do primeiro turno, julgando que, se houve "federalização", o fato de o PT ter sido o partido mais votado é um veredicto favorável à sua administração.

É por isso que seus auxiliares querem evitar improvisos e excessos nos atos de apoio a Marta. Lula também vai gravar participação no horário eleitoral gratuito.

Na sexta, em São Paulo, Lula abrirá a reunião da entidade internacional de prefeitos de Cidades e Governos Locais Unidos. Marta é a atual presidente da organização, que reúne cerca de 100 mil municípios do planeta.

Detalhe: no primeiro turno, Lula deixou o discurso escrito e, de improviso, deu as declarações que renderam contestação judicial. Até a gravação para o horário eleitoral na primeira fase foi improvisada --estava prevista apenas para o segundo turno. Outra visita a São Paulo antes do segundo turno já está pré-marcada para o dia 23: passagem pelo Museu do Negro.

O presidente do PT, José Genoino, procurou o Palácio do Planalto para marcar conversa com Lula, provavelmente hoje, em Brasília. À tarde, Lula irá se encontrar com prefeitos petistas eleitos no primeiro turno.

Feita em reuniões ao longo do dia de ontem, a avaliação pessimista sobre as chances de Marta se deve a uma dianteira de Serra considerada surpreendente e à previsão de que ele deverá herdar a grande maioria dos votos de Paulo Maluf (PP) e de Luiza Erundina (PSB). Serra teve 43% dos votos válidos. Marta, 35%. Maluf, 11%. E Erundina, 3%. Caso seja realmente derrotada, é possível que Marta seja compensada por Lula com um ministério, provavelmente o das Cidades.

A cúpula do PT estima que Serra deverá começar o segundo turno com uma dianteira de mais de 15 pontos percentuais, o que levou Lula a dizer que "ficou muito difícil" uma vitória da prefeita. Lula e o PT esperavam que Marta passasse ao segundo turno com ligeira vantagem ou, no mínimo, um pouco atrás de Serra.

Para tentar virar o jogo, o PT acredita que terá de bater muito duro em Serra e no governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, nos programas de TV e rádio do horário eleitoral gratuito. Nos planos do PT, Marta precisaria estar a menos de dez pontos percentuais atrás de Serra na simulação do segundo turno.

A campanha petista acredita que Serra conquistou votos entre os indecisos, além de uma antecipação de escolha de eleitores que tendiam a votar em Maluf e Erundina. Ao atacar Serra na TV, Marta correrá risco de ver crescer sua rejeição, o dobro da do tucano (cerca de 30% contra 15%).

Lula e o PT avaliam que, se Serra vencer, terão "problema político", mas não "eleitoral", de acordo com expressões de membros da cúpula petista.
O presidente dizia ontem a interlocutores que a reação do mercado financeiro aos resultados do primeiro turno eram prova de que seu governo se saíra bem. Declarando-se "feliz", citava que o C-Bond, título da dívida pública do Brasil mais negociado no exterior, estava valendo 100% do preço de face.

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