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07/10/2004 - 17h56

PMDB e Erundina liberam militância e declaram "independência" no 2º turno

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SILVIO NAVARRO
da Folha Online

Com críticas ao governo Lula, à política econômica em curso no país e aos dois candidatos que disputam o segundo turno à Prefeitura de São Paulo, a direção do PMDB e a deputada Luiza Erundina (PSB), derrotados no primeiro turno na cidade, anunciaram hoje serão "independentes" na próxima fase da eleição.

O anúncio foi feito em conjunto para justificar, segundo eles, a "coerência" da aliança proposta antes da eleição. O presidente nacional do PMDB, Michel Temer (SP), e o ex-governador Orestes Quércia liberam a militância e as diferentes forças políticas nos municípios do país para se manifestarem.

No caso de Erundina, sua posição contraria a decisão da direção nacional do PSB, que oficializou hoje apoio a Marta Suplicy (PT). A deputada enviou carta à Executiva Nacional da sigla comunicando sua posição e, segundo ela, "o partido considerou sua posição, mas deliberou em favor da candidata do PT".

"Coerentes com as posições que defendemos durante a campanha eleitoral, decidimos não apoiar nenhum dos dois candidatos, deixando porém, a decisão sobre em quem votar em aberto aos companheiros dos partidos", diz o documento assinado por Quércia, Erundina e Temer.

O texto afirma ainda que a coligação PMDB-PSB "questionou, durante a campanha, a política econômica do país como principal causa dos graves problemas de São Paulo e de todas as cidades brasileiras".

"Durante a campanha fizemos uma análise crítica do governo federal, que há anos pune o povo brasileiro com desemprego em massa, arrocho salarial, aumento da pobreza e das desigualdades sociais", diz o texto.

Erundina disse ainda que "as duas candidaturas [Marta e José Serra] não diferem na essência". "Em São Paulo, as duas candidaturas são absolutamente identificadas, não enquanto pessoas, mas em significados, que não se diferenciam na essência, e os dois representam uma política econômica de dois anos do governo FHC com continuidade aprofundada pelo governo Lula, que é uma política que não interessa a São Paulo nem ao Brasil."

Voto útil

Com 3,96% dos votos válidos (ou 244.090 votos), Erundina ficou em quarto lugar na eleição e seu apoio era uma das apostas do PT para reverter a vantagem de cerca de 470 mil votos conquistada por Serra sobre Marta no primeiro turno. A "independência" do PMDB e de Erundina favorece a candidatura de Serra.

Erundina e Temer atribuíram hoje o fracasso nas urnas à polarização da disputa entre PT e PSDB e ao "voto útil". "Apesar do desempenho eleitoral, até pela polarização, cumprimos o nosso papel, marcamos presença política. Havia dois campos, um comprometido com o que está aí, e o outro para contestar, que era o nosso", disse a deputada.

Temer afirmou que "desde o primeiro instante houve voto útil" e que o resultado do primeiro turno exige uma reflexão sobre o processo eleitoral, o financiamento público de campanhas e a reforma política. "Nós aqui não tínhamos nada e uns tinham milhões para fazer campanha."

Governo federal

A direção dos dois partidos negaram "incoerência" em recusar apoiar a candidatura do PT uma vez que integram a base do governo no Congresso. "Se fosse incoerência, também seria incoerência o partido decidir por candidatura própria. Eu não fui candidata de eu mesma e o PSB não é o PT", disse Erundina.

Temer afirmou que o apoio do seu partido ao governo é "parlamentar e não eleitoral". "Não há aliança eleitoral com o PT. Firmamos um compromisso pela governabilidade e isso não significa que você tenha de aderir a todas as teses do governo e não tenha um projeto eleitoral."

Os peemedebistas anunciaram ainda que o partido pretende reunir todos os prefeitos eleitos pela sigla após o segundo turno "para decidir o que seremos em 2006". Segundo o ex-governador, o encontro visa "encaminhar a bandeira de um novo PMDB".

Temer disse não esperar que a "independência" em São Paulo provocará repercussão negativa na base no Congresso e que "a decisão de manter o PMDB entre os aliados cabe ao governo". "Se o governo se sentir prejudicado pela nossa reação aqui... É uma reação do governo."

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