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12/10/2004
-
16h01
IVONE PORTES
da Folha Online
O candidato derrotado na eleição municipal paulistana Paulo Maluf (PP) voltou a adiar hoje o anúncio de seu apoio no segundo turno da disputa em São Paulo, que opõe a petista Marta Suplicy e o tucano José Serra. Além disso, em nota ele voltou a negar acusação de envio ilegal de dinheiro para o exterior e insinuou uso eleitoral das denúncias.
Ontem, Maluf havia convocado a imprensa para a cobertura da reunião da Executiva Nacional do PP, que ocorreu hoje em sua casa. Era esperado que, após a reunião, Maluf declarasse apoio a Marta.
No entanto, enquanto estava reunido com aliados do PP, foi divulgada a notícia do indiciamento do ex-prefeito e de seu filho Flávio Maluf pela Polícia Federal por cinco crimes: lavagem de dinheiro, evasão de divisas, formação de quadrilha, peculato (desvio de dinheiro público) e sonegação fiscal.
Terminada a reunião do PP, Maluf não respondeu perguntas de jornalistas e limitou-se a ler uma nota em que afirmou que "no momento certo" tomará posição sobre a disputa em São Paulo.
Na nota, ele também se defendeu das acusações de envio ilegal de dinheiro ao exterior. "O único fato é que em 37 anos de vida pública não tive nenhuma condenação penal e moro há 40 anos na mesma casa".
O ex-prefeito ainda levantou a hipótese de que o indiciamento possa beneficiar algum dos candidatos no segundo turno. "Se alguma instituição deseja fazer uso eleitoral desse episódio para favorecer algum candidato, comigo vai quebrar a cara. Ninguém jamais me intimidou ou vai me intimidar. Ninguém vai calar a minha voz", disse.
Apoios
Terceiro lugar no primeiro turno, com 734.580 votos, Maluf ainda não decidiu se vai seguir orientação da Executiva Nacional do PP, que havia recomendado apoio ao PT.
A expectativa era de que Maluf apoiasse hoje Marta porque, além da orientação do partido, desde o primeiro turno o candidato do PP adotou um tom conciliador com a petista e concentrou críticas no tucano José Serra.
Durante a campanha, circularam rumores de que haveria um acordo de não-agressão entre Maluf e Marta. Em troca, o PT trabalharia para que a CPI do Banestado, em funcionamento no Congresso Nacional, não investigasse supostas movimentações financeiras de Maluf no exterior.
O ex-prefeito sempre nega a existência dessas contas. E, assim como o PT, também nega que tenha firmado qualquer acordo para que centrasse fogo em Serra.
Cenário eleitoral
Como Serra venceu o primeiro turno com 477.132 votos de vantagem sobre Marta, o eventual apoio de Maluf poderia se transformar em uma das principais armas da candidata para virar a eleição no segundo turno.
Por outro lado, a estratégia poderia acabar sendo desgastante para a própria Marta, já que Maluf está envolvido em denúncias de corrupção e de envio ilegal de dólares ao exterior e hoje foi indiciado pela PF. O apoio, nesse contexto, poderia acabar não sendo bem aceito pela militância petista e pelo eleitorado.
Além disso, o apoio também poderia não se traduzir em votos dos malufistas para a petista. Pesquisa Datafolha divulgada no último domingo revelou que 70% dos eleitores que votaram em Maluf no primeiro turno pretendem votar em Serra no segundo.
Até o momento, a candidata petista obteve o apoio do candidato derrotado Francisco Rossi (PHS) --que teve 77.957 votos no primeiro turno.
No entanto, o candidato derrotado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho (PDT), acertou apoio a Serra. Ele teve no primeiro turno 86.549 votos.
Por sua vez, optaram pela 'independência' a candidata Luiza Erundina (PSB), que teve 244.090 votos no primeiro turno, e o principal partido de sua coligação, o PMDB.
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da Folha Online
O candidato derrotado na eleição municipal paulistana Paulo Maluf (PP) voltou a adiar hoje o anúncio de seu apoio no segundo turno da disputa em São Paulo, que opõe a petista Marta Suplicy e o tucano José Serra. Além disso, em nota ele voltou a negar acusação de envio ilegal de dinheiro para o exterior e insinuou uso eleitoral das denúncias.
Ontem, Maluf havia convocado a imprensa para a cobertura da reunião da Executiva Nacional do PP, que ocorreu hoje em sua casa. Era esperado que, após a reunião, Maluf declarasse apoio a Marta.
No entanto, enquanto estava reunido com aliados do PP, foi divulgada a notícia do indiciamento do ex-prefeito e de seu filho Flávio Maluf pela Polícia Federal por cinco crimes: lavagem de dinheiro, evasão de divisas, formação de quadrilha, peculato (desvio de dinheiro público) e sonegação fiscal.
Terminada a reunião do PP, Maluf não respondeu perguntas de jornalistas e limitou-se a ler uma nota em que afirmou que "no momento certo" tomará posição sobre a disputa em São Paulo.
Na nota, ele também se defendeu das acusações de envio ilegal de dinheiro ao exterior. "O único fato é que em 37 anos de vida pública não tive nenhuma condenação penal e moro há 40 anos na mesma casa".
O ex-prefeito ainda levantou a hipótese de que o indiciamento possa beneficiar algum dos candidatos no segundo turno. "Se alguma instituição deseja fazer uso eleitoral desse episódio para favorecer algum candidato, comigo vai quebrar a cara. Ninguém jamais me intimidou ou vai me intimidar. Ninguém vai calar a minha voz", disse.
Apoios
Terceiro lugar no primeiro turno, com 734.580 votos, Maluf ainda não decidiu se vai seguir orientação da Executiva Nacional do PP, que havia recomendado apoio ao PT.
A expectativa era de que Maluf apoiasse hoje Marta porque, além da orientação do partido, desde o primeiro turno o candidato do PP adotou um tom conciliador com a petista e concentrou críticas no tucano José Serra.
Durante a campanha, circularam rumores de que haveria um acordo de não-agressão entre Maluf e Marta. Em troca, o PT trabalharia para que a CPI do Banestado, em funcionamento no Congresso Nacional, não investigasse supostas movimentações financeiras de Maluf no exterior.
O ex-prefeito sempre nega a existência dessas contas. E, assim como o PT, também nega que tenha firmado qualquer acordo para que centrasse fogo em Serra.
Cenário eleitoral
Como Serra venceu o primeiro turno com 477.132 votos de vantagem sobre Marta, o eventual apoio de Maluf poderia se transformar em uma das principais armas da candidata para virar a eleição no segundo turno.
Por outro lado, a estratégia poderia acabar sendo desgastante para a própria Marta, já que Maluf está envolvido em denúncias de corrupção e de envio ilegal de dólares ao exterior e hoje foi indiciado pela PF. O apoio, nesse contexto, poderia acabar não sendo bem aceito pela militância petista e pelo eleitorado.
Além disso, o apoio também poderia não se traduzir em votos dos malufistas para a petista. Pesquisa Datafolha divulgada no último domingo revelou que 70% dos eleitores que votaram em Maluf no primeiro turno pretendem votar em Serra no segundo.
Até o momento, a candidata petista obteve o apoio do candidato derrotado Francisco Rossi (PHS) --que teve 77.957 votos no primeiro turno.
No entanto, o candidato derrotado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho (PDT), acertou apoio a Serra. Ele teve no primeiro turno 86.549 votos.
Por sua vez, optaram pela 'independência' a candidata Luiza Erundina (PSB), que teve 244.090 votos no primeiro turno, e o principal partido de sua coligação, o PMDB.
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