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15/10/2004
-
01h52
CAIO JUNQUEIRA
MILENA BUOSI
da Folha Online
O clima tenso no debate entre o candidatos José Serra (PSDB) e Marta Suplicy (PT) também se refletiu na platéia, onde diversas autoridades e coordenadores de ambas as campanhas também se manifestaram, o que levou o mediador, o jornalista Carlos Nascimento, a pedir que o público presente não interferisse.
O ponto alto desse embate nos bastidores foi durante o intervalo entre o segundo e o terceiro blocos. O motivo foi a não concessão do direito de resposta a Marta em razão de o tucano ter dito que havia "vampirões no PT".
O marido da prefeita, Luiz Favre, o marqueteiro da petista, Duda Mendonça, e um dos coordenadores da campanha do PT Valdemir Garreta foram reclamar ao diretor de jornalismo da Bandeirantes, Fernando Mitre.
O deputado estadual Edson Aparecido --um dos coordenadores da campanha tucana-- apareceu e começou a discutir com Garreta. Duda Mendonça os separou. Até o secretário estadual de Segurança Pública, Saulo de Castro Abreu, interveio e, em tom irônico, disse a Mitre: "Se precisar de escolta, fala que eu mando".
Do outro lado da platéia, o deputado federal Walter Feldman, outro coordenador da campanha do PSDB, via o bate-boca e disse: "O Favre está pressionando o Mitre por causa do direito de resposta". Antes, Nascimento havia concedido a Serra direito de resposta em razão da frase dita pela petista, atribuída ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). Disse ela: "O problema não é o Serra, é o diabo que existe nele".
Após o debate, o marqueteiro de Marta comentou o fato. "Não gostei porque eles não obedeceram a regra. Acho que foi correto o direito de resposta concedido a ele [Serra]. Da mesma forma como deveriam ter dado direito de resposta a ela. É uma covardia você bater e não ter direito de resposta."
Estratégias
Minutos antes de o debate começar, o presidente nacional do PT, José Genoino, já prenunciava a estratégia petista de atacar a gestão do governador Geraldo Alckmin (PSDB) no governo do Estado. "Bota [o assunto] segurança, que está no governo do Estado há dez anos. Uma 'Febenzinha' também".
Durante o debate, o deputado estadual Ítalo Cardoso, coordenador-geral da campanha de Marta, afirmou que a estratégia do partido para o debate e para a campanha para o segundo turno é de "escancarar o tucanismo". "Queremos mostrar que eles acabaram com o país e que não têm propostas para a cidade."
Informado da estratégia petista, Walter Feldman rebateu: "É o campo apropriado para nós. Geraldo Alckmin é o melhor governador no campo administrativo, em qualquer área. Ela [Marta] caiu no erro de, agora, estadualizar o debate. Para nós é bom eles continuarem com essa estratégia".
O tucano aproveitou e atacou a conduta da prefeita no debate. "O fato é que ela é uma candidata teleprompter: só lê as perguntas, trouxe os ataques já prontos de casa, no melhor exemplo de 'ventriloquia'."
Um dos coordenadores da campanha de Serra disse que Marta, com a estratégia adotada, estava "passando uma arrogância muito grande" e que "isso é bom".
O senador Aloizio Mercadante (PT-SP) também irritou-se com o candidato tucano pelas suas constantes referências ao programa de geração de empregos "Começar de Novo", da Prefeitura de São Paulo. "Ele está preocupado com o Começar de Novo porque faz dois anos que não trabalha", disse a um correligionário.
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Platéia "esquenta" debate, e PT reclama de direito de resposta
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MILENA BUOSI
da Folha Online
O clima tenso no debate entre o candidatos José Serra (PSDB) e Marta Suplicy (PT) também se refletiu na platéia, onde diversas autoridades e coordenadores de ambas as campanhas também se manifestaram, o que levou o mediador, o jornalista Carlos Nascimento, a pedir que o público presente não interferisse.
O ponto alto desse embate nos bastidores foi durante o intervalo entre o segundo e o terceiro blocos. O motivo foi a não concessão do direito de resposta a Marta em razão de o tucano ter dito que havia "vampirões no PT".
O marido da prefeita, Luiz Favre, o marqueteiro da petista, Duda Mendonça, e um dos coordenadores da campanha do PT Valdemir Garreta foram reclamar ao diretor de jornalismo da Bandeirantes, Fernando Mitre.
O deputado estadual Edson Aparecido --um dos coordenadores da campanha tucana-- apareceu e começou a discutir com Garreta. Duda Mendonça os separou. Até o secretário estadual de Segurança Pública, Saulo de Castro Abreu, interveio e, em tom irônico, disse a Mitre: "Se precisar de escolta, fala que eu mando".
Do outro lado da platéia, o deputado federal Walter Feldman, outro coordenador da campanha do PSDB, via o bate-boca e disse: "O Favre está pressionando o Mitre por causa do direito de resposta". Antes, Nascimento havia concedido a Serra direito de resposta em razão da frase dita pela petista, atribuída ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). Disse ela: "O problema não é o Serra, é o diabo que existe nele".
Após o debate, o marqueteiro de Marta comentou o fato. "Não gostei porque eles não obedeceram a regra. Acho que foi correto o direito de resposta concedido a ele [Serra]. Da mesma forma como deveriam ter dado direito de resposta a ela. É uma covardia você bater e não ter direito de resposta."
Estratégias
Minutos antes de o debate começar, o presidente nacional do PT, José Genoino, já prenunciava a estratégia petista de atacar a gestão do governador Geraldo Alckmin (PSDB) no governo do Estado. "Bota [o assunto] segurança, que está no governo do Estado há dez anos. Uma 'Febenzinha' também".
Durante o debate, o deputado estadual Ítalo Cardoso, coordenador-geral da campanha de Marta, afirmou que a estratégia do partido para o debate e para a campanha para o segundo turno é de "escancarar o tucanismo". "Queremos mostrar que eles acabaram com o país e que não têm propostas para a cidade."
Informado da estratégia petista, Walter Feldman rebateu: "É o campo apropriado para nós. Geraldo Alckmin é o melhor governador no campo administrativo, em qualquer área. Ela [Marta] caiu no erro de, agora, estadualizar o debate. Para nós é bom eles continuarem com essa estratégia".
O tucano aproveitou e atacou a conduta da prefeita no debate. "O fato é que ela é uma candidata teleprompter: só lê as perguntas, trouxe os ataques já prontos de casa, no melhor exemplo de 'ventriloquia'."
Um dos coordenadores da campanha de Serra disse que Marta, com a estratégia adotada, estava "passando uma arrogância muito grande" e que "isso é bom".
O senador Aloizio Mercadante (PT-SP) também irritou-se com o candidato tucano pelas suas constantes referências ao programa de geração de empregos "Começar de Novo", da Prefeitura de São Paulo. "Ele está preocupado com o Começar de Novo porque faz dois anos que não trabalha", disse a um correligionário.
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