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13/11/2009 - 13h25

Governistas prometem indicar membros da CPI do MST para evitar obstrução de votações

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MÁRCIO FALCÃO
GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília

Na tentativa de evitar que a oposição dificulte a votação dos projetos que regulamentam a exploração do pré-sal na Câmara, os líderes governistas se comprometeram a indicar na próxima terça-feira seus representantes na CPI mista (deputados e senadores) que vai investigar repasses do governo para entidades ligadas ao MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra).

A oposição aposta na agenda positiva do governo para reverter a estratégia dos aliados de deixar a instalação da CPI para o ano que vem. Em meio ao período eleitoral, DEM e PSDB temem o esvaziamento das investigações por partidos governistas --por isso cobram a instalação da CPI este ano.

Com a promessa da oposição de bloquear as votações na Câmara e no Senado e o receio de que o assunto traga desgastes para o Palácio do Planalto, com a possibilidade de ser explorado eleitoralmente, os governistas recuaram.

"Nós estamos conversando e na próxima terça-feira devemos apresentar os nomes. E se houver acordo, a CPI pode começar na semana seguinte. Agora, é preciso deixar claro que reforma agrária não vai ser objeto dessa CPI e vamos investigar todos os ramos envolvidos nesses repasses, inclusive a CNA [Confederação Nacional de Agricultura]", disse o líder do PT na Câmara, Cândido Vacarezza (SP).

Os governistas, no entanto, não pensam em dar espaço para oposição no comando da CPI. Pelo acordo que está sendo costurado, PT e PMDB pretendem dividir a direção dos trabalhos. A relatoria --que é o cargo mais cobiçado porque conduz o ritmo das investigações-- ficaria com o deputado Jilmar Tatto (PT-SP). A presidência seria entregue ao PMDB, os mais cotados são os senadores Valdir Raupp (RO) e Almeida Lima (SE).

A oposição, porém, reivindica pelo menos um dos cargos de comando da CPI. "Buscamos o caminho do diálogo para montar o comando da CPI compartilhado entre governo e oposição. Até terça-feira vamos conversar. Se a promessa não for cumprida, aí vamos tomar providências", disse o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS).

Para contra-atacar, DEM e PSDB prometem tentar polarizar os debates entre simpatizantes dos sem-terra e os defensores do agronegócio, deixando de lado o tradicional embate entre os partidos alinhados com o Palácio do Planalto e a oposição. Lideres do DEM avaliam que desta forma têm mais chances de emplacar a investigação contra o MST e conseguir avançar em questões delicadas.

Indicações

Segundo a Secretaria-Geral do Congresso, até esta sexta-feira, somente seis partidos já haviam formalizado suas indicações para a CPI: PSDB, DEM, PSB, PV, PTB e PP. Os partidos da base aliada vão indicar 23 dos 36 integrantes da CPI --a maioria do PT e PMDB, que ainda não indicaram seus representantes na comissão.

O regimento do Congresso prevê a divisão das cadeiras na comissão de acordo com os tamanhos das bancadas no Legislativo.

Como a base aliada tem ampla maioria na Câmara e no Senado, os partidos governistas vão indicar 11 senadores e 12 deputados para a CPI --das 36 cadeiras de titulares da comissão.

A oposição (DEM, PSDB e PPS) ficou com seis vagas de senadores e cinco de deputados, enquanto o PSOL e o PSC também poderão indicar membros para a comissão, seguindo o rodízio estabelecido entre as menores bancadas.

Comentários dos leitores
Marcelo Takara (65) 01/02/2010 18h28
Marcelo Takara (65) 01/02/2010 18h28
Sr Mauricio de Andrade.
Má distribuição de riquezas e terras são problemas, mas não são mais graves do que o nosso sistema educacional público. Este sim, nosso maior problema, que perpetua o ciclo vicioso da concentração de riquezas. Resolva-se o problema da educação e eliminamos o problema da miséria. Educação dá discernimento, cidadania, melhora a qualidade na escolha de políticos e multiplica as chances de inclusão social e econômica. É a solução mais eficaz e qualquer estatística sobre índices de desenvolvimento humano mostram isso, e isso independe do sujeito pertencer ao campo ou a cidade.
sem opinião
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Marcelo Takara (65) 01/02/2010 17h43
Marcelo Takara (65) 01/02/2010 17h43
Acho que não me fiz entender direito.Valoriza-se mais as posses materiais do que a formação educacional. A agricultura familiar mudou muito, comparada àquela que se praticava décadas atrás. Sou de origem japonesa, meus avós foram agricultores, meu pai foi agricultor e migrou para cidade, onde conseguiu montar um comércio, graças a algumas boa colheitas. Detalhe: meu pai nunca foi proprietário de terras, sempre arrendou. Tenho alguns tios que continuaram na agricultura, no cultivo de hortaliças, e eles somente conseguem se manter porque se adaptaram, do contrário é difícil manter os custos. Atualmente, mesmo para tocar uma pequena propriedade, é necessário conhecimento técnico e qualificação para manejo sustentável, rotação de culturas, uso correto de fertilizantes e recuperação de solo. Ou seja eis a necessidade da QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL. A má distribuição de riquezas é consequência funesta da incapacidade de nossos governantes em dar uma educação digna à toda população, daí o fato de haver o exército de desempregados nos grandes centros urbanos. Igualmente continuarão a levar uma vida miserável mesmo na posse de uma terra, se não houver capacitação técnica. Por outro lado, tem surgido muitas vagas de empregos em muitas cidades pequenas e médias do interior do Brasil, que não são preenchidas por falta de formação educacional. A distribuição de terras pode até ser uma solução para o campo, mas não é a única. A melhor solução é de longo prazo e é EDUCAÇÃO. sem opinião
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Tiago Garcia (41) 01/02/2010 11h04
Tiago Garcia (41) 01/02/2010 11h04
A lei é para todos sem exceção.
Se a Cutrale grilou ou não fazenda a justiça que resolve, não o MST que eu nunca votei nem autorizei a fazer valer a vontade da lei. MST não tem legitimidade para isso.
A anos atrás quando eu estudei o MST seu principal argumento para invasões sempre era os grandes latifúndios improdutivos, terras paradas nas mãos da especulação. O que aconteceu com essa justificativa do MST?
2 opiniões
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