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29/10/2004 - 21h23

João Henrique pede para petistas abrirem canal com o governo federal

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LUIZ FRANCISCO
da Agência Folha, em Salvador

Com mais de 40 pontos percentuais de vantagem sobre o seu adversário na disputa pela Prefeitura de Salvador, o deputado João Henrique Carneiro (PDT), 45, já começou a trabalhar para se aproximar do governo federal e conseguir as verbas necessárias à realização de suas promessas de campanha.

Desde o começo da campanha do segundo turno, em três conversas reservadas, Carneiro --que disputa a vaga com o senador pefelista César Borges-- pediu ao deputado Nelson Pellegrino (PT) e ao ministro Jaques Wagner (Desenvolvimento Econômico e Social) uma audiência com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, logo após as eleições.

O parlamentar não admite publicamente, mas teme que a sua eventual administração possa ser boicotada pelo governo estadual. "Sou de um partido que faz oposição ao presidente, mas o próprio Lula já disse que vai respeitar a vontade dos eleitores", disse João Henrique Carneiro.

Pesquisa Ibope divulgada três dias antes das eleições revelou que o pedetista tem 66% da preferência dos eleitores, contra 24% de Borges.

Nos últimos programas de Carneiro, o ministro Wagner disse que será o "embaixador" da prefeitura nas relações com o governo federal.

O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL), patrono da candidatura de Borges, reagiu com ironia à declaração do ministro. "Jaques Wagner não tem condições de ser embaixador de qualquer administração porque foi demitido, por incompetência, do seu primeiro emprego, o Ministério do Trabalho."

A aproximação entre o PT e o PDT aconteceu logo após o primeiro turno. Derrotado por pouco mais de 3.000 votos por César Borges, o PT baiano (cujo candidato foi Nelson Pellegrino) anunciou o seu apoio a João Henrique.

"Na Bahia é diferente, as oposições estão unidades para derrotar o senador Antonio Carlos Magalhães. Não podemos comparar a situação estadual com o plano federal", justificou Nelson Pellegrino, ao ser questionado sobre o apoio do PT a dois partidos que fazem oposição ferrenha ao presidente Lula --o PDT e o PSDB, que indicou o candidato a vice na chapa de Carneiro.

Apesar da preocupação de Carneiro, a deputada Lídice da Mata (PSB), que também disputou o primeiro turno, não acredita em perseguição política. "A sociedade está mais vigilante e não aceita retaliações."

Para o prefeito Antonio Imbassahy (PFL), João Henrique Carneiro, caso seja eleito, não terá condições de cumprir as suas promessas sem ajuda dos governos federal e estadual.

"O orçamento do município é atrelado aos pagamentos da folha e da dívida e verbas para a saúde e educação. Para custeio, sobram apenas 10%, cerca de R$ 130 milhões por ano. O deputado João Henrique prometeu muito durante toda a campanha e ele sabe muito bem que não tem condições de fazer milagres."

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