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30/10/2004 - 00h24

Marta vende imagem de realizadora e Serra aponta falhas da Prefeitura de SP

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da Folha Online

O último debate na televisão entre o tucano José Serra e a prefeita Marta Suplicy (PT), que tenta a reeleição em São Paulo, foi centrado em discussões temáticas e no confronto de propostas. Ambos evitaram os ataques pessoais e apostaram nas bandeiras das respectivas campanhas, já exploradas no horário eleitoral gratuito da televisão.

Marta empenhou-se em mostrar sua face "realizadora", argumentar que o adversário não tinha propostas, e que ele pode não continuar alguns projetos implementados em sua administração.

Na defensiva, Serra listou falhas na gestão do PT e tentou transmitir a imagem de serenidade. Ao terminar uma fala, Serra disparou: "Torço para que sua prefeitura termine bem".

Do outro lado, Marta, esforçando-se em passar a imagem de realizadora, afirmou: "Não sou uma pessoa que fica criticando, sou uma pessoa da solução".

O debate pode ser decisivo para a eleição: o tucano tem 49% das intenções de voto, sete pontos à frente de Marta, segundo o Datafolha.

Ao contrário das versões anteriores, o formato do confronto desta noite, promovido pela Rede Globo, seguiu os moldes do debate presidencial de 2002, com os candidatos em pé no meio de uma arena, movimentando-se livremente e respondendo perguntas de uma platéia composta por 39 pessoas escolhidas pelo Ibope, sem vinculação partidária.

O bloco inicial do debate foi "morno" e direcionado às questões sociais. Respondendo às perguntas da platéia, Marta e Serra falaram de ações para educação, saúde, políticas para combater a desigualdade social e habitação.

Confronto

O derradeiro embate verbal entre a petista e o tucano, entretanto, esquentou a partir do segundo bloco, que permitia perguntas diretas formuladas de candidato para candidato.

Marta questionou Serra sobre propostas para o transportes. Na formulação da pergunta, a petista o questionou sobre "sua proposta concreta para o setor". Serra respondeu, "com todo respeito Marta, mas a CET [Companhia de Engenharia e Tráfego] está sucateada".

A petista ainda rebateu: "Eu pergunto de solução e você fala de problema". Serra fechou o tópico usando uma declaração da adversária: "Não é seu o dinheiro, você não é dona do dinheiro, o dinheiro é da prefeitura".

Na seqüência, os candidatos travaram duelo verbal sobre um dos temas mais recorrentes da campanha, a saúde. Serra questionou Marta "por que ela não fez nenhum leito novo na gestão". Marta repetiu seu discurso, disse que "fez muito, mas ainda não está satisfeita". "Milagre não tem como fazer. Não sou Deus", disse ela.

Marta citou ainda seu projeto das policlínicas, reclamou da "herança" do PAS [Plano de Atendimento à Saúde] das gestões Celso Pitta e Paulo Maluf e disse que "não seria louca de prometer uma coisa que não sou capaz de fazer". Serra respondeu: "Não é por causa do PAS que não há remédios nos postos de saúde".

Truque

Marta e Serra acusaram-se de usarem "truques" (artimanha, tramóia) para confundir o eleitor. O primeiro a usar a expressão foi o tucano, ao responder uma pergunta da adversária sobre a continuidade dos CEUs (Centro Educacional Unificado) na cidade. Serra disse que cumpriria, se eleito, o previsto no orçamento, mas "sem truques, porque o orçamento tem truques".

Em outra ocasião, foi a vez de Marta usar o discurso, ao comentar o processo para abertura de uma empresa em São Paulo. Disse que a burocracia partia do Estado, diante da necessidade do aval da Cetesb e do Corpo de Bombeiros. "Isso é truque, você pega os números, embaraça e mostra", afirmou ela.

Federalização

Marta, mais de uma vez, reclamou da falta de recursos do governo federal na gestão Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). Disse que antes não tinha atenção, mas agora tem um parceiro no governo federal.

No terceiro bloco, ao se referir ao presidente Lula, Serra disse que o petista "copiou a política econômica de Fernando Henrique e que antes diziam que ele era um Belzebu". "Cadê os empregos que ele prometeu? Ninguém sabe, ninguém viu."

Discurso final

O molde do debate proporcionou aos dois candidatos espaço para cada um fazer um pronunciamento final, sem interrupção do adversário. O discurso final de Marta foi emocionado. O de Serra, na linha "família".

A petista repetiu a fala empregada na última propaganda eleitoral gratuita, a qual pediu ao eleitor "que vote com sentimento de justiça". "Domingo vocês vão julgar três anos e meio do meu trabalho. Peço sentimento de justiça, o mais nobre dos sentimentos."

Ela disse também ter sido vítima de "maldade dos adversários e de preconceito". Na seqüência, rebateu as críticas sobre sua personalidade. "Tanto falam que sou arrogante, e isso tem a ver com episódios, mas tem a ver porque sou mulher. Se eu fosse boazinha para tratar a máfia dos transportes..."

Disse ainda que "quando eu erro peço desculpas" e referiu-se ao mediador do debate, o jornalista Chico Pinheiro, o qual teve uma discussão. Terminou afirmando que "se eu mereço ser 'Martaxa', também mereço ser Marta do CEU, do bilhete único, Marta do Passa Rápido, e Marta do povo pobre de São Paulo".

Serra falou de sua infância, no bairro da Móoca (zona leste), e agradeceu aos filhos e aos "netinhos", segundo ele, "um ponto de descanso nessa campanha".

Disse que chega à disputa depois de uma longa jornada na vida pública, que cresceu junto com São Paulo, pretende trabalhar com respeito e melhorar o funcionamento dos serviços da cidade.

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