PV quer devolver a Marina protagonismo na defesa de questões climáticas

O discurso a favor de uma meta para reduzir a emissão de gases poluentes na atmosfera assumido por presidenciáveis do PT e do PSDB trouxe preocupação à direção do PV. Reunido nesta quinta-feira, em Brasília, o comando do partido discutiu alternativas para devolver à pré-candidata Marina Silva (AC) o protagonismo no debate.

A ideia é reforçar que a política que será defendida pelo governo na Conferência do Clima da ONU (Organização das Nações Unidas), em Copenhague, só será possível pelo trabalho realizado pela senadora que esteve à frente do Ministério do Meio Ambiente entre 2003 e 2008. O governo brasileiro será representado na Conferência pela ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), pré-candidata do PT.

A proposta lançada pela petista prevê uma espécie de compromisso voluntário do governo brasileiro de reduzir de 36,1% a 38,9% a emissão de gases causadores do efeito estufa até 2020.

O governador José Serra (São Paulo) também deve desembarcar na Dinamarca e apresentar a Política Estadual de Mudanças Climáticas sancionada no início do mês que estabelece uma diminuição de 20% nas emissões até 2020, em relação a 2005. A medida deve o que significa emitir 24 bilhões de toneladas de gás carbônico a menos do que em 2005.

Na avaliação do comando do PV, tanto Dilma quanto Serra só foram provocados a incluir o tema ambiental em suas agendas pela presença da senadora no cenário eleitoral. Para o PV, no entanto, é preciso que Marina, que também estará em Copenhague, explore seu prestígio internacional na área e retome as discussões.

O deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) evitou polemizar, mas disse que a discussão das metas de redução de gases fortalece a candidatura de Marina. "A nossa avaliação é que a conjuntura é extremamente favorável a candidatura da senadora. As atenções nesse fim de ano estão voltadas para Copenhague e isso fortalece a candidatura dela. Se não fosse o nosso posicionamento nesse debate, o governo brasileiro não chegaria a essas metas, se não houvesse a política sustentada por ela a partir de 2004", disse

Segundo o deputado, no encontro, ficou acertado o calendário do partido para o processo eleitoral. Em abril de 2010, por exemplo, será realizado um Congresso para apresentar o programa de governo do partido.

Para Gabeira, ainda é cedo para falar em apoio. O deputado disse que a comissão criada ainda avalia as condições para as alianças com o PSOL e o PSC.