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04/11/2004
-
11h14
da Folha Online, em SP, Brasília e Rio
Desgastado com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com as Forças Armadas, o ministro da Defesa, José Viegas Filho, 62, pediu demissão do cargo. O pedido, encaminhado no dia 22 de outubro, foi aceito hoje por Lula, segundo nota divulgada nesta manhã pelo Palácio do Planalto.
O governo também confirma que o substituto de Viegas será o vice-presidente José Alencar, que tem bom trânsito com militares. Ele toma posse na segunda-feira, às 11h, no Planalto.
Alencar, que conversou nesta manhã com Lula, assume o cargo em definitivo e vai acumulá-lo com a Vice-Presidência da República.
A mudança pode ser apenas a primeira de uma reforma ministerial. O presidente Lula analisa, desde o período pré-eleitoral, substituir ministros ainda neste ano para adaptar o governo ao novo mapa político brasileiro. Também deverão ser substituídos ministros que não atenderam às expectativas do presidente.
Já Viegas, que é diplomata de carreira, deve ser indicado para comandar alguma embaixada brasileira no exterior.
Em carta encaminhada ao presidente Lula, ele atribuiu sua demissão à nota divulgada pelo Exército em 17 de outubro sobre as fotos que supostamente eram do jornalista Vladimir Herzog mas que depois acabaram sendo identificadas como sendo de um padre canadense.
Herzog foi morto em 1975 nas dependências do DOI-Codi em São Paulo. Na nota, o Exército usou estilo elogioso às práticas adotadas durante o regime militar contra militantes de esquerda.
"Embora a nota não tenha sido objeto de consulta ao Ministério da Defesa, e até mesmo por isso, uma vez que o Exército Brasileiro não deve emitir qualquer nota com conteúdo político sem consultar o Ministério, assumo a responsabilidade que me cabe, como dirigente superior das Forças Armadas, e apresento a minha renúncia", escreveu Viegas na carta para Lula.
Repercussão
O ministro Celso Amorim (Relações Exteriores) elogiou hoje a indicação de José Alencar para o Ministério da Defesa. "O vice-presidente é um bom nome para qualquer pasta."
Sobre os motivos que teriam levado à demissão de Viegas, Amorim afirmou que não cabe a ele emitir opiniões. Disse apenas que o ministro demissionário teve "motivos íntimos" para sua decisão.
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Desgastado com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com as Forças Armadas, o ministro da Defesa, José Viegas Filho, 62, pediu demissão do cargo. O pedido, encaminhado no dia 22 de outubro, foi aceito hoje por Lula, segundo nota divulgada nesta manhã pelo Palácio do Planalto.
O governo também confirma que o substituto de Viegas será o vice-presidente José Alencar, que tem bom trânsito com militares. Ele toma posse na segunda-feira, às 11h, no Planalto.
A. Marques/Folha Imagem |
Ex-ministro José Viegas Filho |
A mudança pode ser apenas a primeira de uma reforma ministerial. O presidente Lula analisa, desde o período pré-eleitoral, substituir ministros ainda neste ano para adaptar o governo ao novo mapa político brasileiro. Também deverão ser substituídos ministros que não atenderam às expectativas do presidente.
Já Viegas, que é diplomata de carreira, deve ser indicado para comandar alguma embaixada brasileira no exterior.
Em carta encaminhada ao presidente Lula, ele atribuiu sua demissão à nota divulgada pelo Exército em 17 de outubro sobre as fotos que supostamente eram do jornalista Vladimir Herzog mas que depois acabaram sendo identificadas como sendo de um padre canadense.
Herzog foi morto em 1975 nas dependências do DOI-Codi em São Paulo. Na nota, o Exército usou estilo elogioso às práticas adotadas durante o regime militar contra militantes de esquerda.
"Embora a nota não tenha sido objeto de consulta ao Ministério da Defesa, e até mesmo por isso, uma vez que o Exército Brasileiro não deve emitir qualquer nota com conteúdo político sem consultar o Ministério, assumo a responsabilidade que me cabe, como dirigente superior das Forças Armadas, e apresento a minha renúncia", escreveu Viegas na carta para Lula.
Repercussão
O ministro Celso Amorim (Relações Exteriores) elogiou hoje a indicação de José Alencar para o Ministério da Defesa. "O vice-presidente é um bom nome para qualquer pasta."
Sobre os motivos que teriam levado à demissão de Viegas, Amorim afirmou que não cabe a ele emitir opiniões. Disse apenas que o ministro demissionário teve "motivos íntimos" para sua decisão.
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