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08/11/2004
-
15h24
ANA PAULA RIBEIRO
da Folha Online, em Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante discurso na cerimônia de posse do vice-presidente José Alencar no Ministério da Defesa, fez uma crítica à forma de atuação das tropas norte americanas em outros países.
"A nossa presença no Haiti é uma demonstração de que o Brasil não perderá uma oportunidade sequer. Eu sei que tem gente que faz críticas, mas a verdade é que se nós não estivéssemos lá, lá estariam os militares americanos fazendo o que jamais os militares brasileiros vão fazer. Porque a orientação é de que nós não iremos cumprir nenhum papel de política. Nós iremos tentar manter a paz até que aquele país possa no próximo ano convocar eleições e ter um presidente, governo legitimamente eleito pelo voto direito."
O governo brasileiro foi contrário à ação armada dos EUA no Iraque. No sábado, o presidente dos EUA, George W. Bush, telefonou para Lula para agradecer a mensagem de felicitação enviada pelo Brasil por conta do resultado da eleição presidencial americana, em que Bush foi reeleito. Na mensagem, Lula expressou sua confiança no estabelecimento de "uma ordem mundial mais justa e democrática".
Lula agradeceu a atuação do embaixador José Viegas, que ocupava o cargo, "pelo seu empenho, dedicação e lealdade com que se portou nesses 22 meses de governo". Disse ainda que Viegas continuará no governo.
Viegas pediu demissão em outubro, após a crise criada pela divulgação, por parte do Exército, de uma nota comentando as imagens publicadas pela imprensa que supostamente seriam do jornalista Vladimir Herzog, morto em 1975 nas dependências do DOI-Codi de São Paulo.
Após a cerimônia, ao ser questionado se iria assumir a embaixada do Brasil em Roma ou Paris, Viegas disse que "quem responde é o Celso Amorim [ministro
das Relações Exteriores]".
Lula explicou que a escolha de Alencar para a pasta é a "demonstração da importância que atribuo à pasta da Defesa e da minha determinação em mantê-la em mãos competentes e seguras."
Civis e militares
O presidente deixou claro que um de seus desejos é o fim da dicotomia entre o servidor civil e militar. "Uma das coisas que eu gostaria que acontecesse quando terminasse meu mandato é que não houvesse mais dicotomia entre o servidor civil e o servidor militar."
Lula disse esperar um "governo mais irmanado do que qualquer outro momento da nossa história entre sociedade civil e os militares brasileiros.
Destacou ainda a atuação de Viegas no cargo, dando a ele os créditos pelo fortalecimento das Forças Armadas, pela retomada do programa espacial e pela participação de militares brasileiros na missão de paz no Haiti e nos mutirões contra à fome e à pobreza no Brasil.
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da Folha Online, em Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante discurso na cerimônia de posse do vice-presidente José Alencar no Ministério da Defesa, fez uma crítica à forma de atuação das tropas norte americanas em outros países.
"A nossa presença no Haiti é uma demonstração de que o Brasil não perderá uma oportunidade sequer. Eu sei que tem gente que faz críticas, mas a verdade é que se nós não estivéssemos lá, lá estariam os militares americanos fazendo o que jamais os militares brasileiros vão fazer. Porque a orientação é de que nós não iremos cumprir nenhum papel de política. Nós iremos tentar manter a paz até que aquele país possa no próximo ano convocar eleições e ter um presidente, governo legitimamente eleito pelo voto direito."
O governo brasileiro foi contrário à ação armada dos EUA no Iraque. No sábado, o presidente dos EUA, George W. Bush, telefonou para Lula para agradecer a mensagem de felicitação enviada pelo Brasil por conta do resultado da eleição presidencial americana, em que Bush foi reeleito. Na mensagem, Lula expressou sua confiança no estabelecimento de "uma ordem mundial mais justa e democrática".
Lula agradeceu a atuação do embaixador José Viegas, que ocupava o cargo, "pelo seu empenho, dedicação e lealdade com que se portou nesses 22 meses de governo". Disse ainda que Viegas continuará no governo.
Viegas pediu demissão em outubro, após a crise criada pela divulgação, por parte do Exército, de uma nota comentando as imagens publicadas pela imprensa que supostamente seriam do jornalista Vladimir Herzog, morto em 1975 nas dependências do DOI-Codi de São Paulo.
Após a cerimônia, ao ser questionado se iria assumir a embaixada do Brasil em Roma ou Paris, Viegas disse que "quem responde é o Celso Amorim [ministro
das Relações Exteriores]".
Lula explicou que a escolha de Alencar para a pasta é a "demonstração da importância que atribuo à pasta da Defesa e da minha determinação em mantê-la em mãos competentes e seguras."
Civis e militares
O presidente deixou claro que um de seus desejos é o fim da dicotomia entre o servidor civil e militar. "Uma das coisas que eu gostaria que acontecesse quando terminasse meu mandato é que não houvesse mais dicotomia entre o servidor civil e o servidor militar."
Lula disse esperar um "governo mais irmanado do que qualquer outro momento da nossa história entre sociedade civil e os militares brasileiros.
Destacou ainda a atuação de Viegas no cargo, dando a ele os créditos pelo fortalecimento das Forças Armadas, pela retomada do programa espacial e pela participação de militares brasileiros na missão de paz no Haiti e nos mutirões contra à fome e à pobreza no Brasil.
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