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09/11/2004 - 09h25

Presidente convida Serra para encontro no Planalto

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KENNEDY ALENCAR
da Folha de S.Paulo, em Brasília

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva convidou o prefeito eleito de São Paulo, José Serra (PSDB), para uma audiência no Palácio do Planalto. A data ainda não está marcada, mas o encontro deverá acontecer ainda neste mês.

O convite ao tucano, que derrotou a prefeita Marta Suplicy (PT) numa dura disputa eleitoral, foi feito pelo ministro da Coordenação Política, Aldo Rebelo, na quarta-feira da semana passada.

Aldo telefonou para Serra, que ligou de volta num momento em que o ministro estava numa reunião com o presidente. Ao retornar ao gabinete, Aldo telefonou para Serra e falou com o tucano.

A Folha apurou que o ministro disse que o presidente não discriminaria nenhum prefeito e que essa era a razão de seu telefonema. O prefeito eleito respondeu que viajaria para o exterior a fim de descansar e que na volta acertaria com Aldo uma data para a audiência com Lula.

A intenção de Lula é dar um sinal para o PSDB de que não deseja antecipar a sucessão presidencial de 2006. O presidente acha importante marcar essa posição porque dirigentes de seu partido e ministros de seu governo insistem na adoção de uma linha de ataque aos tucanos.

Lula teme que sua governabilidade (aprovação de projetos importantes no Congresso) seja afetada por um clima de beligerância entre petistas e tucanos. Deseja evitar rusgas desnecessárias com o PSDB, partido que se saiu melhor do que o PT no segundo turno das eleições municipais.

Apesar de o PT ter sido o partido que mais votos recebeu no primeiro e no segundo turnos das eleições, o PSDB conquistou a Prefeitura de São Paulo, derrotando Marta, a candidata de Lula.

O próprio presidente em conversas no início do ano disse a jornalistas que uma derrota em São Paulo seria ruim para ele e para seu governo. Ao elevar o tom dos ataques para tentar reeleger Marta, o PT deu mais repercussão à vitória tucana em São Paulo.

Politicamente, Serra ressuscitou depois de perder a eleição presidencial de 2002 para Lula. E o PSDB se firmou como contraponto ao PT, oferecendo a outros partidos expectativa de poder.

Dívida

A dívida da Prefeitura de São Paulo com a União, hoje em cerca de R$ 29,5 bilhões, será um dos assuntos mais espinhosos da conversa entre Lula e Serra. Em abril do ano que vem, a prefeitura terá de desembolsar R$ 7 bilhões para cumprir a previsão contratual de redução gradual da dívida. Dificilmente irá fazê-lo. Como na campanha o PT adotou o discurso de que Lula ajudaria Marta, o presidente teme ser acusado de discriminação se não socorrer o tucano. No governo e no PT, porém, há resistência a ajudar Serra.

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