PV vai lançar sistema para captar recursos pela internet

De olho nas eleições de 2010, o PV vai lançar no próximo sábado um novo sistema de captação de recursos pela internet. Os filiados e simpatizantes do partido poderão fazer doações no site da legenda utilizando, por exemplo, cartões de crédito. Os recursos serão destinados para eventos que promovam o partido em todo o país.

A ideia é movimentar os correligionários e ensaiar o sistema para dar fôlego à campanha da senadora Marina Silva (PV-AC) à sucessão eleitoral.

Pela regras eleitorais, esse sistema só será liberado a partir do início de julho. Nas eleições do ano que vem, será a primeira vez que as doações pela internet estarão autorizadas. De acordo com a reforma eleitoral sancionada em outubro, ficou definido que os eleitores também podem doar aos candidatos, usando depósitos em uma conta corrente específica do candidato ou em materiais de uso para a campanha.

Segundo o secretário de comunicação do PV, Fabiano Carnevale, o partido quer criar uma cultura de ajuda entre os filiados e deixar de depender dos repasses do Fundo Partidário. "A legislação eleitoral é clara e permite essa arrecadação em outro momento. Agora, estamos preocupados em aproveitar esse sistema para os eventos do partido, deixando o PV mais independente do fundo partidário, mas não deixa de ser um ensaio sim", disse.

A proposta é seguir os moldes da bem sucedida campanha presidencial nos Estados Unidos que levou Barak Obama à Casa Branca. Pela internet, Obama arrecadou cerca de US$ 500 milhões --tendo em média doações de US$ 100.

Nos bastidores, o PV já discute estratégia para utilizar a internet na campanha de 2010. Diante das possíveis alianças que o PT e o PSDB têm trabalhando para dar sustentação a suas candidaturas, o PV avalia que a alternativa para diminuir a polarização da disputa pelo Palácio do Planalto é recorrer a sites de relacionamento, miniblogs e até mensagens de celular para divulgar ações da candidatura.

Com essa movimentação, o PV espera reverter vantagens, como a da pré-campanha da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), que deve ter à disposição pelo menos seis minutos para apresentar suas propostas no horário eleitoral gratuito. Como o PT ainda negocia ampliar suas alianças, esse tempo pode chegar a dez minutos.