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17/11/2004
-
22h38
KÁTIA BRASIL
da Agência Folha, em Manaus
A Polícia Federal de Vilhena (RO) encerrou hoje as investigações sobre as mortes de 29 garimpeiros na reserva indígena Roosevelt, em abril deste ano, com o indiciamento de pelo menos dez índios cintas-largas, entre eles caciques e guerreiros. O relatório, que ainda está sendo concluído, pode trazer mais nomes.
Segundo a polícia, foram indiciados sob a acusação de serem mandantes dos crimes o gerente do garimpo que funcionava dentro da terra indígena, Panderê Cinta Larga, os caciques Nacoça Pio Cinta Larga e Carlão Cinta Larga e o guerreiro Zé Paulo Cinta Larga, entre outros.
Os índios indiciados deverão ser apresentados na delegacia pela Funai (Fundação Nacional do Índio) até na próxima quarta-feira, para a formalização dos indiciamentos no inquérito.
Segundo a Folha apurou, não está descartado o indiciamento do administrador da Funai na reserva Roosevelt, Walter Blós, por crime de prevaricação ou omissão. O administrador estava dentro da reserva quando aconteceram as mortes. Depois foi retirado da reserva por ter sido ameaçado de morte pelos garimpeiros.
Ele é mantido em um local sigiloso pela Funai. "O Walter Blós não foi ouvido e é por isso que não temos a convicção para dizer se ele será indiciado, mas a Funai, como responsável pelos índios, tinha a obrigação de ter chamado a polícia", afirmou o delegado que preside as investigações, Guilherme Matos de Oliveira, 26.
Crimes
Os crimes aconteceram em 7 de abril, nas proximidades do garimpo do Laje, que fica dentro da reserva, em Espigão d'Oeste (534 km de Porto Velho). O massacre ocorreu devido à disputa por jazidas de diamantes, cuja a extração é feita ilegalmente.
Em entrevista concedidas anteriormente à Folha, os cintas-largas afirmaram que as mortes ocorreram porque precisavam defender o território indígena, as mulheres e as crianças.
Os guerreiros também estariam irritados com as supostas ameaças do garimpeiro Baiano Doido (Francisco das Chagas Alves Saraiva, 40, um dos morto], que teria dito, nos dias que antecederam os assassinatos, que mataria qualquer índio que o questionasse dentro da reserva Rooselvet.
Funai
Hoje, a Funai informou que não se pronunciaria por não ter informação oficial sobre o indiciamento dos índios. Em seis meses de investigações, a PF ouviu mais de cem depoimentos, sendo 30 de índios cintas-largas. Segundo a PF, nenhum dos índios ouvidos identificou, com nomes, os 53 guerreiros que seriam os autores das mortes.
O delegado Oliveira afirmou que os laudos dos peritos anexados ao inquérito indicam que as mortes foram premeditadas. "Eles [os peritos] entendem que sim [ocorreu premeditação], porque os garimpeiros foram todos amordaçados, todos amarrados. O amordaçamento já é algo que implica, de certa forma, o entendimento que o cara [o garimpeiro] não reagisse", disse Oliveira.
Segundo o IML (Instituto Médico Legal) de Porto Velho, dos 29 mortos, 26 foram encontrados com as mãos amarradas com cipós e tiveram como causa mortis pancadas de instrumentos como tacapes. Três apresentam marcas de tiros. "Os laudos afirma que houve requinte de crueldade e uma chacina. Todos os corpos têm diversas perfurações. Os índios dizem também que não havia armas com os garimpeiros", afirmou o delegado.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre o massacre de garimpeiros
Leia o que já foi publicado sobre a reserva indígena Roosevelt
PF indicia dez índios por massacre de garimpeiros
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da Agência Folha, em Manaus
A Polícia Federal de Vilhena (RO) encerrou hoje as investigações sobre as mortes de 29 garimpeiros na reserva indígena Roosevelt, em abril deste ano, com o indiciamento de pelo menos dez índios cintas-largas, entre eles caciques e guerreiros. O relatório, que ainda está sendo concluído, pode trazer mais nomes.
Segundo a polícia, foram indiciados sob a acusação de serem mandantes dos crimes o gerente do garimpo que funcionava dentro da terra indígena, Panderê Cinta Larga, os caciques Nacoça Pio Cinta Larga e Carlão Cinta Larga e o guerreiro Zé Paulo Cinta Larga, entre outros.
Os índios indiciados deverão ser apresentados na delegacia pela Funai (Fundação Nacional do Índio) até na próxima quarta-feira, para a formalização dos indiciamentos no inquérito.
Segundo a Folha apurou, não está descartado o indiciamento do administrador da Funai na reserva Roosevelt, Walter Blós, por crime de prevaricação ou omissão. O administrador estava dentro da reserva quando aconteceram as mortes. Depois foi retirado da reserva por ter sido ameaçado de morte pelos garimpeiros.
Ele é mantido em um local sigiloso pela Funai. "O Walter Blós não foi ouvido e é por isso que não temos a convicção para dizer se ele será indiciado, mas a Funai, como responsável pelos índios, tinha a obrigação de ter chamado a polícia", afirmou o delegado que preside as investigações, Guilherme Matos de Oliveira, 26.
Crimes
Os crimes aconteceram em 7 de abril, nas proximidades do garimpo do Laje, que fica dentro da reserva, em Espigão d'Oeste (534 km de Porto Velho). O massacre ocorreu devido à disputa por jazidas de diamantes, cuja a extração é feita ilegalmente.
Em entrevista concedidas anteriormente à Folha, os cintas-largas afirmaram que as mortes ocorreram porque precisavam defender o território indígena, as mulheres e as crianças.
Os guerreiros também estariam irritados com as supostas ameaças do garimpeiro Baiano Doido (Francisco das Chagas Alves Saraiva, 40, um dos morto], que teria dito, nos dias que antecederam os assassinatos, que mataria qualquer índio que o questionasse dentro da reserva Rooselvet.
Funai
Hoje, a Funai informou que não se pronunciaria por não ter informação oficial sobre o indiciamento dos índios. Em seis meses de investigações, a PF ouviu mais de cem depoimentos, sendo 30 de índios cintas-largas. Segundo a PF, nenhum dos índios ouvidos identificou, com nomes, os 53 guerreiros que seriam os autores das mortes.
O delegado Oliveira afirmou que os laudos dos peritos anexados ao inquérito indicam que as mortes foram premeditadas. "Eles [os peritos] entendem que sim [ocorreu premeditação], porque os garimpeiros foram todos amordaçados, todos amarrados. O amordaçamento já é algo que implica, de certa forma, o entendimento que o cara [o garimpeiro] não reagisse", disse Oliveira.
Segundo o IML (Instituto Médico Legal) de Porto Velho, dos 29 mortos, 26 foram encontrados com as mãos amarradas com cipós e tiveram como causa mortis pancadas de instrumentos como tacapes. Três apresentam marcas de tiros. "Os laudos afirma que houve requinte de crueldade e uma chacina. Todos os corpos têm diversas perfurações. Os índios dizem também que não havia armas com os garimpeiros", afirmou o delegado.
Especial
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