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27/11/2009 - 08h06

Pastoral da Terra acusa PMs de praticar abusos contra trabalhadores

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RODRIGO VIZEU
da Agência Folha

A CPT (Comissão Pastoral da Terra), braço agrário da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), acusou a Polícia Militar do Pará de praticar abusos contra trabalhadores rurais durante ações nas últimas semanas para procurar sem-terra suspeitos de depredações de propriedades e fechamento de estradas no Estado.

Segundo texto da CPT, assinado pelo coordenador da entidade no sul do Pará, frei Henri des Roziers, policiais agrediram e praticaram tortura psicológica, inclusive contra uma grávida. As tropas, afirmou ele, só tinham ordem de busca e apreensão para dois dos três acampamentos revistados.

Roziers diz que os lavradores foram ameaçados de morte e sofreram violência psicológica para identificar os procurados.

A grávida Neidiane Rodrigues Resplandes foi obrigada a caminhar meio quilômetro sob ofensas para revelar nomes e chegou a ter um sangramento, segundo o frade dominicano.

Os policiais foram acusados ainda de agir sob efeito de álcool, de usar cavalos para destruir plantações e de ameaçar de morte e agredir fisicamente o acampado Weston Gomes.

"A policia agiu com violência e arbitrariedade, extrapolando totalmente os limites da legalidade e ferindo a dignidade e os direitos humanos dos trabalhadores", escreveu Roziers.

Ele afirmou os trabalhadores rurais citados não podem dar entrevistas por estarem sem acesso a telefones.

A assessoria da Secretaria de Segurança Pública do Pará negou e disse que cabe à CPT provar as acusações. Segundo o órgão, a entidade é livre para ir à Justiça contra o governo.

Três sem-terra foram presos por fechar estradas e depredar fazendas no sul do Pará no início do mês, entre as quais da Agropecuária Santa Bárbara, que tem como sócio o banqueiro Daniel Dantas. A propriedade da área é reivindicada pelo governo do Pará na Justiça.

Outros sete ainda estão foragidos, entre eles a líder nacional do MST Maria Raimundo César e o coordenador regional Charles Trocate. O movimento nega a autoria da depredação.

Comentários dos leitores
Marcelo Takara (65) 01/02/2010 18h28
Marcelo Takara (65) 01/02/2010 18h28
Sr Mauricio de Andrade.
Má distribuição de riquezas e terras são problemas, mas não são mais graves do que o nosso sistema educacional público. Este sim, nosso maior problema, que perpetua o ciclo vicioso da concentração de riquezas. Resolva-se o problema da educação e eliminamos o problema da miséria. Educação dá discernimento, cidadania, melhora a qualidade na escolha de políticos e multiplica as chances de inclusão social e econômica. É a solução mais eficaz e qualquer estatística sobre índices de desenvolvimento humano mostram isso, e isso independe do sujeito pertencer ao campo ou a cidade.
sem opinião
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Marcelo Takara (65) 01/02/2010 17h43
Marcelo Takara (65) 01/02/2010 17h43
Acho que não me fiz entender direito.Valoriza-se mais as posses materiais do que a formação educacional. A agricultura familiar mudou muito, comparada àquela que se praticava décadas atrás. Sou de origem japonesa, meus avós foram agricultores, meu pai foi agricultor e migrou para cidade, onde conseguiu montar um comércio, graças a algumas boa colheitas. Detalhe: meu pai nunca foi proprietário de terras, sempre arrendou. Tenho alguns tios que continuaram na agricultura, no cultivo de hortaliças, e eles somente conseguem se manter porque se adaptaram, do contrário é difícil manter os custos. Atualmente, mesmo para tocar uma pequena propriedade, é necessário conhecimento técnico e qualificação para manejo sustentável, rotação de culturas, uso correto de fertilizantes e recuperação de solo. Ou seja eis a necessidade da QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL. A má distribuição de riquezas é consequência funesta da incapacidade de nossos governantes em dar uma educação digna à toda população, daí o fato de haver o exército de desempregados nos grandes centros urbanos. Igualmente continuarão a levar uma vida miserável mesmo na posse de uma terra, se não houver capacitação técnica. Por outro lado, tem surgido muitas vagas de empregos em muitas cidades pequenas e médias do interior do Brasil, que não são preenchidas por falta de formação educacional. A distribuição de terras pode até ser uma solução para o campo, mas não é a única. A melhor solução é de longo prazo e é EDUCAÇÃO. sem opinião
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Tiago Garcia (41) 01/02/2010 11h04
Tiago Garcia (41) 01/02/2010 11h04
A lei é para todos sem exceção.
Se a Cutrale grilou ou não fazenda a justiça que resolve, não o MST que eu nunca votei nem autorizei a fazer valer a vontade da lei. MST não tem legitimidade para isso.
A anos atrás quando eu estudei o MST seu principal argumento para invasões sempre era os grandes latifúndios improdutivos, terras paradas nas mãos da especulação. O que aconteceu com essa justificativa do MST?
2 opiniões
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