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21/11/2004
-
16h29
JANAINA LAGE
da Folha Online, no Rio
O enterro do economista Celso Furtado, neste domingo, no Rio de Janeiro, foi marcado pelo tom de protesto à política econômica adotada pelo governo Lula.
Considerado um dos maiores economistas brasileiros do século 20, Furtado defendia uma economia política, com características diversas da política econômica monetarista adotada pelo Ministério da Fazenda.
Furtado morreu ontem, ao meio-dia, em seu apartamento em Copacabana (zona sul do Rio), aos 84 anos, vítima de um colapso cardíaco. Seu corpo foi enterrado no cemitério São João Batista, em Botafogo (zona sul).
O coordenador nacional do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), João Pedro Stédile, afirmou que as idéias de Furtado eram centradas na necessidade de ter uma economia nacional para os brasileiros e que, portanto, a política econômica do governo deveria ser voltada para a distribuição de renda, para o mercado interno e para a industrialização nacional.
O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) disse torcer para que as idéias de Furtado prevaleçam sobre a política monetarista adotada pelo governo. "Torço e tenho a convicção de que o presidente Lula não apenas o tem como um amigo que o apoiou, como deve ter a sua opinião muito bem considerada", disse.
Celso Furtado foi ministro do Planejamento no governo João Goulart (1961-64) e ministro da Cultura no governo José Sarney (1985-90).
No velório, o representante do governo federal foi o ministro Jaques Wagner. O ministro chefe da Controladoria Geral da União, Waldir Pires, disse que todos estavam representando o presidente.
Compareceram ao velório o novo presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Guido Mantega, o líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), o ministro Gilberto Gil (Cultura), o senador Cristovam Buarque (PT-DF) e a governadora do Rio de Janeiro, Rosinha Matheus (PMDB), entre outros.
Desde ontem à tarde, quando o corpo de Furtado começou a ser velado na ABL (Academia Brasileira de Letras), havia grande expectativa quanto ao comparecimento do presidente. Ainda hoje de manhã, ao chegar, Suplicy afirmou que Lula "deveria chegar em instantes".
SP
A prefeita de São Paulo, Marta Suplicy (PT), que foi ao enterro representando o PT, cometeu uma gafe durante o velório. Ela anunciou que vinha em nome do partido no velório, durante a solenidade, o que foi alvo de crítica de membros da ABL. Os presentes haviam sido orientados a só fazer declarações no cemitério.
Marta ainda insistiu e anunciou a mudança do nome da Ponte do Morumbi (zona sul de SP) para Ponte Celso Furtado.
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da Folha Online, no Rio
O enterro do economista Celso Furtado, neste domingo, no Rio de Janeiro, foi marcado pelo tom de protesto à política econômica adotada pelo governo Lula.
Considerado um dos maiores economistas brasileiros do século 20, Furtado defendia uma economia política, com características diversas da política econômica monetarista adotada pelo Ministério da Fazenda.
Furtado morreu ontem, ao meio-dia, em seu apartamento em Copacabana (zona sul do Rio), aos 84 anos, vítima de um colapso cardíaco. Seu corpo foi enterrado no cemitério São João Batista, em Botafogo (zona sul).
O coordenador nacional do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), João Pedro Stédile, afirmou que as idéias de Furtado eram centradas na necessidade de ter uma economia nacional para os brasileiros e que, portanto, a política econômica do governo deveria ser voltada para a distribuição de renda, para o mercado interno e para a industrialização nacional.
O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) disse torcer para que as idéias de Furtado prevaleçam sobre a política monetarista adotada pelo governo. "Torço e tenho a convicção de que o presidente Lula não apenas o tem como um amigo que o apoiou, como deve ter a sua opinião muito bem considerada", disse.
Celso Furtado foi ministro do Planejamento no governo João Goulart (1961-64) e ministro da Cultura no governo José Sarney (1985-90).
No velório, o representante do governo federal foi o ministro Jaques Wagner. O ministro chefe da Controladoria Geral da União, Waldir Pires, disse que todos estavam representando o presidente.
Compareceram ao velório o novo presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Guido Mantega, o líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), o ministro Gilberto Gil (Cultura), o senador Cristovam Buarque (PT-DF) e a governadora do Rio de Janeiro, Rosinha Matheus (PMDB), entre outros.
Desde ontem à tarde, quando o corpo de Furtado começou a ser velado na ABL (Academia Brasileira de Letras), havia grande expectativa quanto ao comparecimento do presidente. Ainda hoje de manhã, ao chegar, Suplicy afirmou que Lula "deveria chegar em instantes".
SP
A prefeita de São Paulo, Marta Suplicy (PT), que foi ao enterro representando o PT, cometeu uma gafe durante o velório. Ela anunciou que vinha em nome do partido no velório, durante a solenidade, o que foi alvo de crítica de membros da ABL. Os presentes haviam sido orientados a só fazer declarações no cemitério.
Marta ainda insistiu e anunciou a mudança do nome da Ponte do Morumbi (zona sul de SP) para Ponte Celso Furtado.
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