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21/11/2004 - 18h59

PT isenta Lula de culpa por derrotas nas eleições e pede mudanças na economia

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da Folha Online

O Diretório Nacional do PT --instância máxima do partido-- aprovou resolução neste domingo na qual aponta fortalecimento do governo federal após as eleições municipais e isenta o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas derrotas em grandes capitais. No encontro, o PT decidiu pedir uma reunião com o ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho, para debater os rumos da economia.

"O crescimento do PT [nas eleições municipais], do ponto de vista político, expressa também uma vitória e o fortalecimento do governo Lula", diz o texto, aprovado por 34 votos contra 22 da esquerda da sigla. Em outro trecho, afirma que, "de modo geral, o governo Lula exerceu uma influência equilibrada e positiva sobre o eleitorado".

No documento que resume as deliberações do encontro, o diretório pede, em tom ameno, mudanças em alguns pontos da política econômica, basicamente referentes à macroeconomia. Cobra aumento real do salário mínimo em 2005, redução das taxas de juros, revisão da tabela do Imposto de Renda e conclusão da reforma tributária.

"Com o objetivo de melhorar ainda mais o desempenho da nossa economia, o PT continuará lutando para uma redução consistente e responsável da taxa básica de juros, da taxa de juros reais e da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) praticada pelo BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social]", diz o documento.

O recuo da TJLP era defendido pelo ex-presidente do banco, Carlos Lessa, demitido na última quinta-feira. Ele foi substituído no cargo pelo então ministro do Planejamento, Guido Mantega. O ministério será chefiado interinamente pelo secretário-executivo Nelson Machado.

SP

Na contramão da tese defendida ontem pela prefeita de São Paulo, Marta Suplicy (PT), na qual relacionava seu revés para José Serra (PSDB) à performance do governo federal, a resolução do diretório atribui as derrotas a "causas locais".

"Antes de tudo é preciso assinalar que as motivações básicas da decisão de voto do eleitorado foram de natureza local: avaliação das administrações, perfil das lideranças, propostas e temas das campanhas etc", afirma a resolução do PT.

O texto de Marta dizia que "repercutiu nas eleições o desgaste do governo federal por conta dos fatores políticos, midiáticos e sociais próprios à conjuntura nacional".

Eleições

Sobre o desempenho do partido, o documento afirma que o PT, "aparentemente, subestimou os adversários e a importância da disputa e do debate político".

Argumenta que o partido avaliava que a oposição havia ficado sem discurso, mas "no entanto, outros temas foram explorados", como "as teses de que o governo e o PT são autoritários, que cometeram deslizes éticos, que são aparelhistas e de que o PT é hegemonista".

O texto cita as derrotas mais significativas da sigla, especialmente em São Paulo, Porto Alegre, Belém e Goiânia. "O PT deverá fazer um balanço criterioso dessas derrotas, localizando os erros que foram cometidos nas gestões ou nas campanhas, bem como avaliar o quanto a influência de fatores gerais e as posições e atitudes do PT e do governo pesaram nos resultados."

Apesar de apontar falhas, a avaliação é de fortalecimento do partido e do governo Lula nas urnas. "O crescimento do PT, do ponto de vista político, expressa também uma vitória e o fortalecimento do governo Lula. Acrescente-se a isso que, de modo geral, os partidos da base aliada saíram fortalecidos do processo eleitoral."

Diz que o PT cresceu em 120% no número de prefeituras conquistadas em relação a 2000 --de 187 para 411--, que foi o partido mais votado nos dois turnos e teve aumento também nas cadeiras de vereadores --de 2.485 para 3.677.

Congresso

O PT faz menção ainda à paralisia do Congresso. A pauta da Câmara segue obstruída por mais de 20 medidas provisórias. Os partidos, inclusive alguns aliados, se recusam a votar reclamando demora na liberação de emendas parlamentares.

"O atraso na aprovação de muitas dessas medidas está trazendo prejuízos evidentes para agenda do desenvolvimento do país. Por isso, urge que a articulação política do governo, junto com as bancadas petistas e dos partidos aliados no Congresso encontrem saídas adequadas para aprovação desses pontos pendentes."

Diz ainda que no Congresso as bancadas petistas e a direção do PT, junto com a coordenação política do governo, precisam agir para reorganizar a base. "O governo precisa melhorar a interlocução com as bancadas e com os partidos aliados e estes precisam melhorar a interlocução entre si."

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