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07/12/2004
-
09h02
IURI DANTAS
da Folha de S.Paulo, em Brasília
Dez meses depois de iniciar as investigações, a Polícia Federal indiciou na semana passada Waldomiro Diniz --ex-assessor direto do ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu-- e o empresário Rogério Tadeu Buratti, de Ribeirão Preto. O inquérito deve ser concluído até o fim do mês, pois ainda falta terminar a análise dos dados bancários dos dois.
Waldomiro foi indiciado sob a acusação de concussão (extorsão praticada por servidor público) e tráfico de influência na renegociação de contrato entre a CEF (Caixa Econômica Federal) e a multinacional GTech, para o gerenciamento das loterias federais no país. Buratti foi indiciado sob a acusação de corrupção.
Waldomiro e Buratti foram indiciados após prestarem o segundo depoimento ao delegado da PF Antonio César Nunes, responsável direto pelo inquérito.
O indiciamento é uma ferramenta utilizada pela polícia para indicar ao Judiciário e ao Ministério Público quem é o culpado pelo crime investigado. Se concordar com a tese da polícia, o Ministério Público pode denunciar os suspeitos à Justiça.
Em fevereiro deste ano, foi divulgada uma fita de vídeo em que Waldomiro pede ao empresário de jogos Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, propina de 1% sobre verbas que iriam para campanhas políticas. Não está comprovado que Waldomiro tenha recebido o dinheiro. Com a divulgação da fita, ele deixou o cargo de subchefe de Assuntos Parlamentares da Casa Civil. O "Diário Oficial" registrou que Waldomiro saiu "a pedido".
O episódio representou a principal crise política do governo desde a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2003. A hipótese de ter um suspeito sob sua coordenação abalou Dirceu, até então o ministro mais poderoso da Esplanada.
A PF começou o inquérito na esteira da repercussão do caso. Segundo depoimento de executivos da GTech, Waldomiro teria exigido que Buratti fosse contratado para que o contrato da multinacional com a Caixa fosse renovado. O banco e a empresa negam irregularidades. Segundo a CEF, o contrato foi mais vantajoso para os cofres públicos. Buratti foi secretário de Governo durante a gestão do atual ministro Antonio Palocci (Fazenda) na Prefeitura de Ribeirão Preto.
Outro lado
A Folha tentou falar ontem no início da noite com o advogado de Waldomiro, Luiz Guilherme Vieira, mas não conseguiu entrar em contato com ele até a conclusão desta edição. Em audiências públicas nas assembléias legislativas do Rio de Janeiro e de Goiás, Waldomiro negou todas as acusações, dizendo que sempre agiu de forma lícita e honesta.
A Folha não conseguiu localizar os advogados de Cachoeira no início da noite de ontem. Às assembléias, Cachoeira disse que foi achacado por Waldomiro, que nega. O empresário Rogério Tadeu Buratti não foi localizado no início da noite de ontem, tampouco seus advogados. Ele também nega ter mantido contato com Waldomiro.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre Waldomiro Diniz
Waldomiro Diniz é indiciado sob a acusação de extorsão
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da Folha de S.Paulo, em Brasília
Dez meses depois de iniciar as investigações, a Polícia Federal indiciou na semana passada Waldomiro Diniz --ex-assessor direto do ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu-- e o empresário Rogério Tadeu Buratti, de Ribeirão Preto. O inquérito deve ser concluído até o fim do mês, pois ainda falta terminar a análise dos dados bancários dos dois.
Waldomiro foi indiciado sob a acusação de concussão (extorsão praticada por servidor público) e tráfico de influência na renegociação de contrato entre a CEF (Caixa Econômica Federal) e a multinacional GTech, para o gerenciamento das loterias federais no país. Buratti foi indiciado sob a acusação de corrupção.
Waldomiro e Buratti foram indiciados após prestarem o segundo depoimento ao delegado da PF Antonio César Nunes, responsável direto pelo inquérito.
O indiciamento é uma ferramenta utilizada pela polícia para indicar ao Judiciário e ao Ministério Público quem é o culpado pelo crime investigado. Se concordar com a tese da polícia, o Ministério Público pode denunciar os suspeitos à Justiça.
Em fevereiro deste ano, foi divulgada uma fita de vídeo em que Waldomiro pede ao empresário de jogos Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, propina de 1% sobre verbas que iriam para campanhas políticas. Não está comprovado que Waldomiro tenha recebido o dinheiro. Com a divulgação da fita, ele deixou o cargo de subchefe de Assuntos Parlamentares da Casa Civil. O "Diário Oficial" registrou que Waldomiro saiu "a pedido".
O episódio representou a principal crise política do governo desde a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2003. A hipótese de ter um suspeito sob sua coordenação abalou Dirceu, até então o ministro mais poderoso da Esplanada.
A PF começou o inquérito na esteira da repercussão do caso. Segundo depoimento de executivos da GTech, Waldomiro teria exigido que Buratti fosse contratado para que o contrato da multinacional com a Caixa fosse renovado. O banco e a empresa negam irregularidades. Segundo a CEF, o contrato foi mais vantajoso para os cofres públicos. Buratti foi secretário de Governo durante a gestão do atual ministro Antonio Palocci (Fazenda) na Prefeitura de Ribeirão Preto.
Outro lado
A Folha tentou falar ontem no início da noite com o advogado de Waldomiro, Luiz Guilherme Vieira, mas não conseguiu entrar em contato com ele até a conclusão desta edição. Em audiências públicas nas assembléias legislativas do Rio de Janeiro e de Goiás, Waldomiro negou todas as acusações, dizendo que sempre agiu de forma lícita e honesta.
A Folha não conseguiu localizar os advogados de Cachoeira no início da noite de ontem. Às assembléias, Cachoeira disse que foi achacado por Waldomiro, que nega. O empresário Rogério Tadeu Buratti não foi localizado no início da noite de ontem, tampouco seus advogados. Ele também nega ter mantido contato com Waldomiro.
Especial
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