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21/12/2004
-
09h06
da Folha de S.Paulo, em Brasília
Quatro dias depois de o IBGE ter divulgado sondagem sobre o excesso de peso dos brasileiros, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que "a fome não é coisa medida em pesquisa".
"Nem todo mundo que passa fome reconhece que passa fome. Pode colocar todos os institutos de pesquisa para saber se as pessoas estão com fome e, possivelmente, o resultado será negativo", disse Lula em celebração do Natal no Palácio do Planalto.
Na avaliação do presidente, "as pessoas têm vergonha" de dizer que passam fome: "As pessoas não sentem orgulho de dizer: "Passo fome. Não comi as calorias e proteínas necessárias".
De acordo com a 2ª etapa da Pesquisa de Orçamentos Familiares do IBGE, divulgada na quinta-feira passada, o excesso de peso atinge 40,6% dos brasileiros com 20 anos ou mais, ou seja, 38,8 milhões de pessoas.
Lula afirmou que o "tempo" irá se encarregar de dizer quem está certo ou errado no debate.
"O dado concreto é que nada será feito, até quando acabar isso. No dia que eu tiver certeza de que todas as crianças estão tomando café da manhã, almoçando e jantando, não precisará ter Fome Zero mais." Para Lula, "é só andar [pelo país] que a gente vai ver o que acontece com as pessoas".
"Então nós vamos continuar com a mesma força, com o mesmo vigor, tentando cumprir a meta que estabelecemos de atender as 11,4 milhões de famílias que, segundo o próprio IBGE, não têm condições de comer as calorias necessárias. Quando atingirmos esse número, aí vamos ver se precisamos dar mais ou precisamos diminuir", disse.
O presidente afirmou ainda que o governo "não tem interesse de ficar dando Bolsa-Família a vida inteira". "Deus queira que num dia ninguém precise mais do Bolsa-Família, do cartão do Fome Zero, que todas as pessoas estejam trabalhando e comendo à custa do seu trabalho", afirmou.
O ex-assessor da Presidência, Frei Betto, também criticou a interpretação dada à pesquisa.
"Num país em que 40% da população não tem renda per capita superior a R$ 5, não vamos dizer que dá para ter uma boa qualidade de vida. Basta ver os índices da mortalidade infantil para constatar, lamentavelmente, que o Fome Zero merece ser a prioridade do governo", disse Frei Betto.
Segundo Frei Betto, a fome no Brasil é "gorda". "Ao contrário da fome na África, que é esquálida. Aqui a gente anda pelo interior e vê muita criança barriguda de verme porque tem fome."
Especial
Leia o que já foi publicado sobre a pesquisa do IBGE sobre hábitos alimentares
Lula contesta dados do IBGE sobre a fome
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Quatro dias depois de o IBGE ter divulgado sondagem sobre o excesso de peso dos brasileiros, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que "a fome não é coisa medida em pesquisa".
"Nem todo mundo que passa fome reconhece que passa fome. Pode colocar todos os institutos de pesquisa para saber se as pessoas estão com fome e, possivelmente, o resultado será negativo", disse Lula em celebração do Natal no Palácio do Planalto.
Na avaliação do presidente, "as pessoas têm vergonha" de dizer que passam fome: "As pessoas não sentem orgulho de dizer: "Passo fome. Não comi as calorias e proteínas necessárias".
De acordo com a 2ª etapa da Pesquisa de Orçamentos Familiares do IBGE, divulgada na quinta-feira passada, o excesso de peso atinge 40,6% dos brasileiros com 20 anos ou mais, ou seja, 38,8 milhões de pessoas.
Lula afirmou que o "tempo" irá se encarregar de dizer quem está certo ou errado no debate.
"O dado concreto é que nada será feito, até quando acabar isso. No dia que eu tiver certeza de que todas as crianças estão tomando café da manhã, almoçando e jantando, não precisará ter Fome Zero mais." Para Lula, "é só andar [pelo país] que a gente vai ver o que acontece com as pessoas".
"Então nós vamos continuar com a mesma força, com o mesmo vigor, tentando cumprir a meta que estabelecemos de atender as 11,4 milhões de famílias que, segundo o próprio IBGE, não têm condições de comer as calorias necessárias. Quando atingirmos esse número, aí vamos ver se precisamos dar mais ou precisamos diminuir", disse.
O presidente afirmou ainda que o governo "não tem interesse de ficar dando Bolsa-Família a vida inteira". "Deus queira que num dia ninguém precise mais do Bolsa-Família, do cartão do Fome Zero, que todas as pessoas estejam trabalhando e comendo à custa do seu trabalho", afirmou.
O ex-assessor da Presidência, Frei Betto, também criticou a interpretação dada à pesquisa.
"Num país em que 40% da população não tem renda per capita superior a R$ 5, não vamos dizer que dá para ter uma boa qualidade de vida. Basta ver os índices da mortalidade infantil para constatar, lamentavelmente, que o Fome Zero merece ser a prioridade do governo", disse Frei Betto.
Segundo Frei Betto, a fome no Brasil é "gorda". "Ao contrário da fome na África, que é esquálida. Aqui a gente anda pelo interior e vê muita criança barriguda de verme porque tem fome."
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