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01/01/2005 - 17h05

Serra toma posse e indica que não se candidatará em 2006

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CAIO JUNQUEIRA
da Folha Online

Durante discurso de posse na Câmara Municipal de São Paulo, o prefeito eleito José Serra (PSDB), 62, afirmou que irá "honrar" seu mandato, em uma indicação de que não deve deixar a prefeitura em 2006 para disputar a Presidência da República.

"Fortalecer o desenvolvimento de São Paulo, fazer dela uma cidade mais justa e mais amigável é o desafio que temos pela frente e que, com a colaboração dos vereadores e com o apoio da ampla maioria da população, nós haveremos de superar, realizar e cumprir. Vamos cumprir. Temos um mandato do povo e esse mandato será honrado", afirmou Serra.

O prefeito é considerado um dos possíveis presidenciáveis do PSDB que poderão disputar com o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva o comando do governo federal. Para isso, no entanto, teria que se licenciar da prefeitura.

A lista de tucanos presidenciáveis também inclui os governadores Geraldo Alckmin (SP) e Aécio Neves (MG), além do senador Tasso Jereissati (CE).

Aos 55 vereadores também empossados hoje, Serra disse esperar compromisso com o interesse público e com a ética nas relações entre a prefeitura e a Câmara.

"Não sou conduzido, conduzo. Esse lema deve ser entendido por nós como um motivo de inspiração porque ao que SP nos conduz, ao que SP nos obriga igualmente, Executivo e Legislativo, é o compromisso com o interesse público e com a ética, sobretudo com a ética, e, principalmente nas relações entre Executivo e Legislativo."

Na Câmara, Serra e seu vice, Gilberto Kassab (PFL), leram o termo de compromisso, pelo qual prometeram "exercer com dedicação e lealdade" o mandato, "cumprindo e fazendo cumprir a Constituição da República, a Constituição Estadual, a Lei Orgânica do Município e a legislação em vigor, defendendo a justiça social, a paz e a igualdade de tratamento entre todos os cidadãos".

Após a cerimônia na Câmara, Serra seguiu de carro ao Palácio do Anhangabaú, sede da administração paulistana. Ele foi recebido às 16h30 pela prefeita Marta Suplicy (PT).

Biografia

Serra chega à prefeitura após duas tentativas, em 1988 e 1996. É a primeira vez que exercerá um cargo do Poder Executivo, após passar pelo Congresso e ocupar pastas no governo estadual, na década de 80, e no ministério de FHC.

A gestão no ministério, aliás, foi o principal trunfo do tucano na campanha que o levou à prefeitura. Ex-ministro da Saúde, Serra usou sua experiência na área como alternativa para sanar os problemas do setor na cidade.

Serra iniciou sua vida política como secretário de Economia e Planejamento do Estado de São Paulo, em 1983, durante o governo Franco Montoro (1983-1987). Três anos depois, foi eleito deputado federal e, em 1990, reeleito.

Em 1994, foi eleito senador com 6,5 milhões de votos. No ano seguinte, porém, deixou o cargo para integrar a equipe do então presidente Fernando Henrique Cardoso.

Foi ministro do Planejamento de 1995 a 1996 e deixou a pasta para concorrer à Prefeitura de São Paulo. Voltou ao governo em 1998 como ministro da Saúde, cargo que exerceu até fevereiro de 2002.

Em 2002, obteve mais de 33 milhões de votos no segundo turno da eleição presidencial, dos quais 2,9 milhões na cidade de São Paulo --127 mil a menos que Lula.

Campanha

A vitória de Serra carrega a sombra da próxima eleição presidencial, em 2006. Combinada aos dez anos de governo tucano no Estado, os tucanos vislumbram o fortalecimento da sigla e do nome do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, rumo a um novo embate com o PT em âmbito federal.

A projeção para 2006, aliás, foi tema recorrente na campanha diante da força política de Lula e Alckmin, que emprestaram suas imagens aos candidatos. A próxima eleição também foi abordada com a possibilidade de o novo prefeito abandonar o cargo para concorrer do governo do Estado ou à Presidência.

O PT usou a possibilidade como estratégia de ataque ao vice de Serra, Gilberto Kassab (PFL), eventual herdeiro do cargo. A campanha petista vinculou Kassab à volta do grupo político que conduziu a administração Celso Pitta (1997-2000), uma das mais mal avaliadas da cidade. Kassab foi secretário de Planejamento da gestão Pitta.

Num dos episódios mais polêmicos da campanha, o presidente Lula pediu votos a Marta no discurso de entrega do novo trecho da avenida Radial Leste. No dia seguinte, desculpou-se pelo ato de emoção e acabou multado em R$ 50 mil pela Justiça Eleitoral.

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